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Governo libera Bolsa Família e BPC para seca na Amazônia

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Ajuda tenta diminuir o sofrimento da população da região, que há semanas convive com severa falta de chuvas e seus efeitos — queimadas, deslizamentos de terra, morte de animais e interrupção do transporte fluvial

Alckmin e Marina (de costas) visitam Catalão. Comunidade perto de Manaus ficou isolada pela baixa do Rio Negro – (crédito: Cadu Gomes/VPR)

O governo federal adiantará o pagamento do Bolsa Família e o do Benefício de Prestação Continuada (BPC) para os 55 municípios em estado de emergência (de um total de 62) por causa da seca que assola a Região Amazônica. Ontem, uma comitiva formada pelo vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, e pelos ministros Marina Silva (Meio Ambiente e Mudança do Clima) e Waldez Góes (Integração e do Desenvolvimento Regional) visitou Manaus e sobrevoou as cidades afetadas.

Também estão previstos benefícios para pescadores e produtores que tiveram o sustento afetado pela violenta estiagem. Alckmin garantiu que “não faltarão recursos” para o enfrentamento do problema ambiental.

“Hoje (ontem) foi dada a ordem de serviço para a dragagem do Rio Solimões, um trecho de 8km entre os municípios de Tabatinga e Benjamin Constant. A obra deve ficar pronta entre 30 e 45 dias. O Ministério de Portos e Aeroportos e o DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) também já estão trabalhando para, em 15 dias, contratar a dragagem do Rio Madeira, mais 12km”, salientou o vice-presidente.

Para Marina, é preciso destacar o papel das mudanças climáticas na frequência de eventos extremos. O Ministério do Meio Ambiente enviou 191 brigadistas para auxiliarem no combate aos incêndios. O grupamento conta com o auxílio de homens e equipamentos do Exército.

“Estamos vivendo dois fenômenos: o cruzamento do El Niño, que é um fenômeno natural, com a mudança do clima de forma descontrolada, com o aquecimento do Atlântico Norte. O cruzamento desses dois fenômenos fez com que começássemos o ano com enchentes aqui no Amazonas e no Acre, e secas terríveis no Rio Grande do Sul. Estamos terminando o ano com seca terrível no Amazonas, Acre e Rondônia, e enchentes terríveis no Rio Grande do Sul”, salientou a ministra.

Outra grande preocupação do estado é com o fornecimento de energia. Isso porque a hidrelétrica de Santo Antônio, que abastece o Amazonas, suspendeu as operações segunda-feira por conta do nível das águas — 50% abaixo da vazão média histórica. Alckmin, porém, destacou que não há risco de desabastecimento.

“A energia está garantida. Foi feito um trabalho, com antecedência, de reserva de combustível. Mesmo com a paralisação da usina, está garantida a energia”, garantiu. O governo federal estuda a possibilidade de contratar a energia de termelétricas para complementar o fornecimento, mas isso só acontecerá caso a estiagem se estenda além do previsto. Além das dragagens anunciadas, há a possibilidade de que novas obras contra o assoreamento dos rios sejam necessárias — o que será avaliado pelo Ministério do Interior e Desenvolvimento Regional.

Cerca de 200 mil amazonenses estão afetados pela seca severa, com acesso limitado a alimentos, água potável e produtos essenciais. Dos estados da região, o Amazonas é o que enfrenta a pior situação: além da estiagem, sofre com queimadas, deslizamentos de terra, mortes de animais e prejuízo ao transporte fluvial. Partes de Rondônia e Acre também estão afetadas.

A estiagem extrema provocou incêndios na floresta, no entorno de Manaus, afetando a qualidade do ar na capital e deixando-a coberta de fumaça logo ao amanhecer. Acredita-se, ainda, que a seca contribuiu para o deslizamento de terra que engoliu a Vila de Arumã, no município de Beruri. Na localidade, 40 casas desabaram e foram arrastadas para dentro do rio.

O transporte fluvial é essencial para o Amazonas, já que muitas comunidades não podem ser acessadas a não ser pelos rios. O escoamento da produção da Zona Franca de Manaus, por exemplo, depende dessas vias, assim como o transporte de insumos essenciais, como medicamentos.

Com informações do Correio Braziliense

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Jornalista

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