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UnB melhora posição, enquanto maioria cai em ranking mundial de universidades

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Novo levantamento internacional de instituições de ensino superior revela um cenário preocupante para as universidades brasileiras. A edição 2025 do ranking do Center for World University Rankings (CWUR), divulgada ontem, mostra que 87% das universidades do país listadas entre 2000 melhores do mundo, registraram queda.

Isso significa que, das 53 universidades brasileiras presentes na lista das 2000 melhores do mundo, 46 registraram declínio em suas posições. Apenas sete instituições conseguiram subir no ranking, entre elas, a Universidade de Brasília (UnB), que saltou de 836º para 833º posição na lista.

Segundo o CWUR, o principal fator para o declínio das universidades brasileiras é o desempenho em pesquisa. Esse enfraquecimento acontece em meio a uma intensificada competição global de instituições que são “bem financiadas”. A falta de investimento do governo também é citada como um fator crucial que contribuiu para essa queda massiva das instituições brasileiras.

Quedas

A Universidade de São Paulo (USP) caiu uma posição, passando do 117º para o 118º lugar. Apesar disso, a USP manteve sua liderança no continente, ficando à frente da Universidade Nacional Autônoma do México (282º), da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro, 331º) e da Unicamp (Universidade de Campinas, 369º).

Ao todo, foram analisados 74 milhões de pontos de dados baseados em resultados para classificar as universidades. 21.462 universidades foram classificadas e as melhores colocadas ficaram na Lista Global 2000, que inclui instituições de 94 países.

Os critérios avaliados pelo Centro para Rankings Universitários Mundiais para delimitar posições das instituições de ensino superior englobam a educação, a empregabilidade de ex-alunos, o corpo docente e as pesquisas desenvolvidas pela universidade. 

O critério que avalia a educação, de acordo com o CWUR, analisa o sucesso acadêmico de ex-alunos de uma universidade, em comparação ao tamanho do centro universitário. Já o critério de empregabilidade considera o sucesso profissional de ex-alunos de uma universidade em relação ao tamanho da instituição. Ambos os critérios têm pessoas de 25% em relação à nota geral.

O restante da avaliação do Centro para Rankings Universitários Mundiais dá o peso de 10% para o corpo docente de uma instituição e 40%, para a pesquisa universitária. Quanto aos professores, o CWUR avalia o número de membros do corpo docente que receberam as principais distinções acadêmicas.

Já na avaliação de pesquisas, o centro para rankings analisa o número total de artigos de estudos publicados (10%), além das publicações de alta qualidade — medidas pelo número de artigos de pesquisa que aparecem em periódicos de primeira linha (10%), a influência — medida pelo número de artigos de pesquisa que aparecem em periódicos altamente influentes (10%) e as citações — medidas pelo número de artigos de pesquisa altamente citados (10%).

Orçamento

Em nota enviada ao Correio, a assessoria de imprensa do Ministério da Educação ressaltou a recomposição orçamentária na educação superior como forma de melhorar as universidades brasileiras. “Na última semana, em uma ação que objetiva o compromisso do Ministério da Educação de fortalecer as universidades e os institutos federais, o ministro Camilo Santana anunciou a recomposição de R$ 400 milhões no orçamento das instituições e a regularização dos recursos para custeio no ano, com volta do limite anual de orçamento em 1/12”, afirmou o MEC. 

“Com essa ação, o governo federal retirou as instituições federais de ensino dos cortes orçamentários, como já havia acontecido em 2023 e 2024. Os investimentos em infraestrutura e apoio aos programas de pós-graduação também têm sido reforçados, visando ao desenvolvimento da ciência e da pesquisa no Brasil, além de elevar patamares que não eram alcançados desde 2017. Em 2024, foram R$ 5,1 bilhões de recursos para o fomento à pesquisa e à produção acadêmico-científica. As bolsas de estudo foram reajustadas em 40%, no início da gestão”, concluiu.

O CWUR é uma organização não governamental de consultoria política, “insights” estratégicos e serviços de consultoria para governos e universidades, para melhorar os resultados educacionais e de pesquisa. Sediado em Meca, na Arábia Saudita, o CWUR divulga, desde 2012, o ranking acadêmico de universidades globais, que avalia a potência do ensino, a empregabilidade, a qualidade do corpo docente e a qualidade das pesquisas desenvolvidas por cada instituição. Toda essa análise, de acordo com o CWUR, é feita independentemente de envios de dados universitários. 

O ranking começou como um projeto na Arábia Saudita, com o objetivo de classificar as 100 melhores universidades do mundo. Em 2014, o ranking foi expandido para listar as mil melhores e, em 2019, as duas mil melhores instituições de ensino superior, entre cerca de 21 mil universidades em todo o mundo.

Quatro perguntas para Rozana Naves, reitora da UnB:

A que se deve essa melhora na classificação da UnB?

Recebemos com satisfação a notícia da melhora da posição da Universidade de Brasília no ranking do CWUR. Atribuímos esse avanço a um trabalho coletivo e contínuo da comunidade universitária, que tem buscado excelência mesmo em meio a desafios orçamentários e estruturais. A gestão tem feito esforços para fortalecer as políticas de apoio à pesquisa, incentivar a formação e valorização docente, ampliar os vínculos com o setor produtivo e internacionalizar a universidade. Todos esses fatores contribuem, direta ou indiretamente, para indicadores como os utilizados pelo CWUR.

Algo foi feito de diferente na gestão da UnB?

A gestão tem atuado com foco na valorização das pessoas, no fortalecimento da ciência e na defesa da universidade pública, gratuita e de qualidade. Entre as iniciativas que merecem destaque estão a ampliação de ações voltadas à inovação e à internacionalização, o estímulo a projetos de impacto social, a melhoria de processos institucionais e a atenção ao bem-estar da comunidade universitária. Esse conjunto de ações reforça o desempenho da UnB em diversas frentes e garantem avanços como o que foi registrado no ranking.

 Quais os próximos desafios da universidade em meio a contextos de mudanças no mercado de trabalho que demandam reinvenção na qualidade do ensino superior?

Sabemos que o ensino superior precisa, cada vez mais, dialogar com as transformações do mundo do trabalho, da tecnologia e da sociedade. Nossa missão é formar profissionais éticos, criativos e preparados para atuar em contextos diversos, promovendo inovação sem perder de vista a inclusão e a responsabilidade socioambiental. A universidade precisa se reinventar, mas sem abrir mão de sua essência pública, gratuita, laica e de qualidade. Esse é o desafio: acompanhar as mudanças do mundo sem comprometer os princípios que sustentam nossa instituição.

 O ranking mencionado considera pilares como “Educação, Empregabilidade, Corpo Docente e Pesquisa”. Diante da melhora da UnB no ranking, o que a senhora destaca da universidade entre esses critérios?

Entre os pilares avaliados, destaco especialmente o compromisso da UnB com a formação crítica e de qualidade, a produção científica relevante e o impacto socioambiental do conhecimento gerado aqui. Temos uma comunidade acadêmica extremamente qualificada e dedicada, que mantém a universidade como referência nacional e internacional em diversas áreas. A qualidade do nosso corpo docente, a força da nossa pesquisa e o empenho em garantir uma educação transformadora são fatores que se refletem diretamente em indicadores como os utilizados pelo CWUR.

Com informações do Correio Braziliense

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