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Quadrilha Junina Sabugo de Milho é campeã do Distrito Junino

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A Junina Sabugo de Milho, da M Norte, em Taguatinga, “fez chover” na final do Circuito Distrito Junino e se consagrou campeã do ano. O grupo contagiou as arquibancadas e os jurados com o envolvente espetáculo O repente dos céus e o amor que não se enterra. A competição itinerante contou com 30 grupos do Distrito Federal e do entorno. Já a grande final teve 15 juninas finalistas disputando o grande troféu no último final de semana, dias 1, 2 e 3 de setembro, no arraial do Candangão de Quadrilhas, em Ceilândia. O resultado foi divulgado na madrugada da segunda-feira (4/9). Em segundo e terceiro lugar ficaram as juninas Buscafé e Si Bobiá a Gente Pimba, respectivamente. O evento marcou o fim do ciclo de competições na capital este ano.  

O grande público das arquibancadas pode assistir de perto os quadrilheiros da Sabugo entrarem no arraial com “fogo nos olhos” na noite do último domingo (3/9). Com passos bem executados, animação, teatralidade e efeitos de tirarem o fôlego, os sabugueiros conquistaram a plateia e o júri. A apresentação contou a história de um grupo de retirantes que acreditaram nas palavras de um profeta e seguiram em busca de um novo caminho. “A gente passou por muitas provações, mas ontem foi o resultado de todo o esforço. Foi uma apresentação muito linda e muito emocionante. A torcida das arquibancadas deu um gás a mais. Entramos com a energia a mil. Vou guardar no coração cada segundo. Eu danço quadrilha há nove anos e posso dizer que o que vivi na Sabugo não experimentei em outra quadrilha. Ontem foi o nosso dia de ser feliz e nós vamos comemorar muito porque só nós sabemos o quão foi merecido esse troféu”, disse a quadrilheira Lucyele Nascimento.

Quando o resultado foi divulgado já na madrugada da segunda-feira (4/9), os brincantes da quadrilha campeã correram em direção ao troféu com os olhos marejados. “Foi uma reação imediata. Algo que estava guardado em nossos corações. É muito legal a sensação. Você está esperando o resultado, na ansiedade e quando anunciaram o resultado, lavamos a alma. Levantar aquele troféu foi uma maravilha. Valeu muito a pena”, contou o presidente da Sabugo, Juão Alex.

“Esse título veio no momento certo. O troféu representou a pura vivência do tema com a tão esperada chuva. A letra da Aurora Boreal fala tudo o que o título representa para a gente. Eu estou na Sabugo desde 2014 e essa quadrilha é o projeto da minha vida. É o que mais me aproxima de muitas coisas que eu quis ser na minha vida”, disse o marcador da junina, Alexandre da Silva Marques.

Coreografia

O bailarino e coreógrafo Léo Mota, responsável pela montagem coreográfica da Sabugo, vibrou com a vitória e revelou que durante o ciclo deste ano, a junina precisou ajustar alguns pontos do espetáculo. “Nós passamos por um processo bem árduo. Construímos um espetáculo e na hora da estreia percebemos que o espetáculo não estava completo e já estávamos no São João. Então fomos reformulando o processo de construção. Ser artista também é isso. Olhar para a obra e ver o que precisa de ajustes. Nós fomos fazendo esses ajustes a cada etapa. E a cada fase fomos melhorando e crescendo o trabalho”.

A chegada de Mota ao grupo este ano se deu com o objetivo de fortalecer o amadurecimento da junina e a vitória no circuito representou o resultado desse projeto. “É sinal de que estamos no caminho certo. Vencer foi uma explosão de alegria e sentimentos. Principalmente pelo nível de competição que nós temos aqui no Distrito Federal. São grupos muito bons e fortes. Para a gente é uma honra enorme estar competindo com esses grupos. Sempre falo que aqui no quadradinho a briga é por detalhes. Sempre fica um décimo. Ontem foi o nosso melhor momento. Não existe quadrilha boa e quadrilha ruim, existe aquela que está passando pelo melhor momento”, acrescentou o coreógrafo.

Destaque para os noivos

A noite também trouxe evidência para os noivos Barbara Passos e Rian Lisboa. Para Bárbara, o maior desafio enfrentado pela dupla foi encaixar os personagens dentro da encenação. “Nosso maior desafio, realmente, foi adequar os personagens dentro da história de uma maneira que os jurados e o público entendessem. Em um determinado momento da temporada, precisamos refazer os nossos personagens. Ver que isso funcionou, que deu certo e que o público conseguiu ver isso é muito gratificante. A vitória representou que fomos felizes na temporada, que nos emocionamos muito e que, de alguma forma, conseguimos mostrar essa emoção ao público Isso representou a finalização de um ciclo importante na história da Sabugo.

Preparação antes do espetáculo

Antes de entrar em cena, é comum os quadrilheiros da Sabugo passarem por um processo de “descompressão”, com momentos lúdicos e dinâmicas para reforçar a união. A ação parte do propósito de fortalecer os laços afetivos. “Nós tivemos uma boa concentração. Passamos o dia juntos, comemos juntos e vivenciando algumas dinâmicas. Eu acredito que a conexão que esses momentos trazem, possibilitam que a gente leve para o arraial o sentimento que nutrimos um pelo outro. Nós somos como uma engrenagem que só funciona se todas as partes estiverem alinhadas”, reforçou Leo Mota.

Aplausos para a produção da Sabugo

Enquanto os bailarinos executavam os jogos coreográficos em cena, nos bastidores, a produção se mantinha concentrada com os minuciosos detalhes. O grupo comandado pela diretora Thays Fernandes é composto por 20 pessoas. São elas que comandam os efeitos visuais, as trocas de cenários e elementos cenográficos. “Conduzir o grupo não foi a tarefa mais difícil. O mais difícil foi construir tudo, mas como eu tinha certeza que eu tinha uma equipe boa, fomos conseguimos chegar ao objetivo. Levantar esse troféu para mim é coroar o trabalho de resistência da equipe de produção também. Ontem eu saí do arraial com a alma lavada, independente de resultado, mas a sensação que deu foi que papai do céu olhou e falou: é de vocês”.

“A gente entrou ontem na quadra convicto do trabalho que a gente tinha e o que éramos capazes de fazer. Às vezes as pessoas acham que ser produção é fácil, mas não é. Ainda mais se tratando da proporção que a Sabugo se tornou. Levantar o troféu ontem me fez lavar a alma, pois o grito de campeão estava entalado na garganta”, disse Matheus Gomes, que também integra a equipe de produção da Sabugo.

Ao ser questionado sobre a “chave da vitória”, Matheus citou a “união” como importante fator. “A gente se reuniu cedo e organizou tudo com bastante antecedência. Começamos a montagem às 16h e a apresentação estava prevista para acontecer às 22h15. Até uns 10 minutos antes de entrar na quadra a gente estava conferindo tudo e dando os últimos ajustes. Sem dúvida, a concentração e união, bem como, as palavras de positividade faladas pela nossa coordenadoras serviram de impulso para gente fazer o que fizemos ontem”.

História


A Sabugo de Milho é uma quadrilha nova, com 9 anos de atividade. O grupo foi criado do Setor M Norte, em Taguatinga, com o objetivo de ser um grupo de festas juninas de rua. A primeira apresentação oficial ocorreu no arraial da Paróquia Imaculada Conceição, em 2014. Desde então, a quadrilha não parou de se apresentar e hoje ocupa o topo das campeãs com aproximadamente 160 pessoas, entre dançarinos, projetistas e equipe de produção.

Buscafé vice-campeã

A Buscafé, primeira quadrilha evangélica do Brasil, conquistou o segundo lugar no circuito. Este ano, a junina trouxe o espetáculo Andanças, que contou a história de amor entre os feirantes Sara e Zé por meio dos ritmos populares. O marcador da junina, pastor Bruno Anderson, disse que o troféu representou a continuação de um sonho e o retorno da quadrilha ao movimento. “No momento em que divulgaram o resultado, eu tinha acabado de chegar do culto. Para mim é um misto de sentimentos. Passamos quatro anos parados e eu sabia que o retorno não seria fácil, mas existia um sentimento em nós que dizia que tudo era possível. Conseguimos unir algumas pessoas que decidiram sonhar com a gente com o objetivo de passar a mensagem de fé. Quando a gente recebeu o resultado foi uma alegria extraordinária. A gente não imaginava ficar nessa posição, mesmo tendo consciência do nosso potencial”.

“Buscamos trazer o melhor do que apresentamos nesse período nos arraiais e no teatro. Isso foi o reconhecimento de um longo trabalho. Foi um ano repleto de desafios. A volta de uma quadrilha ao ciclo é sempre muito difícil. Tanto por questões de elenco como financeiras. Levamos um grupo reduzido ao arraial e fizemos um bom trabalho. Essa vitória nos inspirou para o ano que vem. Temos certeza de que vamos trazer um espetáculo muito mais forte em 2024”, disse Matheus Dantas, que está na Buscafé há quase 10 anos, revelou que este ano, a quadrilha trouxe um compilado de coreografias dos últimos seis anos do grupo.

Pimba em terceiro lugar

A Si Bobiá a Gente Pimba, da Samambaia Sul, conquistou o terceiro lugar na final. Este ano o grupo apresentou o espetáculo Entre a Labuta e a devoção, as mãos que constroem o meu São João, que trouxe um conto autoral inspirado na simbologia das mãos trabalhadoras. O grupo teve um importante destaque no ciclo do Distrito Junino por vencer duas das três fases do Circuito Distrito Junino.

“Esse ciclo foi importante para a reafirmação do encontro e também um processo de transição que a quadrilha está passando. Este foi um ano muito válido de resistência e de afirmação do fazer junino. A gente encerra o ciclo com um trabalho valoroso na temática que representa muito o que a gente faz. São as mãos que constroem a cultura popular e homenageiam a mão de todo o povo trabalhador. Aquele que se doa voluntariamente em defesa da cultura”, disse o presidente da Pimba, Claudeci Martins.


Confira a classificação 

  1. Sabugo de Milho – 180
    2. Busca Fé – 179,9
    3. Si Bobiá a Gente Pimba – 179,4
    4. Elite do Cerrado – 179,1
    5. Paixão Cangaço – 179,0
    6. Tico Tico no Fubá – 178,5
    7. Pau Melado – 177,9
    8. Sanfona Lascada – 177,5
    9. Segue o Fogo – 177,0
    10. Filhos do Sertão – 177,0
    11. Êta Lasquera – 176,7
    12. Mala Véia – 176,7
    13. Aquarela Nordestina – 175,6
    14. Amor Junino – 174,6
    15. Xamegar – 173,9

Com informações do Correio Braziliense

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Jornalista

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