Criminosos que se passavam por ministros de Lula são alvo de operação
Policiais da 5ª DP cumpriram oito mandados de busca e apreensão contra a quadrilha. O grupo é investigado por “clonar” os dados dos Ministros e pedir dinheiro para diretores e presidentes de órgãos públicos e privados
PCDF cumpre mandados contra estelionatários que se passavam por ministros de Estado – (crédito: PCDF)
Grupo de criminosos que se passavam por ministros do governo federal foram alvos, na manhã desta terça-feira (7/11), de uma operação da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF). Segundo as investigações, a quadrilha usava os dados das autoridades para pedir dinheiro para diretores e presidentes de órgãos públicos e privados. Na ação, foram cumpridos oito mandados de busca e apreensão em Recife (PE) e João Pessoa (PB) para a colheita de novas provas e informações para o aprofundamento da investigação.
Deflagrada pela 5ª Delegacia de Polícia (Área Central), a operação Alto Escalão cumpriu os mandados em desfavor dos integrantes de uma associação criminosa especializada em crimes de fraude eletrônica. Segundo a apuração policial, a quadrilha cooptava vítimas se passando por autoridades do Poder Executivo do Brasil, especialmente por ministros. Os investigados “clonavam” os perfis de Whatsapp das autoridades, usando as imagens, nomes e informações colhidas em fontes abertas.
Até o momento, os policiais identificaram como vítimas do grupo criminoso os ministros Juscelino Filho, do Ministério das Comunicações; Camilo Santana, do Ministério da Educação; José Renan, do Ministério dos Transportes; Rui Costa, da Casa Civil; Luiz Marinho, do Ministério do Trabalho; e Carlos Lupi, do Ministério da Previdência Social; entre outras autoridades.
Investigação
Sob posse dos dados dos ministros de Estado, os autores entravam em contato com diretores e presidentes de órgãos públicos e privados e solicitavam uma ajuda em alguma situação. De acordo com as diligências, geralmente, o grupo usava o pretexto de ajudar terceiras pessoas. Os falsos ministros entravam em contato com as vítimas e pediam para que elas realizassem transferências via PIX para alguma pessoa necessitada.
Para aplicar o golpe, os criminosos diziam que os ministros não poderiam transferir diretamente o valor para a suposta pessoa necessitada, pois não poderiam vincular o nome deles com a terceira pessoa. Além disso, os autores falavam para as vítimas que depois de feito o pagamento solicitado, eles iriam ressarcir o dinheiro.
Em um dos casos, se passando por um ministro de Estado, os autores contataram o presidente de uma associação comercial sediada no interior de São Paulo, alegando que estava com uma demanda na cidade vizinha. Logo em seguida, os criminosos dizem que uma pessoa ligada à autoridade faleceu em tal local e que precisa passar alguns recursos financeiros para a família, mas não estava conseguindo efetivar a transação financeira. Então, o grupo pediu para que alguém da associação fizesse a transferência, dizendo que em seguida faria o ressarcimento.
As investigações mostraram que os autores tinham conhecimento da agenda das autoridades públicas pelas quais se passavam. Pois, o tal ministro que entrou em contato com o presidente da associação teria tido um compromisso político naquela mesma região, dias antes, e a associação comercial vítima teria participado do encontro.
Os fatos passaram a ser apurados pela 5ª DP, após alguns dos ministros de Estado vítimas do grupo terem procurado a polícia para comunicar a prática de crimes usando os nomes deles.
Após seis meses de investigação, os policiais da 5ª DP conseguiram identificar dez integrantes do grupo criminoso, todos residentes em Pernambuco e na Paraíba. Durante as diligências, a equipe da PCDF contou com o auxílio operacional das polícias civis dos dois estados, além de informações de gabinetes de alguns ministros que tiveram as imagens e nomes utilizados indevidamente.
Nesta operação, foram cumpridos sete mandados de busca e apreensão em Recife (PE) e um em João Pessoa (PB), nos endereços residenciais dos investigados. O objetivo do cumprimento é a colheita de novas provas e informações para o aprofundamento da investigação. Os policiais ainda tentam identificar o número de vítimas enganadas e de autoridades públicas utilizadas pelo grupo criminoso, além de quantificar o total de lucro obtido com os crimes cometidos e o destino dado a tais valores.
Os autores estão sendo investigados pelos crimes de fraude eletrônica e associação criminosa. Por cada fraude cometida, eles podem pegar penas que variam de 4 a 8 anos de prisão. A pena pelo crime de associação criminosa é de 1 a 3 anos de reclusão.
Com informações do Correio Braziliense
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