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Campeonato de canoagem havaiana invade o Lago Paranoá até domingo (8/10)

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Com expectativa de receber 8 mil pessoas, será realizado de hoje até domingo o Campeonato Brasileiro de VA’A Velocidade 2023, no Centro de Lazer Beira Lago, ao lado da Ponte das Garças, no Lago Sul. A competição de canoagem teve cerimônia de abertura, ontem, com o atleta Kimokeo Kapahulehua, uma das referências do esporte.

Convidado especial vindo de Maui, no Havaí, ele falou por duas horas sobre a cultura polinésia e o batismo de canoas. A etapa da modalidade canoa havaiana receberá 732 atletas de oito estados. Eles competirão por títulos nacionais e também para garantir uma vaga no Campeonato Mundial — que acontece no Havaí, em 2024.

Com palavras de benção na língua havaiana, também chamada de lelo Hawaii — idioma indígena polinésio —, Kimokeo abençoou as canoas, os competidores e participantes do evento no fim da tarde. “Pedi permissão, primeiramente, aos povos da Amazônia, que são a primeira nação do Brasil. Mas os avá-canoeiros são os primeiros povos (indígenas), a quem também pedimos permissão no evento. Pedi permissão, ainda, aos povos do céu, do oceano e da terra”, explica.

O convidado chama a população para prestigiar o torneio ao longo dos três dias de competição. De acordo com ele, a canoagem havaiana é um esporte para todos, e atrai desde as crianças a adolescentes, adultos e idosos. “Sinto-me como se estivesse em casa. Desejo que as pessoas venham aqui, porque abraçamos a todos que são a família da canoa”, afirma.

Benção

Durante o batismo, Kimokeo abençoou as competidoras Fernanda Rachid, 41, e Helena Rachid, 16, mãe e filha, que estão empolgadas com a possibilidade de disputar o torneio e viver o ambiente em família. “É uma alegria ter esse evento grandioso na capital. Receber várias pessoas de diferentes culturas é muito importante, porque é um esporte que traz a inclusão e diversidade de público”, opina Fernanda.

Competidora desde 2009, há dois anos ela dá aula de canoagem havaiana na Associação dos Servidores do Superior Tribunal de Justiça (ASSTJ). Já foi campeã sul-americana e representou o Brasil em vários campeonatos. “Estamos começando a introduzir as jovens meninas no mundo de competição, porque, muitas vezes, os pais são a porta de entrada. Passamos para elas os valores do esporte e temos montado times com treinamento contínuo”, conta a professora.

Com influência da mãe, Helena começou a remar aos 8 anos, como lazer, no Lago Paranoá. A prática desde cedo a ajudou a entrar nos torneios e conseguir títulos pelo Campeonato Brasiliense de VA’A, na categoria Júnior de mil metros, 500 metros e V1 500 metros. “Ela é a minha maior fonte de inspiração. É um exemplo de força e participação”, diz a adolescente, sobre Fernanda.

Nas conversas diárias com a mãe, a jovem relata que um conselho ficou na memória: remar sempre sorrindo. “Levo muito isso na minha vida. Estou com menos de um ano de treino para fazer essa competição e estou super feliz, independente do resultado”, relata.

Força das mulheres

Com o clima de incentivo entre os praticantes, a organizadora do evento, Diana Nishimura, 50, destaca a força da participação do público feminino, que é maioria no torneio. Dos 732 atletas, 370 são mulheres e 362 são homens. “Esse é o esporte ao ar livre que possui mais mulheres no mundo, no Brasil e em Brasília. A modalidade traz essa coisa de a mulher agregar, ser parceira e ajudar. Todo mundo tem sua canoísta interior”, avalia a gestora.

Para alinhar os percursos da prova com o mundial, no Havaí, Diana organizou as boias e caminhos de 500 metros e mil metros, semelhante ao padrão do evento internacional. Segundo ela, isso mostra a força da canoagem havaiana na capital federal — que, há 10 anos, tinha uma canoa grande e hoje conta com cerca de 70 delas. “A gente possuía um único clube, e, hoje, temos 15, sendo que 11 deles estão filiados à nossa federação de VA’A. Temos todo esse engajamento de um esporte estruturado, com garotas de 16 anos a atletas de 80 anos”, vibra.

Moradora de Santos (SP), Taís Amorim, 50 anos, é um exemplo da paixão pelo esporte, que pratica desde 2014. Com experiência em competições oficiais no Sul-Americano e no Mundial da modalidade, ela conta que deixou de fazer corrida de montanha para focar na canoa havaiana. “Rompi o joelho e tive que ir para outro esporte. Estou há quase 10 anos na canoa. Para este campeonato, direcionei os meus treinos para o sprint de 500 metros, que é uma prova de explosão”, afirma.

Programação

Os três dias de competição vão contar com ampla programação cultural, com DJs, e social, depois dos horários da competição, que inclui palestras, workshops e experiências gastronômicas. Esse clima de torneio não será novidade para Taís, que integra uma equipe de Brasília chamada “Maranata”, na categoria de atletas com 40 anos ou mais. “Em todas as provas que fui competir no exterior, fui com essa equipe, que é muito forte”, assegura.

Até domingo, haverá ainda a Feira da Canoa, onde expositores de vários estados no nicho dos esportes náuticos poderão mostrar de equipamentos a acessórios e artesanatos. Também será aberta ao público uma série de aulas gratuitas como yoga, mobilidade, alongamento e corpo integrado. O evento terá transmissão ao vivo nas plataformas digitais, mostrando detalhes das competições.

Delegações

A maior delegação a participar virá diretamente do Rio de Janeiro, com 360 atletas. A segunda é de Brasília, com 213 atletas, e a terceira, de São Paulo, com 82. Os estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Espírito Santo e Pará também contarão com representantes.

Hoje, com as provas, serão entregues mais kit-atletas, realizado um happy hour no fim da tarde e uma mesa redonda sobre os 20 anos de VA’A na cidade. As competições ocorrem entre vários horários até domingo (confira a íntegra da programação ao final da matéria). No sábado, o atleta paraolímpico e apresentador de TV Fernando Fernandes fará uma palestra. Os grupos Remada Rosa, que une mulheres recuperadas do câncer de mama, e o DV na Trilha de deficientes visuais também marcarão presença. As finais da competição ocorrem no domingo (8), seguidas da premiação final e de festa de encerramento com música ao vivo.

O Campeonato

Datas: 5 a 8 de outubro de 2023

Local: Parque à beira lago, localizado na SHIS EQL 6/8 – Lago Sul, Brasília-DF, ao lado da Ponte das Garças

Entrada: Gratuita.

Faixa indicativa: Livre

Agenda dos eventos

Sexta-feira (6/10)

7h às 16h30: provas

8h às 17h: retirada dos Kits-atleta

16h30 às 17h30: Kimokeo Kapahulehua e convidados — Mesa redonda: 20 anos de VA’A em Brasília

17h: happy hour com equipes / DJ

19h: encerramento

Sábado (7/10)

7h às 16h30: provas

8h às 17h: retirada dos Kits-atleta

8h às 17h: expresso Ambiental Caesb: Ônibus com maquete sobre o ciclo de saneamento

8h às 18h: Adasa: Programação Ambiental: Maquete, mascotes e contação de histórias

8h às 09h: aulão de Yoga: Clube Co

9h às 15h: remada Social: DV na Trilha e Remada Rosa

10h às 11h: Corpo Integrado: Roberta Martins

15h às 16h: Remada Rosa — Bate-papo: 10 anos de Remada Rosa

16h às 17h: palestra com Fernando Fernandes

17h às 19h: DJ

19h: encerramento

Domingo (8/10)

7h às 15h: provas

8h às 09h: Yoga – Remada Rosa, com Jane Carmem

8h às 18h: Adasa: Programação Ambiental

9h às 11h: Ativação e Movimento: Clube Co.

15h30: premiação e encerramento com Kimokeo Kapahulehua

16h30: Bruno Dourado e Banda

18h: encerramento

Com informações do Correio Braziliense

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Jornalista

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