Agente comunitário é elo entre a população e os serviços de saúde
Profissional desempenha diversas funções dentro e fora das unidades básicas do DF, como cadastramento de usuários e visitas domiciliares
Essencial para estreitar laços entre a população e o Sistema Único de Saúde (SUS), o agente comunitário de saúde (ACS) desenvolve papel fundamental dentro da equipe de Saúde da Família (eSF). O Dia Nacional do Agente Comunitário de Saúde é comemorado em 4 de outubro.
Cada eSF é formada por, no mínimo, um agente comunitário e, no máximo, três. No DF, a média é de dois por equipe. Além de cadastrar usuários nas unidades básicas de saúde (UBSs), profissionais desse segmento atuam por meio de visitas domiciliares, busca ativa de pacientes, entrega de insumos e apoio a comunidades vulneráveis.
Um dos mais de 1,3 mil ACSs da Secretaria de Saúde do DF (SES), Manoel Morais, que atua na UBS 1 da Candangolândia há 12 anos, tem uma rotina intensa. Entre suas atribuições, ele acompanha pacientes idosos e gestantes, faz visitas domiciliares e de eventos do calendário da saúde, dá orientações a um grupo de convivência de automassagem e participa de ações educativas em escolas e feiras, facilitando o acesso aos serviços da rede.
“Somos nós que trazemos a comunidade para dentro do consultório”, afirma. “Gosto do exercício do serviço. Posso fazer muito mais que coletar dados. Vejo que os moradores confiam em mim. Todos me conhecem não por ser o Manoel, mas por ser o rapaz que trabalha na unidade de saúde, e isso, por si só, chancela o meu trabalho e me faz feliz.”
Rotina de trabalho
Entre as visitas domiciliares rotineiras de Manoel, o contato com Miguelina Nunes, 83 anos, é frequente. Paciente acamada com Alzheimer, ela precisa de acompanhamento mais específico por conta da dificuldade em se alimentar.
“Ele me dá todo o suporte, faz curativos quando ela precisa”, afirma a filha de Miguelina, Cláudia Cristina Nunes, 53. “O Manoel é atencioso e carinhoso com ela e ainda ajuda toda a comunidade”, completa.
Cuidadora do casal João Agostinho da Silva e Francisca da Silva, ambos de 83 anos, Katerine Oliveira também elogia o trabalho de Manoel e da equipe da UBS 1 da Candangolândia.
“O que mais gosto no meu trabalho é ver a transformação acontecer”Neltidene Floraci, ACS da UBS 1 do Paranoá
“Eles são muito bem-atendidos por todos”, conta. “Recebemos fraldas e pegamos medicamentos lá na UBS mesmo.Nunca recebi um ‘não’ quando preciso de assistência. Às vezes, a médica vem até aqui, dependendo da situação.”
Interação familiar
Lotada na UBS 1 do Paranoá, Neltidene Floraci é agente comunitária de saúde há 19 anos e, como Manoel, se destaca pela dedicação. “O que mais gosto no meu trabalho é ver a transformação acontecer”, relata. “Hipertensos e diabéticos que já haviam desistido de fazer o controle da doença, agora esbanjam saúde, assim como pacientes que começaram a fazer caminhada e mudar a alimentação para escolhas mais saudáveis perdendo peso”.
A coordenadora de Atenção Primária à Saúde (APS) da SES, Fabiana Fonseca, reforça que a atuação do ACS é fundamental para aproximar as famílias, com suas necessidades, dos sistemas de saúde, evitando agravos que possam ocorrer devido à falta de orientação.
“O ACS é um elo da equipe com o usuário e a comunidade”, resume. “Sua atuação não está restrita ao domicílio, ocorrendo também nos espaços comunitários e na UBS. O trabalho do agente engloba ainda prevenção e monitoramento de risco ambiental e sanitário, identificação dos problemas e agravos da população.”