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Festa da democracia na Esplanada reúne 30 mil pessoas

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O calor e o tempo seco não impediram o público de prestigiar o tradicional desfile de 7 de Setembro. Aproximadamente 30 mil pessoas, de diversas regiões, compareceram à Esplanada para o evento, que não teve ocorrências graves

Sob um sol tímido, a Esplanada dos Ministérios amanheceu movimentada e com policiamento reforçado. No 7 de Setembro, o tempo seco indicou que a data seria, mais uma vez, quente. Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), ontem, Brasília chegou a registrar 11% de umidade relativa do ar. No decorrer do dia, o público que ocupou as arquibancadas se preparou com bonés, óculos escuros e roupas leves, enquanto a organização do evento distribuía copos de água para garantir a hidratação dos espectadores. Aproximadamente 30 mil pessoas compareceram à festa. Muitos, aliás, chegaram cedo para ocupar os melhores espaços e não perder nenhuma atração.

Às 7h, o economista aposentado Luiz Senelon, 75 anos, chegou à Esplanada dos Ministérios para prestigiar o desfile pela primeira vez. “É uma manifestação democrática, de apoio às liberdades democráticas, por isso, acho importante estar aqui”, declarou o morador da Asa Sul. “O 7 de Setembro é uma data para relembrar a importância de defendermos o Brasil, termos uma visão nacionalista e de desenvolvimento do país, da economia e fortalecermos a democracia. O papel das Forças Armadas é esse, defender a população e defender a democracia”, completou Luiz.

Luiz Senelon, 75, chegou na Esplanada às 7h
Luiz Senelon, 75, chegou na Esplanada às 7h(foto: Cadu Ibarra/CB/D.A Press)

Ex-fuzileiro naval, José Pantoja, 51, também chegou cedo à Esplanada para assistir às celebrações da Independência. “Em um país onde há democracia, a gente deve mostrar nosso civismo. É importante o cidadão se envolver com o contexto do seu país, do que acontece, da situação política, da situação histórica”, avaliou.

Acompanhado da família, José fez questão de levar Pedro Inácio, 10, para a celebração da Independência. “A gente tenta passar valores para ele de uma parte da democracia que foi muito massacrada e violada no passado. Hoje, a gente consegue expressar a nossa voz, os nossos pensamentos, respeitando sobretudo as Forças Armadas, os guardiões da nossa liberdade”, citou.

“Eu já tive a oportunidade de ser um fuzileiro naval e eu sei o que é a satisfação de estar num momento desse representando a população. É muito gratificante. Viva o Brasil!”, exclamou.

Ex-fuzileiro naval, José Pantoja, 51, celebrou o 7 de Setembro acompanhado da esposa Mona Pantoja, 48, e do filho Pedro Inácio, 10
O ex-fuzileiro naval, José Pantoja, 51, com a família(foto: Cadu Ibarra/CB/D.A Press)

Tradição

Na família de Elaine Azevedo, 27, e Jonathan Costa, 26, a tradição de prestigiar o 7 de Setembro passou de mãe para filho. “Eu sempre vinha assistir ao desfile quando criança, e hoje é a primeira vez das crianças”, celebrou a mulher, que levou os filhos Ícaro, 3, e Daniel, 2, para a Esplanada. “Eu tenho guardada essa memória da minha infância, de vir para cá e gostar. Então, eu quero que eles experimentem a mesma coisa que eu”, disse a estudante.

Filhos de Elaine Azevedo, 27, e Jonathan Costa, 26, Ícaro, 3, e Daniel, 2, assistiram ao desfile pela primeira vez
Elaine Azevedo, 27, quer gravar memórias afetivas(foto: Cadu Ibarra/CB/D.A Press)

Outra estreante no desfile foi Manuela Sampaio, de 1 ano. No colo da mãe, Isabela Sampaio, a pequena assistiu ao pai, bombeiro militar do DF, desfilar para o público da Esplanada. “A Esquadrilha da Fumaça sempre foi minha atração preferida, mas, neste ano, eu prefiro ver a passagem dos bombeiros”, riu Isabela.

Ela fez questão de levar a filha, pois acredita na importância do desfile para a formação das crianças como cidadãos. “É muito legal ver que isso tudo, inclusive, a valorização dos serviços públicos, influencia na formação do caráter deles”, complementou.

Destaques

Além das personalidades do governo federal, o governador do DF, Ibaneis Rocha (MDB), marcou presença no desfile e permaneceu até o fim do evento, acompanhado da primeira-dama do Distrito Federal, Mayara Noronha, e do filho Mateus.

Entre as atrações que chamaram a atenção do público, a Esquadrilha da Fumaça foi a que mais se destacou. Bastou anunciar o espetáculo para os espectadores prepararem suas câmeras a fim de garantirem um bom registro. Os cães que participaram dos resgates de pessoas durante os alagamentos no Rio Grande do Sul e o personagem Zé Gotinha também foram ovacionados.

Outro ponto alto foi a participação do medalhista olímpico Caio Bonfim, que desfilou na Esplanada ao lado de outros 30 atletas que estiveram nos Jogos de Paris. “É sempre muito bom estar participando desta festa, representando as Forças Armadas e o Ministério da Defesa no programa de alto rendimento dos atletas. Como militar, é uma festa muito bonita e fazer parte disso é muito legal”, declarou. Caio é brasiliense e conquistou prata na marcha atlética de 20km em agosto, a primeira da história do país na modalidade.

Avaliação

Para Wiliam Barbosa, 27, o desfile cumpriu suas expectativas. “Foi bom e importante para integrar a sociedade. As crianças, que desfilaram por suas escolas, abrilhantaram o evento, adorei”, elogiou. Opinião unânime entre os espectadores, o show da Esquadrilha da Fumaça foi, para ele, o melhor momento da festa. “Porém, acho que faltou organização nessa ocasião. O espetáculo da esquadrilha coincidiu com a passagem dos cavalos, então, não deu para acompanhar os dois”, avaliou.

Wiliam Barbosa aprovou a festa
Wiliam Barbosa aprovou a festa(foto: Letícia Mouhamad/CB/D.A Press)

A entrada do público geral ao evento ficou parada entre as 8h10 e as 8h30. De acordo com os primeiros da fila, a justificativa era de que o espaço estava com lotação máxima. “É uma falta de organização, estão tirando nosso direito, porque tem espaço lá dentro, a gente está vendo. Eles não podem fazer isso. Tem que deixar o pessoal entrar, sem tumulto. Não precisa disso”, protestou a mineira Tânia Roosevelt, 52, que veio à capital exclusivamente para prestigiar o desfile. Após vaias e reclamações, o público foi liberado para entrar.

Já o pipoqueiro Cícero Santos, 59, lamentou o baixo lucro na festa. Morador de Planaltina de Goiás, ele dormiu na Esplanada, próximo à Catedral, para começar o serviço logo cedo e garantir boas vendas. “O movimento está fraco. Há quase 20 anos trabalho nesta data e, em 2023, por exemplo, foi melhor. Hoje está difícil”, avaliou.

Segundo a PMDF, não foram registradas ocorrências referentes a delitos durante o evento. O Corpo de Bombeiros Militar do DF (CBMDF) informou que cinco pessoas foram atendidas pela equipe, porém, não foram casos graves.

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Jornalista

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