Em maio, o Distrito Federal registrou alta de 0,27% na inflação
Em maio, os preços do Distrito Federal registraram alta de 0,27%, de acordo com os resultados mensurados pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), sendo o menor resultado dentre as 16 regiões pesquisadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), e ficando abaixo da média nacional (0,83%).
O grupo de Alimentação e bebidas obteve destaque na contribuição negativa, reduzindo -0,05% ponto percentual (p.p.) no índice geral do mês em questão. Esse resultado se deu por conta da deflação das Frutas (-10,68% e 0,09 p.p.). O grupo Educação também registrou redução de preços, porém menos intensa.
Os produtos que contribuíram para reforçar a inflação no mês pertencem aos grupos de Saúde e cuidados pessoais (0,87% e 0,12 p.p.), Habitação (0,58% e 0,08 p.p.), Artigos de residência (1,17% e 0,04 p.p.), Transportes (0,14% e 0,03 p.p.), Vestuário (0,63% e 0,03 p.p.), Despesas pessoais (0,15% e 0,02 p.p.) e Comunicação (0,17% e 0,01 p.p.).
Em 12 meses, o IPCA da Capital Federal, acumula alta de 7,44%, percentual acima da variação do Brasil, calculada em 8,06%, e do limite superior da meta de inflação estipulada pelo Banco Central do Brasil (BCB) para 2021 (5,25%). Isso se deve, principalmente, ao aumento de 18,50% nos preços praticados na prestação de serviços de Transportes, influenciado pela alta dos Combustíveis (+61,15%) e, em especial, da Gasolina (+61,99%). Seguido da categoria de Alimentação e Bebidas, +11,33%. No mesmo período, apenas Educação registra queda de preços com variação negativa de -1,13%.
A pesquisadora da Diretoria de Estudos e Pesquisas Socioeconômicas da Codeplan, Jéssica Milker, explica: “O resultado mensal mostra que houve uma aceleração da inflação na capital federal e as perspectivas são de que o indicador deve manter-se elevado nos próximos meses. Isso porque, mesmo que o Banco Central esteja elevando a taxa Selic com o intuito de desestimular o consumo e, assim, segurar a inflação, alguns fatores como a valorização das commodities e a desvalorização do Real frente ao Dólar contribuem para elevar os preços de produtos alimentícios e combustíveis no mercado interno. Outro fator que merece atenção é o fato de o país estar com seus reservatórios das hidrelétricas em níveis críticos, o que pode elevar o custo da energia elétrica e, consequentemente, forçar a alta dos preços nos itens do grupo de Habitação. Dessa forma, percebe-se que a atual conjuntura pressiona pela alta de preços”, finalizou.
A Codeplan estimou o impacto da inflação por faixa de renda em 0,17% para os 25% mais ricos em maio de 2021 e de 0,36% para os 25% mais pobres do Distrito Federal. Em 12 meses, essas faixas acumulam altas de 7,37% e 7,14%, respectivamente. A menor inflação entre as famílias de maior renda é explicada pela queda de 37,10% nos preços da Passagem aérea, que possui um peso mais expressivo nessa faixa, enquanto a variação positiva de 3,62% na Energia elétrica, de elevada contribuição para as famílias de mais baixa renda, reforçou a diferença entre alta de preços percebida por esses dois grupos.
O INPC, que analisa a inflação das famílias de menor renda (até cinco (5) salários mínimos), atingiu 0,41% em Brasília, sendo menor que a nacional (0,96%) e que as demais regiões acompanhadas pelo IBGE. No acumulado de 12 meses, o DF registra alta de 8,60% e o Brasil, 8,90%.
O ICDF de maio apresentou queda na variação total de preços de -19,23%, o resultado se deu por conta da influência do grupo das frutas (-23,73%), legumes (-5,4%) e verduras (-19,89%). O grupo de ovos e grãos foi o único que apresentou aumento de 2,51%.
João Bosco, da Diretoria técnico-operacional da Ceasa/DF, esclareceu: “As variações são mais bruscas do que no IPCA e INPC por avaliarmos um grupo bem menor de produtos. Comum a amostra mais pequena, preços a possibilidade de compensações é menor. Além disso, é importante destacar que o ICDF avalia o mercado atacadista, enquanto os índices ao consumidor percebem a inflação do varejo”.
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