O encontro de chanceleres do Brics, que acontece nesta segunda (28) e terça-feira no Rio de Janeiro, marca um momento importante para o grupo ampliado, agora com 11 membros. O evento servirá para que as nações associadas se posicionem diante de temas geopolíticos sensíveis, como a guerra entre Rússia e Ucrânia e a ocupação de Israel na Faixa de Gaza. Anfitrião da reunião, o Brasil aposta em construir compromissos que reafirmem a defesa do multilateralismo e fortaleçam o papel do Sul Global no cenário internacional.
Com a recente ampliação do Brics — que agora reúne Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Indonésia e Irã —, a diplomacia brasileira vê a oportunidade de articular uma agenda voltada para a reforma da governança global, incluindo a defesa da ONU e da Organização Mundial do Comércio (OMC).
Os chanceleres se reúnem no Palácio do Itamaraty, no Rio, onde devem negociar o texto da declaração final a ser assinada na cúpula de líderes, prevista para julho também na capital fluminense. Entre os temas prioritários estão mudanças climáticas, regulamentação da inteligência artificial, reforma do Conselho de Segurança da ONU e fortalecimento das instituições multilaterais.
Segundo diplomatas brasileiros, a presença de novos membros com forte influência no Oriente Médio, como Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Egito, pode dar mais peso às propostas do Brics sobre a crise em Gaza.
No que diz respeito à guerra no Leste Europeu, o contexto é igualmente desafiador. Com os Estados Unidos ameaçando se afastar das negociações de paz e a União Europeia mantendo apoio firme à Ucrânia, o Brics terá de lidar com o protagonismo da Rússia, que ocupa território ucraniano.
O Brasil pretende dar ênfase à necessidade de reformar o Conselho de Segurança da ONU, pleiteando apoio para sua candidatura a uma vaga permanente. A China é vista como um aliado estratégico nessa empreitada, enquanto a Rússia já manifestou apoio anteriormente.
A revitalização da OMC também é uma prioridade brasileira e pode funcionar como resposta à política comercial de Donald Trump, segundo fontes do governo citadas pela reportagem. O órgão multilateral vem enfrentando uma crise de credibilidade e enfraquecimento de suas funções, o que preocupa países em desenvolvimento.
A China defende que o Brics reaja de maneira mais explícita ao tarifaço implementado por Trump, transformando o tema em destaque na cúpula.
Além da tradicional carta dos líderes, o Brasil propõe a adoção de dois documentos adicionais: um sobre financiamento climático e outro sobre governança da inteligência artificial. A estratégia é reforçar que a luta contra as mudanças climáticas deve ser acompanhada do combate às desigualdades globais, pressionando os países desenvolvidos a cumprir seus compromissos no âmbito do Acordo de Paris.
Sobre o papel da inteligência artificial, o Itamaraty quer destacar seu uso como ferramenta de inclusão social e de avanço em áreas estratégicas, evitando que apenas as grandes potências dominem seu desenvolvimento.
Por fim, os chanceleres deverão discutir critérios para o ingresso de novos membros no Brics. Atualmente, os requisitos incluem manter boas relações diplomáticas com todos os integrantes, ser membro da ONU e não adotar sanções sem aprovação do Conselho de Segurança.
O encontro no Rio de Janeiro será decisivo para definir os rumos do Brics em um cenário internacional cada vez mais fragmentado, no qual o fortalecimento do multilateralismo é visto como caminho necessário para a construção de uma nova ordem mundial mais equilibrada.
Com informações do portal 247
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