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Exército entra nas ações contra a dengue em regiões do DF com mas casos

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Militares iniciaram as visitas a residências e comércios em regiões do DF com maior número de casos, como Ceilândia e Samambaia. A ideia é detectar possíveis focos do Aedes aegypti. Secretaria cogita ampliação do atendimento

Com a explosão de casos de dengue na capital do país, a Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) e o Exército começaram a trabalhar em conjunto no combate ao Aedes aegypti. Após uma capacitação realizada pela pasta, 247 militares foram às ruas para detectar possíveis focos do mosquito. Nesta quarta-feira (31/1), eles iniciaram as ações de enfrentamento nas regiões de Samambaia e de Ceilândia. O DF registrou 29,5 mil casos e seis óbitos confirmados da doença, desde o início deste ano.

Segundo o Exército, eles farão visitas em residências e comércios, além de atuarem como motoristas do carro fumacê. Utilizando ambulâncias do Exército, os militares também transportarão os pacientes que necessitarem de encaminhamento a uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) ou a um hospital, de acordo com a gravidade do caso. Outra frente de ação será o empréstimo de camas de campanha — 30 no total.

Os militares designados para os mutirões foram treinados e capacitados pela Secretaria de Saúde. Na manhã desta quarta-feira (31/1), ocorreu a formatura que marcou o início das ações do Exército nas ruas. Os soldados vão se juntar aos 750 agentes de Vigilância Ambiental em Saúde (AVA) do GDF, que atuam no combate à dengue. Na cerimônia, a secretária da pasta, Lucilene Florêncio, destacou que, nesse momento, intensificará as visitas aos domicílios. “Vamos, principalmente, visualizar os criadouros, os locais que são abrigo para larvas, utilizando o fumacê, com o apoio do Exército. As decisões e as medidas vão sendo tomadas de acordo com a epidemiologia e a estatística”, ressaltou.

  • Dengue-  Salete Alves e o neto Arthur Fernandes procuraram a tenda, pois estavam com sintomas da doença    Dengue- Salete Alves e o neto Arthur Fernandes procuraram a tenda, pois estavam com sintomas da doençaArthur de Souza/CB
  • A professora Kesya Aquino acompanhou o filho Miguel de Aquino durante a aplicação de medicação      A professora Kesya Aquino acompanhou o filho Miguel de Aquino durante a aplicação de medicaçãoArthur de Souza/CB
  • A empresária Lais Lino permitiu que os soldados fizessem uma vistoria em sua casa      A empresária Lais Lino permitiu que os soldados fizessem uma vistoria em sua casaMarcelo Ferreira/CB/D.A Press

A secretaria fez um apelo para que a população se cuide e, se houver sintomas da doença, procure as unidades de saúde e tendas. “No momento, pedimos que, aos primeiros sintomas, procure as unidades básicas de saúde (UBS). São 175 unidades no Distrito Federal e nós temos nove tendas posicionadas nas cidades onde temos o maior número de casos”, enfatizou Lucilene.

Segundo ela, em torno de 33% a 35% dos pacientes que são atendidos nas tendas carecem de hidratação venosa. Lucilene ressaltou que, se houver uma procura intensificada nas tendas e unidades básicas de saúde, a pasta vai aumentar o atendimento, buscando apoio e parcerias com as faculdades e as escolas técnicas. “Temos um planejamento e uma equipe técnica. Vamos aumentar a quantidade e estamos prontos. A situação não é, no momento, de tranquilidade, mas ela não é de perda de controle, e sim de proatividade”, avaliou a gestora da pasta.

Para o general Carmona, comandante militar do Planalto, o apoio do Exército extremamente relevante para o país, tendo em vista o elevado número de casos. “Vamos apoiar o Governo do Distrito Federal da melhor forma, cumprindo a nossa missão constitucional e, particularmente, ajudando a população e o governo local”, destacou. Ele explicou que, para cada grupo de combate composto por 12 militares, haverá um agente da vigilância da saúde. “Dentro dessa estrutura, nós podemos aumentar o efetivo de acordo com a necessidade”, comentou.

O comandante afirmou que os soldados treinados irão atuar seguindo os critérios da Vigilância Ambiental. “Eles vão entrar nessas residências devidamente autorizados e em casas que forem indicadas pela Secretaria de Saúde. Ali, irão verificar se há pontos de mosquito e orientar a população de como deve atuar. Se esse combate ocorrer de maneira adequada em cada residência, vai minimizar muito a disseminação do mosquito”, ressaltou.

Áreas

De acordo com a SES-DF, as Regiões de Saúde com mais casos de dengue são a Oeste, onde estão localizadas as regiões administrativas de Brazlândia e Ceilândia, e a Região Sudoeste, composta por Águas Claras, Recanto das Emas, Samambaia, Taguatinga e Vicente Pires. Segundo o general, os militares irão para as áreas escolhidas pela pasta.

Para o início da ação de combate, a Quadra 406, de Samambaia, e a QNN 21, de Ceilândia, foram os alvos da ação. A casa da empresária Laís Lino, 32 anos, foi uma das visitas dos militares. A moradora de Samambaia contou que teve dengue uma vez, no ano passado. “Deus me livre de pegar de novo. Dói demais”, recordou. Para ela, é muito preocupante a alta de casos no DF. “A gente fica com medo”, destacou.

A dupla de soldados que visitou a casa de Laís procurou por possíveis pontos de foco de mosquito no quintal, olhando vasos de plantas e ralos de escoamento. “É muito bom eles estarem olhando e verificando os pontos de dengue para ajudar a população, porque tem muita gente que não cuida. Não adianta a gente ficar de olho na nossa casa, se a pessoa do lado não estiver atenta”, disse a moradora. “Hoje em dia, qualquer dor de cabeça, a gente fica com receio de que seja dengue”, completou a empresária.

Atendimento

Na tenda montada na Administração Regional de Samambaia, as cadeiras colocadas para que a população esperasse o atendimento estavam praticamente lotadas. Mesmo assim, quem passou por lá, elogiou a fluidez. A manicure Jéssica Tayane Fernandes, 33, foi uma das que procurou o local. “Vim da UPA, onde não consegui atendimento depois de esperar praticamente três horas. Aqui, foi completamente diferente, meu atendimento se resumiu em cerca de uma hora, desde a triagem até a consulta com o médico”, detalhou.

Ela conta que, felizmente, teve uma caso leve da dengue. “Senti dor no corpo, vômito, disenteria e desidratação, desde sábado. Tudo que eu estava comendo, colocava para fora”, lembrou Jéssica. Depois de ser atendida na tenda, a manicure levou sua mãe, Salete Alves, 68, e o filho, Arthur Fernandes, 9, para receber o diagnóstico. “Ele está com sangramento no nariz e minha mãe está com disenteria há oito dias”, detalhou. Jéssica relatou que, apesar de ter contraído a doença, não pôde deixar de trabalhar. “Oito pessoas pegaram dengue no salão. É complicado pegar atestado. O que estamos fazendo é nos revezar, enquanto uns descansam um pouco em casa, os outros trabalham, mesmo doente. Não tem como parar”, lamentou.

A professora Kesya Aquino, 40, estava na tenda de hidratação com o filho, Miguel de Aquino, 10. Ela contou que ambos contraíram a dengue. “Comecei a sentir os sintomas no domingo, enquanto o meu filho, a partir de ontem”, disse. “Fiquei com muita dor no corpo e na cabeça. Ele vomitou bastante, quatro vezes só hoje (ontem), e teve febre muito alta (39ºC)”, acrescentou. “É a primeira vez que procuramos a tenda. No domingo, consegui ser atendida na UPA, passando a tarde inteira. O atendimento demora um pouco, mas, se comparado às Upas e UBSs, está bem melhor”, disse.

A educadora disse que mudou para Samambaia há cerca de 20 dias e, por isso, não tem noção de como está a doença na vizinhança. “Só que vim de Ceilândia e, por lá, sei de muitos casos entre os meus antigos vizinhos. Acredito até que eu tenha pegado a doença por lá”, avaliou.

Jhennifer Lima, 24, acompanhava o marido, que estava com suspeita da doença. “Ele está com os sintomas desde ontem (terça-feira). O caso, aparentemente, é mais leve”, relatou. A autônoma contou que pegou dengue na semana passada, só que um pouco mais grave. “Tive muita dor no corpo e taquicardia. Graças a Deus, não precisei internar. Só que, no meu caso, fiquei cinco dias de cama, sem conseguir levantar. O sentimento é de que você vai morrer”, recordou a jovem.

A moradora da Quadra 503 afirmou que tem medo, pois são muitos casos e mortes pela doença. “Por enquanto, ainda não teve ninguém da minha família que pegou o tipo mais grave, mas ficamos com medo pela minha avó, que tem uma idade mais avançada”, ressaltou.

Coordenadora da tenda, Joanna Costa disse ao Correio que, apesar da grande demanda, a equipe está organizada e dando conta dos atendimentos. “Temos servidores em número suficiente e estamos conseguindo ajudar a população, na medida do possível”, destacou. “Hoje (ontem), estamos com poucos casos mais graves. Felizmente, não precisamos transferir nenhum paciente para unidades hospitalares”, complementou Joanna.

Com informações do Correio Braziliense

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