
Paulo Octávio – Foto:Antônio Sabino/BsbCapital
O ex-vice-governador Paulo Octávio, presidente do PSD-DF, admite lançar uma candidatura própria ao Buriti ou, no mínimo, ter uma vaga na chapa majoritária em 2026. Nesta entrevista ao Brasília Capital, o empresário não descarta apoiar Celina Leão (PP). “É uma mulher muito trabalhadora. Mas conversas sobre alianças políticas ainda não ocorreram e devem avançar mesmo às vésperas das eleições”. Em nível nacional, PO diz que Ratinho Jr., governador do Paraná, é “candidato natural” à Presidência e vê com bons olhos uma possível chapa da centro-direita com Ronaldo Caiado (União), governador de Goiás. “Caiado tem feito um trabalho extraordinário em Goiás e a candidatura dele é uma ótima opção”.

ELEIÇÕES 2026 – O PSD conseguiu eleger quase 900 prefeitos em 2024. Sentimos uma tendência natural do eleitorado brasileiro de caminhar para o centro. Isso foi perceptível nos pequenos e grandes municípios. É como se o eleitor tivesse entendido que o equilíbrio é o melhor caminho, que a política radical não constrói nada. Todos os bons governos que o Brasil teve eram de centro, a começar pelo nosso grande ídolo do PSD, o presidente Juscelino Kubitschek, que fez Brasília em 5 anos. Desde lá, quem construiu coisas positivas no Brasil foram governos que pensaram principalmente no desenvolvimento do país. Temos que construir uma avenida Brasil diferente. Não se justifica mais termos um crescimento pífio como tem ocorrido nos últimos anos.
CONCORRÊNCIA NO CENTRO ATRAPALHA? – Não, é muito bom. Se os partidos entenderem que o radicalismo não leva ao crescimento da sociedade, quem sabe é um despertar dos líderes partidários para buscar um caminho, de praticar uma democracia correta, de um entendimento civilizado, que os políticos possam conversar e idealizar projetos para o Brasil.
PSD NO GOVERNO LULA – O PSD participa do governo Lula em nome da governabilidade. O partido foi convidado a exercer uma função administrativa. Os ministros Alexandre Silveira (Minas e Energia), André de Paula (Pesca) e Carlos Fávaro (Agricultura) são figuras eminentes que estão fazendo um belíssimo trabalho. Os três ministérios que estão sendo ocupados pelo PSD são administrados pensando o Brasil. Nenhum dos ministros está na guerra. Não é fisiologismo. Pensar o Brasil de forma democrática, inteligente, racional, sem radicalismo, é justamente o que fez com que o partido tenha hoje quatro governadores (Sergipe, Paraná, Rio Grande do Sul e Pernambuco). Fui a São Paulo recentemente, tivemos um jantar com toda a cúpula do PSD. O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que eu admiro muito, também esteve presente, assim como o prefeito do Rio, Eduardo Paes, que é um grande quadro do partido. O que se costura é o entendimento de que o PSD tem a intenção de lançar um candidato a presidente da República.
RATINHO JR. É A BOLA DA VEZ? – Hoje, o candidato natural do PSD é o Ratinho Júnior. Quem participou da campanha de 1989, onde tivemos vários candidatos como Ulysses Guimarães, Brizola, Caiado, Covas, Lula e Collor, lembra que foi uma eleição democrática, onde todo mundo apresentou suas ideias. De lá para cá, o que aconteceu? As eleições ficaram sempre polarizadas. Uma época, ficou PSDB x PT, e agora o PSDB deu lugar ao bolsonarismo. Na prática, não houve troca de ideias e faltou diálogo. Não vejo problema de o centro ter bons candidatos. Se o Caiado for candidato, se o Ratinho for candidato, é bom. No segundo turno todos vão se encontrar.

CHAPA RATINHO-CAIADO – Vejo com bons olhos. A questão é que o União Brasil está avaliando se vale a pena levar a candidatura do Caiado adiante. Ele se apresenta bem. Tem feito um trabalho extraordinário em Goiás. Sua candidatura é uma ótima opção. Cabe lembrar que só se é candidato pra valer depois da convenção partidária, o que ocorre a partir de junho de 2026. Até lá muita coisa vai acontecer. Mas é possível, sim, diria natural, uma chapa composta por Ratinho e Caiado. Agora, inegavelmente, todos os partidos de centro e de direita gostariam de ter o apoio de Jair Bolsonaro. Mal ou bem, lançando qualquer candidato, o bolsonarismo tem de 20% a 30% do eleitorado brasileiro.
ISENÇÃO DE IR PARA ATÉ R$ 5 MIL – Não acho injusto. Ninguém é contra. Apenas é preciso indicar qual é a fonte de receita. É bom que se diga que os mais ricos já pagam impostos. O que não pode é sobrecarregar uma classe que daqui a pouco vai ter que carregar todos os benefícios sociais que o Brasil tem apontado nos últimos anos. Alguém paga a conta. Houve agora o aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras). Vai penalizar quem produz e a geração de empregos. É por isso que todos os países cresceram e o Brasil não cresceu. Não houve incentivo ao setor produtivo.
FIM DA JORNADA 6×1 – É uma análise que tem que ser feita por toda a sociedade, inclusive as microempresas, que vão ser as mais penalizadas. A sociedade quer, logicamente, trabalhar menos, ter mais horas de lazer. Mas tem que saber o momento certo. Hoje, aqui em Brasília, o desemprego está muito baixo. Para contratar uma pessoa para qualquer área, seja na construção civil, hotelaria, é uma dificuldade enorme. Falta gente querendo trabalhar.
EMPREENDEDORISMO X PREVIDÊNCIA – Não tenho dúvida de que uma nova reforma da Previdência vai ocorrer. Primeiro, porque as pessoas estão vivendo mais. Segundo, porque tem muita gente que não contribui para a Previdência. Ou seja, se aumentar a faixa de pessoas não contribuintes, logicamente o peso lá na frente vai ser maior. Hoje, muitos jovens não são contribuintes, principalmente entregadores, motoristas de aplicativo. Mas essas pessoas vão envelhecer e precisar de uma aposentadoria. É uma questão séria para ser discutida.
RELAÇÃO COM IBANEIS E CELINA – Eu fui candidato em 2022 contra o Ibaneis. Logo depois da eleição, tive uma conversa telefônica com o governador. Cumprimentei-o pela vitória em primeiro turno, um fato importante em Brasília. O único governador, até então, que ganhou o primeiro turno aqui no DF foi o [José Roberto] Arruda, comigo de vice. Senti um espírito desarmado do governador Ibaneis por ter resgatado a amizade. Eu tinha o apoiado em 2018. Hoje o PSD está na base do Ibaneis, apesar de o partido não ter nenhuma função de destaque no governo. O espaço do PSD é mais representado pelos dois distritais (Robério Negreiros e Jorge Viana). E todas as medidas importantes do governo foram apoiadas pelo partido.
PSD APOIA CELINA AO BURITI? – Eu tenho dito que o PSD, pelo seu tamanho, pela sua expressão nacional, tem que estar na chapa majoritária. Temos nomes para isso. É um partido que pode, por exemplo, estar numa candidatura ao Senado, a vice-governador ou como cabeça de chapa. Tem o meu nome, o do André Kubitschek, do Luiz Pitiman, do Ronaldo Fonseca, Roberto Giffoni e Estênio Campelo. Em relação ao nome da Celina, não houve ainda reunião do PSD com o governador Ibaneis, nem com a Celina, uma mulher extraordinária, muito trabalhadora. Encontro com eles constantemente, mas não se discute nada por enquanto. Acredito que isso vai ocorrer mesmo às vésperas das eleições.
DIÁLOGO COM A ESQUERDA – Já me encontrei duas vezes com o Leandro Grass e estive com o Ricardo Cappelli. Falamos sobre Brasília e o futuro da cidade, mas não avançou absolutamente nada em relação a aliança política. Tenho conversado com todos os líderes políticos de Brasília, mas ainda é cedo para tomar posição. Entendo que o PT terá candidato. O PSB também pode lançar. Vamos ver como fica isso no futuro.
POR SER BOLSONARISTA, CELINA POLARIZA? – Não vejo desta forma. A Celina não tem um discurso muito bolsonarista. O que vejo é uma proximidade dela com a Michelle Bolsonaro, ma amizade costurada no segundo turno da eleição presidencial, uma sinergia entre duas mulheres importantes no Brasil. Acho que se a Celina tiver o apoio da Michelle, realmente vai representar uma força política significativa.
PRIORIDADES PARA O DF – Defendo tarifa zero total no transporte público. Eu pregava, também, o mutirão de cirurgias em Brasília. É necessária uma responsabilidade maior à saúde, que realmente tem um orçamento muito grande e necessita de uma administração mais executiva. Não é difícil fazer isso. Eu vejo o esforço do governador Ibaneis. Mas a saúde de Brasília tem um questionamento grande porque os hospitais acolherem pacientes do Entorno. No mais, entendo que a política de desenvolvimento do atual governo tem sido muito positiva, muitas obras em andamento. É extraordinário o crescimento econômico da cidade. O DF tem capacidade para ser o centro dos grandes eventos nacionais e internacionais. Um polo de desenvolvimento atacadista, social, político, econômico e de eventos. O próximo governante, seja quem for, precisa pensar que essa é a capital mais importante do País. Muita segurança, boa saúde e uma educação primorosa são as chaves do sucesso.
VALORIZAÇÃO DOS PROFESSORES – Para dar aumento, precisa ter dinheiro para pagar. É questão de orçamento. O aumento para os professores é mais que merecido. Agora, a conta quem tem que fazer é o governador. Tenho visto boa vontade do Ibaneis em melhorar os salários dos funcionários públicos. Não acredito que se encerre a negociação, visto que o equilíbrio dos salários dos professores é fundamental para a nossa cidade. Alguma reposição tem que ter. A luta dos professores é justa. Fui aluno de escola pública, estudei no Caseb, na UnB. Sou muito grato aos professores que moldaram o meu caráter e o meu conhecimento de vida.
ESQUERDA X DIREITA – O certo é que o PSD vai caminhar em uma posição de centro. Se o bolsonarismo quiser apoiar a gente, ótimo. Se o petismo quiser, ótimo. Nós queremos apoio. O PSD quer que o Brasil cresça. A avenida Brasil tem que ter um caminho enorme, não pode ficar olhando os dois lados. Tem que pensar em desenvolvimento para todas as camadas sociais e melhorar a vida das pessoas. É isso que importa.
Orlando Pontes e Tácido Rodrigues
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