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Especialista dá dicas de como organizar as despesas no começo do ano

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2024 começa e o brasiliense se prepara para arcar com gastos previstos para o período como IPVA, IPTU e material escolar

Muita gente dá uma pausa no período das festas de fim de ano e em janeiro para descansar, viajar ou tocar outros projetos que não envolvam o trabalho. No entanto, as contas nunca dão tempo. O início de ano já anuncia a chegada de novas contas, como o Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA), Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU) e, para quem tem filhos, o material escolar.

Para um bom planejamento financeiro ao longo do ano, Adriano Marrocos, conselheiro do Conselho Federal de Contabilidade, diz que o primeiro passo é analisar as contas que vêm do ano passado e tentar se livrar delas. Marrocos também alerta sobre o cartão de crédito. “Ele é muito bom para fazer compra programada, mas jamais entre no crédito rotativo, que é quando se parcela a fatura do cartão. São as taxas de juros mais altas do mercado”, alerta o contador. Para quem está enrolado com o cartão de crédito, o conselho de Adriano é tomar um empréstimo, que tem taxas mais baixas, e quitar a dívida com o cartão de crédito.

IPVA e IPTU

O IPTU e o IPVA também devem pesar no bolso do brasiliense no início do ano. A primeira parcela do IPVA, por exemplo, deve ser paga entre os dias 19 e 23 de fevereiro, a depender do algarismo final da placa do veículo. No Distrito Federal, o governo dá a possibilidade de os impostos serem pagos em cota única, com 5% de desconto do valor final. “Para quem tem condições de pagar à vista, vale a pena, já que a inflação está abaixo dos 5%, ou seja, o desconto é real”, explica Adriano Marrocos.

De acordo com o conselheiro, pagar parcelado também não é uma má ideia para aqueles que estão sem folga para pagar a parcela única. “Se considerarmos o desconto dado no pagamento à vista como a taxa de juros, acaba sendo um bom empréstimo”, detalha.

No fim de dezembro, o Governo do Distrito Federal (GDF) publicou no Diário Oficial do DF (DODF), os valores venais (de venda) dos automóveis e imóveis, o que possibilita saber quanto irá pagar nos dois impostos em 2024. A previsão de arrecadação com os dois tributos é de R$ 3,2 bilhões, sendo R$ 1,7 bilhão do IPVA e R$ 1,4 bilhão do IPTU, segundo os cálculos do próprio governo.

De acordo com portaria publicada em novembro, o IPVA pode ser pago em até 6 parcelas, sendo que nenhuma delas deve ter valor menor que R$ 50. Se o valor total for menor que R$ 100, o imposto deve ser pago em cota única. O cálculo do tributo é feito sobre os valores venais do veículo e tem como base a tabela Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas).

A alíquota continuará sendo 3,5% sobre o valor do automóvel. A estimativa é de que haja redução de 4,32% no imposto relacionado aos automóveis, enquanto para os caminhões a previsão é de aumento de 0,8%.

Já o IPTU terá reajuste de 3,62% em relação aos valores pagos ano passado, acompanhando o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) de 2023. Pode também ser dividido em seis vezes ou ser pago em cota única. O vencimento das parcelas começa no dia 13 de maio e segue de acordo com o número da inscrição do imóvel. No mesmo boleto entra a cobrança da Taxa de Limpeza Pública (TLP). “Precisamos destacar a importância do cidadão pagar seus impostos, tanto IPVA quanto IPTU, com intuito de atender às ações do governo. Os valores arrecadados são revertidos para a população em segurança, educação, saúde, transporte e assistência social”, reforça Itamar Feitosa, secretário de Fazenda do DF.

O advogado e empresário Frederico Modesto, 25 anos, contou ao Correio que pretende pagar o IPVA pela cota única e aproveitar o desconto. “Imposto só é bom quando você não lembra dele. Por isso, quero me livrar o quanto antes”, revela. Já Rogério Reis, 43 anos, ainda não sabe a forma que irá pagar os dois tributos. “Vou esperar as contas chegarem para decidir isso. Ano passado, paguei o IPVA em cota única graças ao crédito do Nota Legal”, lembra o bancário, que, por outro lado, optou pelo parcelamento do IPTU em 2023.

Novo ano letivo

Com o ano novo, também começa o ano letivo. Pais e responsáveis precisam arcar com gastos a mais com materiais didáticos e de papelaria. “O indicado é pagar o material escolar sem juros e não atrasar as parcelas do cartão de crédito”, aconselha Adriano Marrocos.

Trocar os materiais do ano passado pelos deste ano é uma boa saída para quem não tem condições de comprar tudo novo, aponta o conselheiro do Conselho Federal de Contabilidade. “Ou comprar de segunda mão. Já existem sites especializados na troca e venda de livros usados. Também é preciso orientar os filhos a preservar os livros, evitando riscar ou dobrá-los para que não percam o valor para o ano seguinte”, observa Marrocos. “Mochilas, cadernos e outros materiais estilizados com personagens costumam ser mais caros e a criança provavelmente vai querer comprar. Então, o indicado é não levar os filhos para a compra do material escolar”, acrescenta.

Dayse Lima, 33 anos é mãe de dois filhos matriculados na escola. As aulas retornam em fevereiro, mas ela já está adiantando a compra do material escolar deste ano. A moradora de Sobradinho conta que fez pesquisa em várias lojas e achou que os preços altos.

Ela prefere comprar os materiais dos filhos de uma vez só. Para o mais novo, a escola pede mais materiais de papelaria do que para a filha mais velha. E, na hora de pagar, opta pelo pagamento que tenha desconto “Quando vou pagar sempre pergunto se tem desconto à vista. Se tiver, pago à vista, se não, prefiro comprar no cartão de crédito para acumular milhas”. O gasto com as compras de materiais foi em torno de 500 reais, sem contar com os livros didáticos.

Pai de três filhos em idade escolar, Vandilson Araújo, 36, está fazendo uma ampla pesquisa de preço em lojas físicas, mas, caso não ache o que procura nos estabelecimentos, pretende recorrer à internet. Durante as compras, ele conta que, para economizar, procura itens que venham com brindes como a caixa de lápis de cor que vem acompanhada do lápis grafite, apontador e borracha. “Com os meus três filhos, acredito que vou gastar mais de R$ 1 mil”, prevê.

Adriano Marrocos destaca que toda a família tem que se unir no esforço para economizar, não apenas os pais ou responsáveis. “Economizar dói, mas toda a família tem que participar desse esforço. Conseguir educar os filhos nesse sentido vai torná-los adultos mais responsáveis financeiramente”, sustenta o contador.

Com informações do Correio Braziliense

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Jornalista

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