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Com remanejamento de vacinas, DF começa a imunizar pessoas com 58 anos

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Começa hoje imunização contra a covid-19 para pessoas com 58 anos no Distrito Federal. Esse é o segundo grupo do público geral, cujo atendimento teve início ontem. Intenção do Executivo local é contemplar uma nova idade a cada semana

A partir desta terça (8/6), pessoas com 58 anos poderão se vacinar contra a covid-19 na capital do país. Representantes do Governo do Distrito Federal (GDF) anunciaram a ampliação da campanha nessa segunda-feira (7/6). Um dia antes, o Correio antecipou que o Executivo local pretendia atender mais um grupo etário a partir da chegada de doses. O agendamento para o novo público começou às 17h. Essa será a segunda faixa de idade da população geral a ser contemplada. Na segunda-feira (7/6), pessoas com 59 anos começaram a receber a primeira dose. A marcação para quem tem menos de 60 anos — e para categorias profissionais ou pessoas com comorbidades — ocorre pelo site vacina.saude.df.gov.br.Gustavo Rocha, secretário da Casa Civil do DF, afirmou, em entrevista coletiva no Palácio Buriti, que o DF tem 28.991 pessoas com 58 anos, segundo estimativa da Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan). Desse total, 8.491 estão vacinadas, por fazerem parte de grupos com alguma condição de saúde ou por integrarem categorias profissionais prioritárias. O secretário acrescentou que as doses disponíveis no estoque da Secretaria de Saúde (SES-DF) são suficientes para atender os cerca de 20 mil indivíduos ainda não contemplados.A inclusão do novo grupo ocorreu após remanejamento das unidades de imunizantes não procuradas pela população inclusa na campanha. “As doses não ficarão aguardando, mas vão entrando no fluxo para (dar) maior celeridade à vacinação”, declarou Gustavo Rocha. Na semana passada, o GDF estabeleceu um prazo: quem marcar e não comparecer ao posto de atendimento no dia da aplicação terá só cinco dias corridos para voltar ao local. Caso não apareça, a pessoa cadastrada perde a vez na fila.PUBLICIDADEA intenção do governo local é abrir vagas para uma nova faixa etária a cada semana, a partir da chegada de novas doses e do remanejamento de imunizantes disponíveis na capital federal. Em nota, o Palácio do Buriti informou que “o objetivo do governador Ibaneis Rocha (MDB) é que toda a população do Distrito Federal seja vacinada o mais rapidamente possível”.O secretário de Saúde, Osnei Okumoto, reforçou a declaração durante a cerimônia de ontem. “Todas as vezes em que a secretaria puder antecipar o agendamento, a vacinação e, em alguns casos, o cadastramento de pacientes, vamos fazer”, disse. O chefe da Casa Civil completou: “Na semana que vem, a pasta vai analisar se há condições de baixar a idade novamente. A orientação é dinamizar e acelerar essa diminuição sempre que possível. Primeiro, passamos uma posição conservadora (do calendário). De acordo com o andamento, a SES-DF verifica se é possível reduzir a idade. Para as pessoas com 58 anos, foi possível”.RemessaNa segunda-feira (7/6), o Ministério da Saúde enviou ao Distrito Federal mais 30,4 mil doses de imunizantes da Pfizer/BioNTech. As unidades não foram usadas para contemplar a população com 58 anos. Do total recebido, 18.069 vacinas serão aplicadas em pessoas com comorbidades, inclusive gestantes e puérperas, além de pessoas com deficiência; 8,3 mil serão para profissionais da educação básica; 1.457 para trabalhadores das forças de segurança; e 320 a profissionais do setor aéreo.A vacinação de pessoas com deficiência assistidas pelo Benefício de Prestação Continuada (BPC) começou em 19 de maio. As que não são cadastradas para receber o auxílio começaram a se imunizar na última sexta-feira (4/6). Gustavo Rocha detalhou que, de um total de 22 mil pessoas com deficiência permanente atendidas pelo programa federal, 7.667 buscaram receberam doses. Em relação àquelas não registradas, não há estimativa do total da capital federal. Mas o chefe da Casa Civil informou que 2.646 marcaram a imunização.Em relação à marcação do atendimento, o secretário explicou que o processo ocorre para acompanhamento das doses disponíveis. A imunização de pessoas com 60 anos ou mais, por exemplo, não precisava de agendamento. Agora, com atendimento do público geral, o registro ajudará a remanejar vacinas não aplicadas. “É para controlar e filtrar a imunização, para direcionar adequadamente as doses. E, durante o agendamento, se o sistema detectar alguma inconsistência, a marcação não é feita”, destacou Gustavo Rocha.Primeiro grupo não prioritárioPrevista para começar às 9h de segunda-feira (7/6), a campanha de vacinação contra a covid-19 para o público de 59 anos teve um rápido atraso no primeiro dia. Os imunizantes chegaram às 9h30 ao Estacionamento 12 do Parque da Cidade, onde havia uma fila de 30 carros com pessoas à espera da primeira dose (D1). Para esse público, há 18 mil unidades distribuídas entre os pontos de atendimento do Distrito Federal.A aposentada Fernanda Lopes, 59 anos, esperava ansiosa pelo momento de receber a dose. Sozinha no carro, a moradora de Taguatinga contou que, em novembro, contraiu a covid-19, mas não teve sintomas graves. Não só pela idade, como também por cuidar da mãe de 93 anos, Fernanda fez questão de tomar a vacina. “Posso chorar de felicidade?”, perguntou, emocionada. Em menos de 30 minutos, ela recebeu a primeira dose.Moradora do Plano Piloto, Maria Mercedes Lima, 59, passou pelo mesmo posto drive-thru. Ela teve ajuda de uma das duas filhas para agendar o atendimento. “Elas são médicas e já tomaram a vacina. Meu marido também. Acho muito importante a imunização, só espero não sentir nada”, disse a professora, que chegou cedo à fila e esperou por cerca de uma hora até a vez dela.Desde o início da campanha de imunização contra a covid-19, em 19 de janeiro, 698.243 pessoas receberam a D1 das vacinas no DF — 22,86% da população. Entre elas, 329.095 tomaram o reforço (10,78% dos habitantes). O motorista Jorge Silva, 59, vacinou-se pela primeira vez nessa segunda-feira (7/6). Enquanto aguardava, ele encarou a fila com bom humor. “Morrer a gente vai, mas não pode ser por causa dessa doença”, comentou.Vacina russaO Consórcio Brasil Central (BrC) — composto por representantes dos governos do DF, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Tocantins, de Goiás e Rondônia — pediu à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) liberação para importação, distribuição e uso da vacina Sputnik V. Recentemente, a autarquia deu a mesma autorização aos estados da Bahia, do Ceará, Maranhão, Piauí, de Pernambuco e Sergipe. A intenção do comitê é negociar a compra dos imunizantes diretamente com o Fundo Soberano Russo. O secretário de saúde Osnei Okumoto afirmou que o grupo tem analisado preços e que, mesmo com as restrições para uso no Brasil, as tratativas continuam. “Precisamos entender a disponibilidade dessas vacinas para que um termo de compromisso seja levado adiante. O GDF (Governo do Distrito Federal), como os estados (do BrC), tem interesse de que a aquisição seja feita e o pagamento ocorra por rateio”, detalhou.

Correio Braziliense

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Jornalista

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