Lula e Bolsonaro disputarão o segundo turno em 30 de outubro
Os brasileiros terão que esperar mais 27 dias para conhecer o próximo presidente da República. Na votação deste domingo (2), os candidatos Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL) chegaram à frente na corrida presidencial, mas não conseguiram o número de votos necessários para encerrar a escolha e terão que disputar um segundo turno.
Às 23h50, com 99,9% das seções totalizadas, Lula registrou o apoio de 57.173.187 eleitores, o equivalente a 48,4% dos votos válidos. O atual presidente Bolsonaro alcançou 51.051.226 votos (43,22%).
Os candidatos a presidente e a governador que passaram ao segundo turno podem voltar a fazer campanha depois de 24 horas do fim da votação — isto é, depois das 17h desta segunda-feira (3). A propaganda eleitoral gratuita no rádio e na televisão recomeça dia 7 e vai até o dia 28.
Tentativa de retorno
Luiz Inácio Lula da Silva, 76 anos, nasceu em Garanhuns (PE). Aos sete anos, migrou com a família para Santos (SP). Trabalhou em indústrias de metalurgia e foi presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo e Diadema. Liderou greves na região do ABC paulista e, em 1980, participou da fundação do Partido dos Trabalhadores (PT).
Lula foi deputado federal por São Paulo (1987-1991) e tentou a Presidência da República por três vezes (1989, 1994 e 1998) até ser eleito em 2002, e reeleito, em 2006.
Em abril de 2018 foi preso, depois de condenado por corrupção. Assim, ele foi impedido de concorrer à Presidência da República naquele ano, com base na Lei da Ficha Limpa (Lei Complementar 135, de 2010). O ex-presidente passou 580 dias preso em uma cela da Polícia Federal no Paraná. Em abril de 2021, o Supremo Tribunal Federal (STF) anulou as condenações de Lula, que recuperou seus direitos políticos.
Lula foi casado com Maria de Lourdes da Silva e com Marisa Letícia Lula da Silva, tendo ficado viúvo dos dois casamentos. Pai de cinco filhos, Lula hoje é casado com a socióloga Rosângela da Silva, conhecida por Janja.
O vice do candidato petista é Geraldo Alckmin (PSB), 69 anos. Médico anestesista e professor, começou sua carreira política em 1973, quando assumiu o cargo de vereador em sua cidade natal, Pindamonhangaba (SP).
Em 1976 elegeu-se prefeito e, na sequência, deputado estadual e federal. Alckmin foi governador de São Paulo por dois períodos: de 2001 a 2006 e de 2011 a 2018, sendo o político que por mais tempo comandou o governo paulista desde a redemocratização do Brasil.
Ele também tentou a Presidência da República em 2006 e 2018. Em março de 2022, Alckmin migrou do PSDB para o PSB, para ser candidato a vice-presidente na chapa encabeçada por Lula.
Alckmin é casado, desde 1979, com Maria Lúcia Guimarães Ribeiro Alckmin, mais conhecida como Lu Alckmin. O casal teve três filhos: Sophia, Geraldo e Thomaz. Este último morreu em um acidente de helicóptero, em abril de 2015.
Luta pela reeleição
Jair Messias Bolsonaro, 67 anos, tenta permanecer no cargo após ter sido eleito presidente em 2018. Natural de Campinas (SP), é capitão reformado do Exército. Começou sua carreira política no Rio de Janeiro (RJ), em 1989, quando foi eleito vereador. Foi deputado federal por sete mandatos consecutivos, de 1991 e 2018 — ano em que se candidatou a presidente da República. Elegeu-se pelo PSL, mas atualmente está no PL.
Em setembro de 2018, durante uma passeata em Juiz de Fora (MG), sofreu um atentado a faca e teve que passar por cirurgias e ficar internado. Com uma campanha voltada para temas morais, foi eleito no segundo turno de 2018, com 55% dos votos.
Bolsonaro é pai de cinco filhos. Três deles são políticos: Carlos Bolsonaro é vereador no Rio de Janeiro; Eduardo Bolsonaro é deputado federal por São Paulo; e Flávio Bolsonaro (PL) é senador pelo Rio de Janeiro. Ele também é pai de Jair Renan Bolsonaro. Sua caçula, Laura Bolsonaro, de 11 anos, é fruto do atual casamento, com Michele Bolsonaro.
O vice de Bolsonaro é Walter Souza Braga Netto, 65 anos. Mineiro de Belo Horizonte, ingressou na Academia Militar das Agulhas Negras (Aman) em 1975 e alcançou o posto de general de Exército, o mais alto da hierarquia da Força.
Durante o governo Bolsonaro, foi ministro da Casa Civil (de fevereiro de 2020 a março de 2021) e da Defesa (entre março de 2021 e abril de 2022). Antes de entrar para a política, atuou como interventor federal no Rio de Janeiro (RJ), de fevereiro a dezembro de 2018, durante o governo do presidente Michel Temer (MDB). Também concorre pelo PL.
Siga nossas redes sociais: