3 vezes Rebeca! Brasileira conquista medalha de prata no salto em Paris
Com o resultado, Rebeca igualou o recorde de atleta com mais medalhas olímpicas (com cinco) e ampliou a vantagem apenas entre as mulheres
Rebeca Andrade agora pode se orgulhar e dizer que divide com os velejadores Robert Scheidt e Torben Grael o posto de maiores medalhistas olímpicos do Brasil. Neste sábado (3/8), a paulista terminou em segundo lugar na final do salto feminino, faturou a prata e levará para casa a quinta conquista no maior evento esportivo do planeta.
O ouro ficou com Simone Biles. Em Paris-2024, a americana também foi campeã da disputa por equipes e do individual geral. Simone parecia nervosa antes de saltar. Realizou dois aquecimentos e caiu uma vez. Fechou a cara. Rebeca Andrade só observa. Sequer levantou do banco e tirou a roupa de aquecimento, como quem não gostaria de revelar a estratégia.
A nova conquista de Simone Biles comprova o equilíbrio das decisões dos saltos. Somente uma vez a prova teve campeã consecutiva. Em 1964 e em 1968, a tcheca monopolizou os ouros. O bronze ficou com Jade Carey, dos EUA.
Detalhes dos saltos
A primeira a saltar foi Valentina Georgieva. A búlgara havia feito 13.999 na classificatória e, no primeiro, foi bem, com 14.100. No segundo, obteve 13.866, com nota final 13.983, abaixo para brigar por pódio. Nesta prova, as atletas executam dois movimentos e recebem a nota final com base na média dos índices. Na sequência, An Chang-ok, da Coreia do Norte, entrou e subiu o sarrafo: 14.216. Quem passou longe foi canadense Shallon Olsen. Repetiu os 14.100 de Georgieva na tentativa um, mas caiu no segundo e ficou com 13.366.
Com a nota de corte ainda abaixo, Simone Biles entrou em ação e “apelou” com o Biles II, salto de maior dificuldade da ginástica. O movimento foi avaliado com 15.700. Após aliviar a tensão, recebeu 14.900 e ficou com 15.300, a mesma da classificatória, e assumiu a liderança. A nota final foi superior à de Rebeca Andrade, campeã em Tóquio-2020. Naquela decisão, a brasileira fechou a caça pelo ouro com 15,083.
Vestida com collant branco de cristais azuis, a brasileira se colocou na briga com o primeiro salto. Qualificada com 14.683, fez 15.100 após cheng com aterrissagem perfeita. No segundo, protagonizou um Amanar, movimento de maior dificuldade, com duas piruetas e meia, não cravou e teve “desconto” com 14.833. Fechou com média de 14.966.
O combate psicológico de Rebeca e Simone começou ainda na apresentação das ginastas finalistas. Novamente, as duas foram extremamente ovacionadas pela Arena Bercy lotada. A norte-americana executou dois saltos de aquecimentos (inclusive um Biles II, com uma queda calculada). O collant escolhido por Simone também chamou atenção. Ela escolheu um vermelho, com cristais no mesmo tom. Simbólica, a cor é escolhida pela estrela na intenção de fazê-la se sentir mais poderosa. A paulista manteve o mistério até uma roupa branca cristalizada em azul. Ao aquecer, mostrou disposição de arriscar pelo ouro.
Biles X Rebeca
Em Paris, a competição entre Rebeca Andrade e Simone Biles se intensificou e ponto a ponto as duas competiram ao longo dos dias. Apesar de ter cravado os dois saltos neste sábado, Biles teve nota inferior a de Rebeca durante a competição por equipes. A brasileira obteve a nota de 15.100, a mesma da final, enquanto Biles obteve 14.900, na ocasião.
As duas terão ainda mais dois confrontos juntas nas finais da trave e do solo, que ocorrem na manhã de segunda-feira (5), a partir das 7h (horário de Brasília).
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