No congresso do PSB, presidente fala em concorrer a mais um mandato e exorta união das esquerdas para a disputa às vagas ao Senado
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva manifestou, ontem, no congresso do PSB, o desejo de concorrer à reeleição no ano que vem. Ao final de um discurso de mais de uma hora, propôs a união entre partidos de esquerda, em 2026, e frisou a importância de eleger senadores progressistas — no próximo pleito, serão escolhidos dois parlamentares por unidade da Federação.
“Se eu estiver bonitão do jeito que estou, apaixonado do jeito que estou e motivado do jeito que estou, a extrema-direita não volta a governar este país”, afirmou Lula, ao lado do prefeito do Recife, João Campos, que tomou posse no comando do PSB.
A exortação de Lula no congresso dos socialistas é por conta da movimentação dos bolsonaristas para elegerem um grande número de senadores e, a partir daí, criarem as condições de fazer tramitar impeachments de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). O alvo preferencial dos apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro é Alexandre de Moraes, que vem conduzindo as ações que tramitam na Corte sobre a organização de um golpe de Estado depois das eleições de 2022 e a que investiga a disseminação de fake news por extremistas de direita nas redes sociais.
“Precisamos eleger senadores da República. Precisamos ganhar a maioria do Senado, porque, senão, esses caras [bolsonaristas] vão avacalhar a Suprema Corte. Precisamos preservar as instituições que garantem a democracia neste país. Se alguém for destruir aquilo que a gente não gosta, a gente não vai salvar nada”, afirmou o presidente.
No discurso, Lula foi ovacionado pelos membros do PSB e deixou claro que não há divergências entre seu partido, o PT, e o do vice-presidente Geraldo Alckmin. Na mesa da convenção, também estava o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), igualmente elogiado.
“Independentemente do partido a que você pertence, o teu comportamento e a tua eleição como presidente da Câmara são a demonstração de que, após tantas coisas ruins que vivemos, começam a acontecer coisas boas”, disse.
Lula também foi só elogios ao novo presidente do PSB, João Campos, de apenas 31 anos. Considerado um dos principais nomes de uma possível renovação política no campo progressista, o prefeito de Recife — que foi reeleito no primeiro turno com uma votação acima de 78% — é o mais jovem político a comandar o partido e substitui Carlos Siqueira, que permaneceu 10 anos no posto e assume o comando da Fundação João Mangabeira, ligada aos socialistas.
Para Campos, a aliança entre Lula e Alckmin é estratégica e foi fundamental para a vitória nas eleições presidenciais de 2022. Ele reforçou a posição do PSB de apoiar o presidente e manter a chapa vencedora de quase quatro anos atrás para a disputa à reeleição, no próximo ano.
“Não existe partido sem democracia. Não existe justiça social sem democracia. E é papel de quem compreende isso ajudar a fazer um governo dar certo e ajudar a vencer uma eleição importante e estratégica, como será a de 2026. Não vamos titubear. Não vamos brincar com nada disso em nenhum estado brasileiro”, salientou Campos.
O prefeito, que figura como pré-candidato ao governo de Pernambuco em 2026, ainda recordou a importância do pai, Eduardo Campos — governador do estado durante sete anos e morto em um acidente aéreo, em Santos (SP), na campanha presidencial de 2014 —, para o fortalecimento do partido a nível nacional. Disse, inclusive, que está pronto para “derrubar muros e construir pontes”.
“Vamos trazer quem pensa diferente. Vamos trazer quem quer fazer o bem, mas não sabe como. Vamos mostrar que o nosso partido está pronto para colher uma grande frente política e vamos consolidar uma vitória democrática nos estados brasileiros e no nosso país, em 2026, ao lado do presidente Lula”, assegurou Campos.
EUA e Israel
Ainda no congresso do PSB, Lula condenou a manifestação do governo de Donald Trump sobre a atuação do ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes. Segundo o presidente, “que história é essa de os Estados Unidos quererem negar alguma coisa e criticarem a Justiça brasileira? Nunca critiquei a Justiça deles. Eles (EUA) fazem tanta barbaridade e nunca critiquei. Fazem tanta guerra, matam tanta gente. Por que que eles (os norte-americanos) vão querer criticar o Brasil?”, cobrou.
“Você veja que os Estados Unidos querem processar o Alexandre de Moraes porque ele está querendo prender um brasileiro, que está lá, fazendo coisa contra o Brasil o dia inteiro”, disse, referindo-se ao blogueiro Allan dos Santos. O bolsonarista está arrolado no inquérito das fake news. Contra ele, inclusive, há um pedido de extradição para que responda à Justiça brasileira, da qual é considerado foragido.
Lula também manifestou-se sobre o anúncio do governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, feito semana passada, sobre a criação de 22 novos assentamentos na região da Cisjordânia. Ele voltou a criticar a ação de Israel nos territórios ocupados e a condenar os ataques à Faixa de Gaza, ao acusar israel de cometer “genocídio” contra os palestinos.
“Por trás do massacre em busca do Hamas, o que existe, na verdade, é a ideia de assumir a responsabilidade e de ser dono do território de Gaza. Ora, o que estamos vendo não é uma guerra entre dois exércitos preparados num campo de batalha, com as mesmas armas. O que estamos vendo é um exército altamente profissionalizado matando mulheres e crianças indefesas”, criticou.
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