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Ministério pode ter nova baixa

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Cida Gonçalves deve deixar a pasta das Mulheres, após reunião com Lula. Márcia Lopes é a mais cotada para substituí-la

O primeiro escalão do governo pode ter nova baixa nas próximas horas. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve anunciar a saída de Cida Gonçalves do comando do Ministério das Mulheres. Em seu lugar, a mais cotada para assumir é Márcia Lopes, ex-ministra do Desenvolvimento Social durante o segundo mandato de Lula, em 2010. A substituição tem tudo para ocorrer antes de o presidente viajar para a Rússia, onde participará dos festejos da vitória da antiga União Soviética sobre o nazismo, na “Grande Guerra Patriótica” — como os russos ainda chamam a Segunda Guerra Mundial.

A troca de Cida por Márcia é considerada certa nos bastidores do governo. O motivo seria, sobretudo, denúncias anônimas de assédio moral dentro da pasta, feitas por meio do canal Resolveu, da Controladoria-Geral da União (CGU).

Cida também se envolveu em outras polêmicas, como a confirmação, feita à Comissão de Ética da Presidência da República, em fevereiro deste ano, de que costumava interromper a agenda oficial para atender à primeira-dama Janja, de quem é muito próxima. A ministra ainda admitiu que, frequentemente, ignorava solicitações do então ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, e do ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Márcio Costa Macêdo.

Na sexta-feira, Cida reuniu-se com Lula, ocasião em que, de acordo com os bastidores, foi comunicada oficialmente sobre a demissão. Ao Correio, a assessoria da ministra negou o teor da conversa, informando que tratava-se apenas de “uma reunião sobre temas relacionados à pasta”. Ainda assim, fontes relataram que ela deixou a audiência visivelmente entristecida.

Márcia Lopes deve desembarcar em Brasília amanhã. Isso porque estaria prevista uma nova reunião com o presidente e, na sequência, a assinatura do termo de posse no ministério. A data da publicação oficial da exoneração de Cida e da nomeação da nova chefe da pasta ainda não foi confirmada.

5ª mudança

A possível substituição é mais um passo no processo de reformulação do primeiro escalão do governo, iniciado no início do ano. Caso ocorra, a saída de Cida Gonçalves será a quinta troca ministerial promovida por Lula, em 2025.

A mudança pode ocorrer em um momento de crescente pressão sobre o governo, após uma série de episódios que exigiram o reposicionamento de integrantes da equipe ministerial. Na sexta-feira, Carlos Lupi pediu exoneração do Ministério da Previdência por causa do desgaste provocado pelas descopbertas da Operação Sem Desconto, que expôs um esquema bilionário de descontos ilegais em benefícios pagos pelo INSS.

Desde janeiro, o governo tem promovido uma série de substituições estratégicas. A primeira ocorreu na Secretaria de Comunicação Social, com a saída de Paulo Pimenta e a entrada de Sidônio Palmeira. Em seguida, Nísia Trindade deixou o Ministério da Saúde, substituída por Alexandre Padilha. A troca abriu caminho para a colocação de Gleisi Hoffmann na Secretaria de Relações Institucionais.

Em abril, foi a vez de Juscelino Filho deixou o Ministério das Comunicações, depois de ter sido denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por supostos desvios relacionados a emendas parlamentares. Para o lugar, foi nomeado Frederico de Siqueira Filho, aliado do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP).

Assistente social e natural de Londrina (PR), Márcia Lopes é irmã do ex-ministro Gilberto de Carvalho, que integrou os governos Lula e Dilma Rousseff. Filiada ao PT desde 1982, foi secretária-executiva do Ministério do Desenvolvimento Social na gestão de Patrus Ananias e assumiu o comando da pasta em 2010.

Janja vai na frente 

A primeira-dama Janja chegou ontem à Rússia, seis dias antes de a comitiva do presidente Luiz Inácio Lula da Silva desembarcar em Moscou, na quinta-feira. Ela vem sendo criticada porque sua agenda não era previamente divulgada, mas, agora, passou a ser atacada por causa dos vários eventos sociais de que participará.

A convite do governo russo, Janja visitará “diversos locais de importância histórica e cultural para o país, como o Teatro Bolshoi, visto que o Brasil é o único país fora da Rússia que possui uma filial do Teatro Bolshoi e da Escola do Teatro Bolshoi; o Kremlin de Moscou; o Museu Hermitage, a Catedral do Sangue Derramado e a Fábrica de Porcelana Imperial, uma das mais antigas da Europa, fundada em 1744, a primeira e única empresa na Rússia produzindo produtos de porcelana artísticos” — diz a nota que informa a agenda da primeira-dama.

Em março, ela viajou para o Japão também uma semana antes de Lula, quando foi fortemente criticada por não divulgar seus compromissos oficiais. Mas desde 25 de abril, o Palácio do Planalto passou a divulgar a agenda de Janja. Até a chegada do presidente à Rússia, ela cumprirá uma série de agendas entre os dias 3 e 8 de maio, segundo informou hoje o Palácio do Planalto.

“Tendo em vista a relação entre Rússia e Brasil, com importantes acordos de cooperação na área de educação e cultura, Janja focará as agendas nesses temas, além da Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza, iniciativa que a primeira-dama tem promovido desde quando a Aliança foi proposta pelo presidente Lula durante a presidência brasileira do G20 (grupo das 20 maiores economias do mundo)”, observa a agenda da primeira-dama.

Já Lula embarca terça-feira para uma das viagens internacionais mais controversas do mandato. Em Moscou, ao lado de Vladimir Putin, assistirá a um desfile militar na Praça Vermelha que dará destaque para veteranos da guerra com a Ucrânia, país invadido a mando de Putin em fevereiro de 2022.

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Escrito por
Jeová Rodrigues

Jornalista

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