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Governo Lula freia queda de popularidade e aliados falam em virada

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Depois de quase dois meses lutando para reverter a queda sucessiva nos índices de popularidade de olho em 2026, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva comemorou no fim de semana os números do Datafolha, que mostrou uma melhora na aprovação do governo. A porcentagem daqueles que consideram o governo ruim ou péssimo caiu de 41% em fevereiro para 38% no levantamento feito no início de abril. Embora aliados tenham dito ao longo do fim de semana que a pesquisa marca o início de uma tendência de virada, o caminho ainda é longo para o petista.

A desaprovação ao governo ainda supera a aprovação, aumentou de 24% para 29%. O Planalto sofre as consequências da crise que começou com a onda de desinformação de parte da oposição sobre o Pix e se intensificou com a inflação dos alimentos. Lula vive o pior momento de seus três mandatos, em termos de aprovação, mesmo tendo enfrentado escândalos como o Mensalão e o Petrolão. Segundo analistas ouvidos pelo Correio, o governo erra ao apostar em “mais do mesmo” para resolver a popularidade, enquanto deveria apresentar novas políticas públicas, que sejam efetivas. O cenário de desgaste preocupa aliados do governo, e dá mais espaço para que a oposição tente avançar de olho em 2026.

Prova da estratégia equivocada foi o evento organizado com tom eleitoral pelo Planalto na semana passada em Brasília. A equipe de Lula se desdobrou para dar ares de novidade a diversas ações já anunciadas. Nos bastidores, integrantes do Executivo e aliados falavam da cerimônia como uma virada de chave para a gestão. Internamente, a avaliação é que as medidas já colocadas em prática são positivas, mas são desconhecidas pela população, e que basta divulgar melhor para ver resultados. Porém, no dia da solenidade, o ministro da Secretaria de Comunicação Social, Sidônio Palmeira, tentou distanciar a cerimônia da popularidade.

“O meu trabalho não é estar aqui para discutir a popularidade do presidente ou do governo. O meu trabalho, essencialmente, é informar a população sobre isso e demonstrar essas ações”, disse o ministro ao ser questionado sobre o assunto. Sidônio cometeu um ato falho e disse que a culpa é de todos os ministros. “Não tem nada de eu me isentar de impopularidade. Zero. Eu acho que a impopularidade tem responsabilidade de todos os ministros. Todas as áreas, a área política, gestão, comunicação, todo mundo”, disse.

A falha foi explorada pela oposição nas redes sociais. “Quando o governo é uma porcaria, ninguém segura a peteca! Será que foi o Lula quem mandou colocar a culpa nos ministros? Daqui a pouco, até os próprios ministros do Lula vão pedir: ‘volta, Bolsonaro!’”, disse em seu perfil do X o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ).

Ao Correio, o deputado Marcel Van Hattem (Novo-RS), que faz oposição ao governo na Câmara, diz que a queda de popularidade de Lula não surpreende porque o Planalto está “cada vez mais desconectado da realidade do povo brasileiro”. “Promessas não cumpridas, inflação nas alturas, gastos exorbitantes e uma gestão que já se mostrou ineficaz. O que vemos é um desgaste inevitável de Lula que, em vez de ouvir as ruas, insiste em seguir por um caminho de autoritarismo e desgoverno. O povo brasileiro merece mais do que isso”, pontua.

Já o deputado Alencar Santana (PT-SP), alinhado ao governo, diz que as diversas políticas públicas do governo serão reconhecidas pela população. Para ele, a popularidade de Lula voltará a subir. “O governo do presidente Lula criou ao longo desse tempo políticas públicas novas, como o Desenrola, como o Pé-de-Meia. E, agora, a isenção até R$ 5 mil do Imposto de Renda, lembrando que quem já ganha R$ 2 mil também será isentado. Também recriou políticas que foram destruídas no governo anterior, como o Minha Casa, Minha Vida, o Mais Médicos, o aumento real do salário mínimo acima da inflação, o novo Bolsa Família, entre tantas outras coisas, como o PAC”, elenca.

“Ao mesmo tempo gerou empregos. A economia está estável. Os pequenos problemas de preço, a razão é um problema climático, é uma crise externa, não é um problema do Brasil. Logicamente, muitas coisas ainda serão feitas”, emenda.

“Nós não temos dúvida de que os resultados concretos dessas políticas públicas serão percebidos mais claramente pela população ao longo desse tempo e o resultado do governo tende a melhorar, vai melhorar até 2026”, enfatiza o deputado, que argumenta, ainda, que os números de Lula são melhores que os da gestão de Jair Bolsonaro.

Sem novidades

A professora de Ciência Política da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) Luciana Santana avalia que Lula erra ao antecipar a disputa eleitoral, colocando-se como nome à reeleição, principalmente em um cenário onde a direita está fragmentada, sem um substituto claro para o ex-presidente Jair Bolsonaro, que está inelegível até 2030 e sob julgamento pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de Estado. “Acaba soando como um desespero do governo, e acho que isso pode ser prejudicial para a própria imagem se ele não souber conter”, disse à reportagem.

Luciana destaca que a grande maioria dos problemas divulgados durante o evento de quinta-feira são repaginados dos dois primeiros mandatos, como o Bolsa Família, o Minha Casa Minha Vida e o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que não têm o mesmo impacto na popularidade que tiveram entre 2003 e 2011. Para a cientista, o governo  tem que apostar em novas políticas que tenham efeitos concretos na vida dos eleitores, mesmo os que rejeitam Lula.

Para o advogado e cientista político Nauê Bernardo, o governo não conseguirá reverter a situação se continuar insistindo na divulgação de medidas que já foram apresentadas, e apostando em mais do mesmo. O especialista diz, também, que Lula precisa mostrar para a população que possui um plano capaz de reverter os problemas que mais preocupam os eleitores, como a recuperação do poder de compra, diminuindo o preço dos alimentos e dos combustíveis, e a segurança pública.

“Se a população não percebe mudanças, melhoras no dia a dia, a tendência é inercial. Então, a queda vai continuar acontecendo, exatamente porque, por um lado, você tem uma oposição firme, que consegue reverberar bastante o discurso crítico, e por outro uma falta de sensação de melhora”, analisa Nauê. 

Com informações do Correio Braziliense

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