Adoção de novas tecnologias revolucionam indústria brasileira
Ferramentas especializadas transformam a rotina das empresas na era digital. Laboratórios de inteligência artificial avançada e realidade virtual dominam o mercado de trabalho e movimentam bilhões por ano
Novas ferramentas alteram a rotina da indústria na era digital – (crédito: Lula Lopes/ABDI)
A indústria tem sido um dos setores mais impactados por conta do avanço da tecnologia. Com as inovações digitais e a busca por maior eficiência, empresas de diversos segmentos têm adotado novas ferramentas para otimizar processos, reduzir custos e aumentar a produtividade. De acordo com pesquisa divulgada nesta semana, 84,9% (8.134) das 9.586 empresas industriais, em 2022, com 100 ou mais pessoas ocupadas utilizaram pelo menos uma tecnologia digital avançada, sendo a computação em nuvem a mais declarada (73,6%).
Os dados inéditos são do módulo temático de Tecnologias Digitais Avançadas, Teletrabalho e Cibersegurança, da Pintec Semestral 2022. As demais tecnologias avaliadas foram: internet das coisas (48,6%), robótica (27,7%), análise de big data (23,4%), manufatura aditiva (19,2%) e inteligência artificial (16,9%).
A Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), em parceria com a SPI Integração de Sistemas, lançou o projeto MetaIndústria Labs — que oferece laboratórios físicos e soluções digitais de realidade virtual e inteligência artificial para qualificação, consultoria e recursos tecnológicos. A iniciativa é composta por dois centros de engenharia — em São Caetano do Sul (SP) e em São Leopoldo (RS) — e quatro laboratórios.
Segundo o gerente do projeto MetaIndústria da ABDI, Bruno Jorge, as tecnologias devem ser projetadas a serviço da sociedade. “Para isso, é preciso que elas estejam a serviço das pessoas, dessas empresas, e precisam compreender o benefício e os riscos associados ao seu uso, e principalmente os problemas que vão resolver, que vão ser resolvidos com essas tecnologias”, ressaltou.
De acordo com a ABDI, as empresas participantes do projeto terão acesso a treinamentos teóricos e qualificação, consultorias, avaliações de cenário e acompanhamento de parceiros. Além disso, elas terão acesso a recursos avançados, como inteligência artificial, realidade aumentada e virtual, e ambientes tanto físicos (laboratórios) quanto digitais de alta qualidade (tecnologia Omniverse).
Essas oportunidades permitirão que as empresas ampliem o uso de tecnologia, realizem reformas em suas linhas de produção e façam outras adaptações necessárias para aumentar a produtividade por meio da adoção de uma estrutura industrial digitalizada e integrada. O objetivo é proporcionar um ambiente propício para o crescimento e a inovação das empresas, com acesso a recursos de ponta e suporte especializado.
Inovações
Durante o lançamento do projeto, sete tecnologias inovadoras foram destacadas por sua capacidade de transformar a indústria. Essas ferramentas prometem melhorar a segurança, otimizar processos e tornar as operações mais ágeis. A primeira apresentada foi a “Rede 5G: O controle remoto da operação”, que desempenha um papel crucial na melhoria da segurança nas fábricas, na otimização de espaços e na agilidade das operações.
No MetaIndústria, esse produto será demonstrado por meio de funcionalidades que evitam possíveis interrupções, como ataques de hackers. Essas demonstrações destacam a importância do 5G na indústria 4.0 e a necessidade de garantir sua segurança.
Com as tecnologias atuais, é possível melhorar a segurança no local de trabalho, reduzindo riscos de acidentes e facilitando um aprendizado mais rápido. A experiência visa criar um ambiente de trabalho mais seguro, promovendo o crescimento pessoal e profissional.
Outra ferramenta apresentada foi a “Process 5.0: Recriando o fluxo de trabalho da engenharia”. À medida que a ABDI se aproxima de tornar as fábricas autônomas uma realidade, a tecnologia destaca a urgência de revisar o fluxo de trabalho da engenharia nessa trajetória.
O objetivo é eliminar as lacunas de conhecimento que surgem nas interfaces entre as diferentes fases de um projeto, criando modelos digitais de alta fidelidade. Quando faz esses simulados, os modelos podem aumentar significativamente a produtividade e a sustentabilidade.
O MetaIndústria está trazendo uma nova era para a indústria, impulsionada por tecnologias avançadas que prometem melhorar a eficiência, a segurança e a sustentabilidade. Com essas inovações, a indústria está se preparando para enfrentar os desafios do futuro e se tornar cada vez mais competitiva.
Movimentação bilionária
A adoção de agentes virtuais criados a partir de Inteligência Artificial — como o ChatGPT, YouChat, Jasper, Bard — tem sido cada vez mais frequente em diversos setores visando otimização de tarefas e atualização dos processos. As aplicações não estão sendo benéficas somente para as indústrias, mas também para o mercado, que está aquecido com as movimentações que a inteligência artificial tem gerado.
Segundo o recente relatório da Bloomberg Intelligence, apenas entre este e o ano passado, as aplicações de inteligência artificial voltadas para o usuário final movimentaram US$ 40 bilhões. A expectativa é de que até 2032 a IA alcance US$ 1.3 trilhões com as movimentações de mercado. O estudo ainda aponta que a taxa de crescimento da inteligência artificial na próxima década deve ser de 42% ao ano, quase o dobro do alcance anual.
O impacto econômico positivo com o uso das ferramentas é exemplificado na automação de tarefas, criação de novos modelos de negócios, redução de custos operacionais, melhoria na experiência do cliente e inovação na indústria. A tendência é que, aplicada no mercado de trabalho, a tecnologia movimente ainda mais a economia.
“O mercado já entende a força que a tecnologia tem em movimentar a economia, gerar mais rentabilidade e auxiliar no dia a dia para que as demandas sejam entregues com cada vez mais rapidez e assertividade. A aplicação de agentes inteligentes no mercado de trabalho não é mais uma tendência, é uma necessidade e essa evolução não volta atrás”, aponta Thiago Oliveira, CEO e fundador da Monest.
Com informações do Correio Braziliense
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