A menos de duas semanas de ser empossado como o 47º presidente dos Estados Unidos, Donald Trump não esconde suas ambições territoriais. Em entrevista concedida na mansão de Mar-a-Lago, na Flórida, o republicano declarou que pretende mudar o nome do Golfo do México e se negou a descartar uma ação militar para assumir o controle do Canal do Panamá, uma das principais vias de navegação do mundo, e da Groenlândia, um território autônomo da Dinamarca. Ele também defendeu uma “unificação” entre os EUA e o Canadá, ao afirmar que a eliminação da fronteira “artificialmente traçada” seria uma grande ajuda para a segurança nacional.
A menção à Groenlândia coincide com a visita de Donald Trump Jr., filho do presidente, à ilha de 57 mil habitantes e 2,2 milhões de quilômetros quadrados. “A Groenlândia pertence aos groenlandeses”, reagiu a primeira-ministra da Dinamarca, Mette Frederiksen. Por sua vez, o premiê canadense, Justin Trudeu, sublinhou que “o Canadá jamais fará parte dos EUA”.
Um dos jornalistas questionou o republicano se ele poderia garantir que não mobilizaria as Forças Armadas para anexar o Canal do Panamá e a Groenlândia. A resposta foi evasiva: “Posso dizer o seguinte: precisamos deles por razões de segurança econômica. Não vou me comprometer com isso. Pode ser que tenhamos que fazer algo.” Também nesta terça-feira (7/1), Trump advertiu o grupo terrorista Hamas que, caso não liberte reféns até 20 de janeiro, conhecerá “o inferno”.
Professor e analista da Universidad Santa María La Antigua (em Cidade do Panamá), Alonso Illueca considera que declarações dessa natureza representam uma ameaça do uso da força militar contra a integridade territorial e a independência política, tanto do Panamá, quanto da Dinamarca. “Tais afirmações, se feitas depois que Donald Trump tomar posse, em 20 de janeiro, constituiriam uma flagrande violação do direito internacional. Elas empoderam a outros atores disruptivos e revisionistas da ordem internacional, como a Rússia e a China, a fim de prosseguirem com o seu expansionismo e imperialismo rampante, tanto na Ucrânia como em Taiwan ou no Mar do Sul da China”, explicou ao Correio.
Jaime Porcell, cientista político da Universidad de Panamá, disse à reportagem que Trump “desenha seu autoritarismo” e tenta reviver a chamada “política do Big Stick” — implementada pelo ex-presidente Theodore Roosevelt (1901-1909), era marcada pela ampliação do direito de intervenção dos EUA em outras nações. “Trump pretende nos subordinar ao Império e nos visualizar como seu ‘pátio traseiro’. Ao afetar nossa soberania, desperta a consciência nacionalista que permanecia silenciada”, advertiu. “De fato, podemos observar a emenda introduzida e um dos três tratados, o de neutralidade, que nos coloca ‘sob o guarda-chuvas do Pentágono’.”
México
Em outra declaração polêmica, Trump revelou que gostaria de renomear o Golfo do México como “Golfo da América”, tão logo assuma a Casa Branca. “Vamos mudar o nome do Golfo do México para Golfo da América, que tem um som bonito. É apropriado. E o México tem que parar de permitir a entrada de milhões de pessoas em nosso país”, afirmou. Pouco depois, a deputada republicana Marjorie Taylor Greene anunciou que apresentará um projeto de lei para a alteração do nome.
Para Vicente Sánchez Munguía, professor e pesquisador do Colégio da Fronteira Norte (instituição que estuda temas de violência e insegurança pública, em Tijuana), as ameaças de Trump fazem parte de sua verborragia. “Ele acabou por despertar reações nacionalistas em países como o Panamá e o México. É preciso ver se tudo o que ele disse e expressou tem verdade em termos de incidentes no futuro”, afirmou ao Correio. “Eu incluiria o Canadá nesse grupo, pois Trump declarou que o país deveria ser parte dos EUA. Ele tem falado tantas coisas todos os dias, que não sabemos o que propõe, na realidade.”
Munguia explica que, no contexto geopolítica mundial, Trump e conservadores republicanos poderiam se sentir no direito de agir de forma livre, inspirados pelas ações de líderes, como o russo Vladimir Putin, e expandir seus domínios territoriais. “Creio que a sociedade norte-americana não apoiaria esse tipo de coisa. As primeiras expressões dos países citados são defensivas e de corte nacionalista”, acrescentou.
EU ACHO…
“Apenas a República do Panamá pode operar e controlar o Canal do Panamá. Existe um tratado concernente à neutralidade permanente do Canal e seu funcionamento. O mesmo documento estabelece que apenas o Panamá manterá forças militares, sítios de defesa e instalações militares dentro de seu território nacional. Nesse sentido, qualquer tipo de interferência da China no Canal do Panamá carece de qualquer sentido. No âmbito legal, não pode existir qualquer interferência ali. Declarações dessa natureza se contrapõem ao direito internacional público.”
Alonso Illueca, professor e analista da Universidad Santa María La Antigua (em Cidade do Panamá)
Com informações do Correio Braziliense
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