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Movimento Retomada pede conclusão das obras do Centro Cultural e Desportivo de Ceilândia; governo diz que pretende concluir projeto, mas não informa data  

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Mesmo a cidade sendo tradicionalmente conhecida pela forte produção artística e cultural, Ceilândia ainda não tem um centro de cultura; artistas, moradores e produtores culturais continuam uma luta iniciada por Luciene dos Santos Velez (Nina), em 1986

Ceilândia é conhecida no Distrito Federal por ser uma região administrativa de cultura pujante. Com quase meio milhão de pessoas, a região tem uma atividade artística e esportiva que faz dela, não só a maior cidade da capital federal, como também a mais original em se tratando de produção cultural. Por isso, um grupo de moradores locais, artistas da região e autoridades públicas, lutam há anos para seja concluído o Centro Cultural da cidade. O espaço, que fica na área onde já funciona a Biblioteca Pública Carlos Drummond de Andrade e a Praça da Juventude (dos Direitos) – ao lado da estação de metrô Ceilândia Norte – é uma idealização e conquista dos moradores, artistas e produtores culturais que desde 1986 pedem a construção do equipamento público que já começou a ser realizada, porém, ainda não foi concluída.

Em razão dessa paralisação, surgiu o Movimento de Retomada pela Continuidade da Construção do Centro Cultural de Ceilândia. O movimento, que visa a dialogar com o poder público sobre a necessidade da conclusão das obras, é mais uma tentativa que a população encontrou para reivindicar junto ao poder público o direito à arte e o lazer.  “Por ser uma proposta arquitetônica antiga e fora da realidade tecnológica, os membros do Movimento Retomada, na pessoa da Sr. Luciene do Santos Velez (Nina), articulou junto ao poder público a buscar um novo projeto arquitetônico moderno e adequado”, diz um dos integrantes do movimento, Ailton Velez da Silva.

Maquete de Francisco Alves da Silva sobre o projeto original do Centro Cultural e Desportivo de Ceilândia

Além de cobrar a continuidade das obras do centro cultural, o movimento busca também a manutenção do projeto arquitetônico original que foi idealizado junto com a comunidade local e que estaria sendo desconfigurado pelas intervenções que já foram feitas pelo governo no local. “Foi tirado o Ginásio de Esporte, a Cobertura do Forró, o Bar/Restaurante, o Teatro de Arena, a Administração e Arquivo da Cidade. Hoje temos apenas o Pavilhão de cursos e a Biblioteca pública”, explica Velez.

Ainda segundo o integrante do movimento, as obras, mesmo com toda sua importância, não foram concluídas devido à falta de “vontade política dos governos” e de “ação concreta dos parlamentares”. De acordo com Velez, que é produtor cultural em Ceilândia, a falta de apoio político é um dos principais motivos pelo qual ainda a maior cidade artística do DF não possui um centro cultural. “Tem apoio por parte da comunidade em geral, do poder público é que não temos o devido apoio institucional por meio de políticas públicas”, afirma.

Movimento Retomada

Tudo começou ainda na década de 80, quando surge na população de Ceilândia a necessidade de se construir um centro cultural para suprir a falta de espaços de lazer e entretenimento que existia – e ainda existe – na cidade. Depois, no final dos anos 90, a população conseguiu iniciar as obras, do que então passou a se chamar Centro Cultural e Desportivo de Ceilândia. O início das obras foi marcado com um show do cantor Belchior, em 1998.

Cantor Belchior durante apresentação, em Ceilândia, no ano de 1998, para celebrar o início das obras do Centro Cultural e Desportivo de Ceilândia

De lá pra cá pouca coisa, por parte do poder público, foi feita em prol do centro cultural. Não bastando a falta de iniciativa, os integrantes do Movimento Retomada – movimento esse que surgiu justamente para cobrar das autoridades medidas que levem à conclusão das obras – ressaltam ainda que cada gestão que passa no governo descaracteriza um pouco o projeto original que foi concebido pelo arquiteto Ricardo Stumpf Alves de Souza e pelos desenhistas Adilson Simões, Marlene Martins Araújo e José Abner M. Carvalho.  

Depois de anos de luta, começou a construção do primeiro do Pavilhão de Cursos e da Biblioteca; quase todo o resto do projeto original ainda não foi concluído

Por isso, o Movimento Retomada continua levantando a bandeira sobre a necessidade urgente de se concluir as obras do centro cultural que passará a se chamar, conforme um projeto de lei que já tramita na Câmara Legislativa, Centro Cultural e Desportivo de Ceilândia Luciene dos Santos Velez (Nina). “A luta pela construção teve a participação incansável desde o início, à frente e constituindo o Movimento Retomada, a Luciene dos Santos Velez (Nina), que deixou um legado de muita luta. Há um reconhecimento por parte da comunidade, do movimento cultural e do poder público que colocasse o nome dela como complemento a esse espaço”, diz Ailton Velez.

O Centro Cultural e Desportivo de Ceilândia passará a ter também o nome de Luciene dos Santos Velez (Nina) (à esquerda) por sua incansável luta pela cultural local

GDF

Nossa reportagem entrou em contato com Governo do Distrito Federal (GDF) para saber sobre a atual situação do centro cultural. Por meio da assessoria de imprensa, a administração regional de Ceilândia informou que é de interesse do governo a conclusão das obras e que já há um projeto em tramite na Novacap com essa finalidade. Mas disse não ter uma data para começar as intervenções.   

Sobre o projeto original, a regional informou que “o projeto precisa de alguns ajustes para o início das obras”. “Já recebemos o projeto pronto que foi elaborado pelo movimento cultural da cidade. Não participamos da elaboração do projeto. O projeto já está pronto, porém, poderíamos reunir o movimento para uma possível readequação.”

A assessoria comunicou ainda que está em andamento o processo de licitação da reforma da Biblioteca Carlos Drummond de Andrade e que já há recursos direcionados para as obras, sem também especificar a data de início.

Imagem da área que deve abrigar o Centro Cultural e Desportivo de Ceilândia Luciene dos Santos Velez (Nina)

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Jornalista

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