PETROBRAS NÃO PRETENDE INDENIZAR BRASILEIROS
A bolada de R$ 10 bilhões que o presidente da Petrobras, Pedro Parente, reservou aos acionistas, que ele pretende pagar antes mesmo de qualquer condenação judicial, diz respeito apenas a investidores dos Estados Unidos.
A companhia alega que não tem obrigação de indenizar investidores no Brasil. Cerca de mil acionistas se reuniram em um processo de arbitragem na Bolsa de São Paulo. A ação coletiva foi iniciada em dezembro de 2014 por investidores que se sentiram lesados com a perda no valor de seus ativos após a Operação Lava Jato.
Em comunicado, a Petrobras diz que o acordo “atende aos melhores interesses da companhia, tendo em vista o risco de um julgamento influenciado por um júri popular (e) as peculiaridades da legislação processual e do mercado de capitais norte-americano”. Alega ainda que apenas 0,3% dos casos de ações coletivas nos Estados Unidos chega à fase de julgamento, “o restante é encerrado antes por acordos por causa das incertezas dos julgamentos”.
“O acordo é o maior envolvendo uma ação coletiva na última década”, afirma um comunicado da Pommerantz, a firma nova-iorquina que representou o grupo de investimentos liderados pela Universities Superannuation Scheme contra a petroleira.
Em toda a história americana, o acordo é o quinto maior do gênero –e o maior de todos eles envolvendo uma empresa estrangeira que tem papéis negociados nos EUA. O valor total proposta fica atrás apenas dos casos Enron (US$ 7,22 bilhões), Worldcom (US$ 6,13 bilhões), Tyco International (US$ 3,2 bilhões) e Cendant Corporation (US$ 3,18 bilhões).