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Governo do DF escala equipes para monitorar regiões em situação de risco

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A governadora em exercício Celina Leão visitou o Sol Nascente para definir ações que possam mitigar os efeitos das fortes chuvas. Moradores de áreas de risco temem mais temporais

Em estado de alerta até março em decorrência das fortes chuvas que atingem o Distrito Federal, as equipes multidisciplinares do GDF deram início aos trabalhos de articulação, coordenação e atendimento de situações emergenciais em mais de 18 regiões afetadas pelos temporais. Ontem, a governadora em exercício Celina Leão (PP) visitou duas áreas do Sol Nascente para conversar com moradores, entender os problemas e debater soluções junto a órgãos governamentais.

Correio acompanhou a visita da governadora. Um dos pontos foi o Trecho 3, em que as ruas são tomadas por buracos, lama, cascalho e, no período chuvoso, chegam a se comparar a um riacho. À reportagem, Celina disse que aguarda o término do relatório elaborado pela Defesa Civil e outras entidades para dar início às execuções das obras, principalmente as consideradas emergenciais. “Estamos vendo o que podemos fazer, qual o tipo de intervenção. São regiões diferentes, cada uma com sua peculiaridade e problema. A Vila Cauhy, por exemplo, tem um córrego. Não dá para tirar o córrego, então é preciso pensar em qual maneira de agir para sanar o problema. Há a cobrança da população e, por isso, essas visitas”, afirmou.

O decreto assinado pela governadora em exercício coloca o GDF em estado de alerta, depois das fortes chuvas, e determina que os órgãos e as entidades tenham equipes de prontidão 24 horas e disponibilizem veículos, equipamentos, maquinários diversos e insumos.

A Vila Cauhy, no Núcleo Bandeirante, foi uma das regiões mais devastadas pelas chuvas. Logo na entrada da região, há um ponto de doações para as famílias. Os residentes de moradias irregulares terão prioridade para obter casas populares em programa da Codhab, informou Celina Leão. O Correio esteve no local ontem, no momento em que os moradores preenchiam uma ficha cadastral para entrada na fila de espera.

No Trecho 3 do Sol Nascente, região visitada pela governadora, moradores se queixam da ausência do asfaltamento e dos remendos na via, o que, segundo os residentes, pioram a situação na época das chuvas, queixa-se Virlania Brito dos Santos, 25 anos. Mãe de três filhos, de 6, 3 e 1 ano, ela relata o caos na rua quando chove.

Pelo fato de a casa ficar em um ponto mais alto da calçada, a diarista não sofre com problemas maiores de alagamento. “A rua vira um rio. É muito forte. Não entra na minha casa, mas vai até a calçada. Uma vez chegou a entrar e alagou um pouco, mas sempre ficamos com medo. Esses remendos que eles fazem no asfalto só pioram. Quando chove, a gente vê realmente como fica. Os buracos abrem”, desabafou.

Mesmo com os problemas na via, ela agradece o fato de as obras terem começado, mas espera um serviço de qualidade e o término delas. No meio da rua onde ela mora foi colocada uma espécie de suspensão. Por ser alto, os ônibus não descem até o fim da avenida e os moradores caminham por quase 300 metros para chegar até a parada. “Construíram essa parada (em frente de casa) para nada. Este ano, meu filho vai de van para a escola. Não tem como sair caminhando por um rio como esse”, diz Virlania.

Logo abaixo mora Rogéria Cristina, 40, também no Trecho 3. Na rua onde ela reside a situação é mais problemática: vias dominadas por lama e pedregulhos. Alguns pontos alagados. Ela conta que, a depender da intensidade das chuvas, a água chega a bater acima do joelho. “São 14 anos com esse mesmo problema, moro aqui e não vejo mudança. Eles começaram as obras no começo do Sol Nascente e achávamos que iria até melhorar para nós, mas não aconteceu nada disso. São idosos, gestantes, mães que não saem de casa com medo. A gente vê carros, motos, cachorros sendo levados pela correnteza. Imagina uma criança pequena? É um caos”, conta.

Rogéria fala sobre os prejuízos que têm em decorrência das chuvas. O carro dela, por exemplo, não fica um ou dois anos com os mesmos pneus e sempre é preciso arrumar a suspensão. “São seis meses e troco de pneu novamente, porque batemos nas pedras, o pneu rasga. Se esse problema fosse em região de moradores da classe alta já estaria resolvido. Mas como somos nós, deixam passar.”

Moradores em apreensão

Vila Cauhy

Assustados, moradores da Vila Cauhy temem outra enchente destruidora no local. Na terça e quartas-feiras, as chuvas fizeram os moradores perder móveis, roupas e terem as casas tomadas por lama. O medo é a região ser atingida novamente por uma forte chuva e que faça com que o Córrego Riacho Fundo transborde.

Sentados nas calçadas, os moradores conversam entre si e expõem os problemas. Dorilene Guatina, 47, mora com os filhos, de 27, 25, 22 e 17 anos, e conta que preparou as malas para sair da casa em situação de emergência. Na casa dela, apenas o quarto de um dos rapazes foi invadido pela água, mas não causou grande destruição. “Tenho a consciência de que estamos em área de risco. Acredito que não acontecerá nada, mas não podemos confiar. Fiz as malas porque não podemos esperar o pior”, diz.

A auxiliar de serviços gerais mora na Vila desde 2000 e relata nunca ter visto tamanho desastre. “Quando cheguei, o córrego era mais estreito. Hoje, ele está imenso, largo. E acredito que a tendência é só piorar.”

Na frente da casa dela mora Adailton Cardoso, 51. Há quatro anos no DF, ele também diz nunca ter contemplado um desastre como esse. “É nossa casa, o que construímos. Imagina ter que sair daqui, levando nada, ter tudo destruído? Ficamos com medo. Na minha casa, a água chegou na área, então dá para imaginar o quanto o córrego transbordou. Fica muito alto e assusta.”

Fercal

Péricles Giudes, 70, mora na Fercal há mais de 40 anos e relata que a situação das pessoas que vivem no Engenho Velho é muito preocupante, devido ao local ser ponto de encontro do escoamento de águas de outras regiões. “Quando chove forte a água é avassaladora, vindo de todas as direções. A rua fica completamente coberta. Se passar com carro é bem provável que entre água no veículo. É muito comum perdemos móveis”, destaca.

A solução que os residentes da área encontram é construir suas casas mais elevadas que o nível da rua, o que ameniza o problema, mas não é a solução. “Essa foi uma saída que encontrei. A administração vem aqui, faz algumas operações mas a dificuldade é sempre a mesma. Nada muda. O tempo passa e tudo só tende a piorar”, explica Péricles. O idoso cita que pediu para as obras serem feitas conforme as necessidades. “Me informaram que eu não era engenheiro”, reforça.

Na mesma pista, o comerciante Manuel Elias Santos, 58, informa que já perdeu diversos produtos do armarinho que ele possui, devido aos problemas causados pelas enxurradas. “Todas as vezes que chove, eu desmarco todos os meus compromissos. Não é possível fazer nada. Aqui não era dessa forma. Quando chove por mais de duas horas, pode ter certeza de que o problema será grande”, descreve.

Viver na região é um desafio. Manuel conta que sua casa fica cheia de lama e galhos em certos momentos. “Todos os anos a administração faz algumas limpezas, quando a chuva vem dá uma amenizada. No ano passado não fizeram isso, estou muito receoso em relação aos danos que podem ser causados. Nós somos esquecidos, nada é feito para melhorar nossa situação”, finaliza.

 Equipes em prontidão

O grupo de trabalho é composto por servidores de oito secretarias — incluindo a de Obras, Segurança Pública, Saúde, Agricultura, Desenvolvimento Social, Proteção de Ordem Urbanística e Comunicação —, Polícia Militar, Corpo de Bombeiros, administrações regionais, Companhia de Habitação (Cohdab), Companhia Urbanizadora Nova Capital (Novacap), Companhia de Saneamento Ambiental (Caesb), Serviço de Limpeza Urbana (SLU), Companhia Energética de Brasília (CEB), Departamento de Trânsito (Detran), Departamento de Estradas de Rodagem (DER), Instituto Brasília Ambiental (Ibram).

Com informações do Correio Braziliense

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Jornalista

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