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Bolsa Família reduz casos e mortes por tuberculose no Brasil, revela estudo internacional

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Pesquisa publicada na Nature Medicine mostra que o programa de transferência de renda tem impacto na saúde pública, principalmente entre os mais vulneráveis

Um estudo publicado na revista científica Nature Medicine nesta sexta-feira (03.01) revelou o impacto do Programa Bolsa Família (PBF) na redução da incidência e mortalidade por tuberculose no Brasil. A pesquisa, que foi conduzida por uma equipe internacional de cientistas e analisou dados de mais de 54 milhões de brasileiros entre 2004 e 2015, aponta que o programa foi responsável pela diminuição de mais da metade do número de casos dessa doença entre os que vivem em extrema pobreza e povos indígenas.  

Segundo dados divulgados pelo ISGlobal (Instituto de Saúde Global) de Barcelona, um dos responsáveis pelo estudo, a redução nos casos e mortes por tuberculose foi de mais de 50% em pessoas extremamente pobres e de mais de 60% entre os povos indígenas. A pesquisa, que utilizou dados do Cadastro Único (CadÚnico), focou em brasileiros de baixa renda, com renda per capita de até R$ 218 mensais. Entre os 54,57 milhões de pessoas analisadas, 23,9 milhões (43,8%) eram beneficiários do Bolsa Família, enquanto 30,66 milhões (56,2%) não recebiam o benefício. 

Ao cruzar esses dados com informações do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) e do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), os pesquisadores constataram uma redução nos casos de tuberculose e nas mortes relacionadas à doença entre os beneficiários do programa. 

O estudo destaca ainda que o programa contribui para melhorar as condições de vida, acesso à alimentação, saúde e educação, fatores que influenciam diretamente na prevenção e tratamento da tuberculose.

Além do ISGlobal (Instituto de Saúde Global) de Barcelona, a pesquisa contou com colaboração do Instituto de Saúde Coletiva (ISC) da Universidade Federal da Bahia (UFBA), o Cidacs (Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde) da Fiocruz Bahia e da Fundação “La Caixa” de Barcelona. 

Confira a íntegra do estudo aqui 

Para os autores da pesquisa, o Bolsa Família contribui para a redução da tuberculose ao melhorar as condições de vida dos beneficiários. O acesso à alimentação adequada, melhores condições de moradia, a ampliação do acesso à saúde e à educação são fatores que fortalecem o sistema imunológico e contribuem para a prevenção e o tratamento da doença.

“Este estudo reforça a importância de programas de transferência de renda, como o Bolsa Família, não apenas no combate à pobreza, mas também na promoção da saúde pública,” afirmou Priscila Pinto, pesquisadora do Instituto de Saúde Coletiva (ISC) da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e co-primeira autora do artigo, em entrevista à Folha de S. Paulo. 

“Os resultados demonstram que o programa tem um papel fundamental na redução das desigualdades sociais e na melhoria dos indicadores de saúde, especialmente entre os mais vulneráveis”, acrescentou o Dr. Davide Rasella, um dos autores do estudo.

Assessoria de Comunicação – MDS

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Jornalista

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