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PF pode indiciar Bolsonaro, Braga Netto e Ramagem por golpismo neste mês

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A Polícia Federal (PF) está prestes a concluir, na segunda quinzena deste mês, o inquérito que apura uma possível tentativa de golpe de Estado em 2022, segundo informações da coluna de Lauro Jardim, no Globo. A investigação aponta uma rede de conexões envolvendo diversos órgãos do governo de Jair Bolsonaro (PL) que teriam trabalhado para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como presidente.

Jair Bolsonaro será indiciado, juntamente com vários de seus ministros, como o general Braga Netto. O indiciamento será tipificado como tentativa de golpe, conforme o Código Penal.

A operação, batizada de Tempus Veritatis, foi deflagrada no dia 8 de fevereiro deste ano pela PF e teve como alvo o ex-presidente e membros de seu governo, incluindo ministros de Estado e militares.

Segundo as investigações, o grupo formulou uma minuta com medidas que visavam coagir o Poder Judiciário, incluindo a prisão de ministros da Suprema Corte. Também foram realizadas reuniões para espalhar notícias falsas sobre o sistema eleitoral brasileiro e monitorar o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que autorizou a operação.

Além de Bolsonaro e Braga Netto, Alexandre Ramagem, ex-chefe da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e atual candidato de Bolsonaro à prefeitura do RJ, também será indiciado.

Alexandre Ramagem, deputado, candidato à Prefeitura do RJ e ex-chefe da Abin – Foto: Reprodução

Ramagem é acusado de participar de uma organização criminosa que teria se instalado na Abin para monitorar ilegalmente autoridades, jornalistas e políticos, utilizando a ferramenta de espionagem israelense First Mile para geolocalização de dispositivos móveis sem autorização judicial.

A investigação revela que o grupo se dividiu em seis núcleos para atuar na tentativa de golpe de Estado e ataque ao Estado Democrático de Direito.

Esses núcleos eram responsáveis por desinformação e ataques ao sistema eleitoral, incitação ao golpe entre militares, ações jurídicas, coordenação de apoio operacional, inteligência paralela, e legitimação das ações por oficiais de alta patente.

O ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid, foi um dos responsáveis por fornecer informações cruciais para a investigação, após fechar um acordo de colaboração premiada com a PF. Esse acordo foi enviado à Procuradoria-Geral da República (PGR) e já recebeu homologação do STF. Com base nas informações obtidas, a operação realizou ações em vários locais, incluindo a prisão de Felipe Martins e do coronel do Exército Marcelo Costa Câmara, ambos ex-assessores de Bolsonaro.

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Jornalista

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