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Marido de distrital Paula Belmonte pode ser convocado para depor na CPMI dos atos antidemocráticos

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Enquanto uma deputada investiga o 8 de Janeiro na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Distrito Federal, o marido dela pode ser investigado na Comissão Mista do Congresso para apurar os atos antidemocráticos. A deputada federal Duda Salabert (PDT-MG) protocolou um requerimento de convocação, nesta terça-feira (4/7), de Luís Felipe Belmonte, advogado, empresário e marido da distrital Paula Belmonte (Cidadania-DF).

O requerimento na CPMI quer ouvir Luís Felipe Belmonte como testemunha. O documento cita que “há notícias de que ele teria ajudado a financiar uma suposta ‘organização criminosa’, criada por uma rede de aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro para atuar no mundo digital e propagar discursos antidemocráticos”.

O empresário já foi alvo de operação da Polícia Federal, em 2020, para apurar a suspeita de financiamento de grupos que realizaram atos antidemocráticos, em um inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF).

Duda Salabert ressalta, no pedido para ouvir Luís Felipe, que as manifestações de 8 de Janeiro “foram impulsionadas pelos manifestantes que se deslocaram para Brasília, ocuparam um acampamento golpista situado em frente ao Quartel-General do Exército, com estrutura que dependeu de recursos financeiros, sobre os quais ainda paira necessidade de esclarecimentos sobre a articulação e origem”.

Cadeira em xeque

Caso o requerimento seja aprovado na CPMI e o empresário figure como convocado para prestar esclarecimentos, a cadeira de Paula Belmonte na CPI em andamento na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) pode ficar em xeque. Distritais que compõe o grupo de investigação comentam nos bastidores que pode ser formulado um pedido de afastamento da deputada.

A ação teria como base o conflito de interesses, já que uma investigadora não poderia continuar as apurações enquanto o próprio marido estaria sendo investigado. Um movimento semelhante chegou a acontecer na CPMI quando governistas pediram o afastamento do senador Marcos do Val (Podemos-ES), após ele ser alvo de mandados de busca e apreensão autorizados por Alexandre de Moraes.

Do Val, no entanto, acabou pedindo o afastamento por conta própria. Na CPI do DF, Paula Belmonte também vem sendo uma aliada dos discursos bolsonaristas. Ela já chegou a dizer que os próprios pais estavam em manifestações antidemocráticas e causou constrangimento em uma reunião com Moraes quando defendeu golpistas que estavam acampados em frente ao Quartel-General do Exército em Brasília pedindo por intervenção militar.

Ao longo da CPI, a deputada também levou um puxão de orelha do presidente nacional do Cidadania, Roberto Freire. Ele repudiou a fala da distrital em defesa do acampamento e de quem lá estava, como os próprios familiares. “Não representa em nada o pensamento do partido”, disse Freire, na ocasião.

Na última sessão, Paula Belmonte ainda pediu a convocação de um fotojornalista que registrava os ataques de 8 de Janeiro. O presidente da CPI, Chico Vigilante (PT), discordou do requerimento, mas pôs em votação. A maioria da Casa votou contra, mas Paula fez reiterados pedidos para ter o fotógrafo como testemunha, levantando suspeitas de que as ações daquela teriam sido ensaiadas, com participação de “infiltrados”.

Com informações do portal Metrópoles

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Jornalista

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