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Autoridades do DF reagem a alerta emitido por Embaixada dos EUA

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O governador Ibaneis Rocha classificou como “infundada” recomendação feita para que norte-americanos evitem circular por Ceilândia, Santa Maria, São Sebastião e Santa Maria. Outras autoridades também comentaram levantamento

A utoridades brasilienses rebateram a recomendação da Embaixada dos Estados Unidos (EUA) para que cidadãos norte-americanos não viajem para determinadas regiões administrativas do Distrito Federal. Ontem, o governador Ibaneis Rocha (MDB) classificou o levantamento como “infundado”.

“Foi uma fala sem embasamento. Eu circulo por todas essas cidades diariamente e não se ouve mais falar em sequestros. Até os sequestros-relâmpago, que eram comuns no passado, desapareceram”, afirmou. O chefe do Executivo local destacou ainda a eficiência do sistema de segurança pública do DF, atribuindo os resultados positivos à atuação da Secretaria de Segurança e das forças policiais.

comunicado da Embaixada recomenda que cidadãos americanos não viajem a Ceilândia, Santa Maria, São Sebastião e Paranoá por qualquer motivo, especialmente no período entre as 18h e as 6h. A justificativa para a medida são os riscos relacionados à criminalidade. A embaixada recomenda que os viajantes consultem a seção de “Viagens a Áreas de Alto Risco” em seu site oficial.

A classificação “Nível 4: Não viaje” é a mais severa na escala de alertas do Departamento de Estado dos EUA e costuma ser usada para áreas com risco significativo à segurança dos viajantes, como zonas de conflito ou regiões com altos índices de violência. 

Ibaneis também convidou representantes do governo americano a visitarem a capital do Brasil para conhecerem de perto a realidade dessas regiões, que, segundo ele, são pacíficas. Em tom tranquilo, o governador rebateu a posição dos EUA e sugeriu que o país deveria olhar para dentro e focar em seus próprios problemas. “Estive em Nova York na semana passada e vi ruas tomadas por ratos, urina e usuários de drogas. Eles precisam olhar para dentro, não só para Nova York, mas para vários estados americanos”, declarou.

Índices em baixa

Ao Correio, o secretário de Segurança Pública, Sandro Avelar, afirmou que o relatório foi feito por quem não conhece a realidade de Brasília. “A embaixada precisa melhorar as suas fontes de informação”, sugeriu. “Estamos à disposição para apresentá-los a Ceilândia, São Sebastião, Santa Maria, Paranoá e todas as demais regiões administrativas do DF”, ressaltou o gestor.

Em relação à segurança, dados do Atlas da Violência 2025, elaborado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), em parceria com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) e divulgado em maio, mostram que o DF registrou a menor taxa de homicídios nos últimos 11 anos — teve 347 homicídios em 2023, uma taxa de 11 casos por 100 mil habitantes.

A redução é significativa em comparação a 2013, com queda de 63,7% na taxa de homicídios ao longo dos anos. O Atlas da Violência 2025 também apontou que, no cenário nacional, o DF é a terceira unidade da Federação com a menor taxa, ficando atrás apenas de São Paulo e Santa Catarina. Dados do Balanço Criminal, da Secretaria de Segurança Pública (SSP-DF) mostram que, no ano passado, a capital registrou o menor índice de homicídio dos últimos 47 anos.

Preconceito

Na Câmara Legislativa (CLDF), a posição da Embaixada dos EUA também foi criticada. Líder do governo, o deputado Hermeto (MDB) disse discordar completamente do comunicado. “Somos a capital que está em segundo lugar, em relação aos índices de violência e temos um dos melhores policiais do país”, destacou. “Acho que eles deveriam se preocupar com a Califórnia e Nova York, locais que estão repletos de usuários de drogas”, acrescentou.

Da oposição ao governo, o distrital Gabriel Magno (PT) disse à reportagem que é uma opinião que carrega preconceitos escancarados. “Principalmente, racial e de classe. Classificar regiões do DF que produzem cultura e uma série de manifestações carregadas de identidades de gente que trabalha, como de altíssimo risco, reflete duas coisas: ignorância e preconceito”, observou.

Qualidade de vida

Na contramão do parecer dos EUA, Brasília lidera o ranking de cidades com melhor desempenho em qualidade de vida, de acordo com o levantamento IPS Brasil 2024, divulgado em julho do ano passado. Com seus 2,8 milhões de habitantes, é a maior cidade entre as 20 mais bem posicionadas no ranking e uma das duas capitais. 

“O DF tem índices bons de segurança para os brasilienses e para os seus visitantes. Temos promovido festas e grandes eventos em ambientes seguros, com clima de harmonia e convivência pacífica. Isso é fruto de um trabalho integrado e de uma cidade que valoriza o bem-estar de todos”, endossou o secretário de Turismo, Cristiano Araújo.

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Jeová Rodrigues

Jornalista

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