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Especialistas fazem alerta sobre a volatilidade da Bolsa em 2025
Além da renda fixa, diversificação com investimentos estrangeiros é um dos dos pilares para aplicar neste ano, segundo a XP
Depois de encerrar 2024 com perdas de 10,36%, a Bolsa de Valores de São Paulo (B3) segue sem ofertas novas de ações e um terreno perigoso para investidores conservadores. A última abertura de capital (IPO) na Bolsa brasileira ocorreu em dezembro de 2021, e não há expectativa de retomada no setor.
Apesar de o Índice Bovespa (IBovespa), principal indicador da B3, acumular alta de 3,6% no ano até sexta-feira, e fechar aos 124,6 mil pontos, analistas ouvidos pelo Correio recomendam cautela para esse tipo de aplicação.
Com a perspectiva de alta da taxa básica de juros (Selic), atualmente em 13,25% ao ano, nos próximos meses, para mais de 15% anuais, aplicações na renda fixa indexadas ao Certificado de Depósito Interbancário (CDI), que acompanha a Selic, e até mesmo à inflação, são os mais atrativos e itens obrigatórios na carteira de quem tem planos de investir em 2025, além de oportunidades no mercado internacional, de acordo com o CIO da XP Investimentos, Artur Wichmann. Ele admite que a B3 não está entre as recomendações da instituição neste ano.
A orientação da companhia para os clientes é que se o investidor quer um portfólio balanceado, é preciso ter três pilares centrais: 1) aplicações de renda fixa pós-fixada, porque a Selic vai continuar alta durante algum tempo; 2) aplicações de renda fixa atreladas à inflação; e 3) diversificação internacional. “Esses dois primeiros pilares da renda fixa são quase semipermanentes. E não digo permanente, porque não existe nada permanente em investimentos, porque o maior destruidor de valor para um portfólio é a inflação e a minha principal tarefa é proteger o valor do portfólio dos nossos 4 milhões de investidores”, disse Wichmann
O executivo tem feito reuniões em várias capitais do país apresentando o relatório Onde investir em 2025 aos clientes e esteve, na quarta-feira, em Brasília, quando conversou com o Correio. Segundo ele, a Bolsa nacional é para quem tem estômago, porque ainda haverá muita volatilidade pela frente devido às incertezas domésticas e externas.
“Não se trata de tentar fugir do Brasil e do risco país. O Brasil é 1% do mercado de capitais global. Mas será que nos outros 99% não tem nenhuma oportunidade de investimento? Lá fora, existem empresas que brigam no mercado há 100 anos e ganham, mas também há algo mais transformador para a sociedade como um todo: a transformação de riquezas, porque, hoje, para criar riqueza, é preciso de capital intelectual”, afirmou ele, recomendando que empresas ligadas à inteligência artificial têm futuro promissor. “Ter essa diversificação internacional ajuda o investidor a participar dos ganhos do sistema capitalista global em um momento onde está havendo uma profunda transformação tecnológica que vai criar muito valor”, disse.
Debandada
No ano passado, investidores estrangeiros bateram em retirada da B3 e deixaram um saldo negativo de R$ 24,2 bilhões no ano passado. Conforme dados da consultoria de dados financeiros Elos Ayta, a B3 atingiu baixos níveis de liquidez em 2024 e o número de empresas gira, atualmente, em torno de 300, bem abaixo do recorde de mais de 400. Einar Rivero, CEO Elos Ayta, fez um comparativo do desempenho da Bolsa brasileira nos primeiros dois anos dos governos da nova República desde o primeiro mandato de Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Nos dois primeiros anos do terceiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o IBovespa acumula ganhos de 9,61%, abaixo da variação do CDI entre os anos de 2023 e 2024, de 25,22%. Esse desempenho só ganha do primeiro biênio de Lula2, quando as perdas somaram 15,57%; e no primeiro biênio do mandato de Dilma Rousseff (PT), que registrou perdas de 12,05% entre 2011 e 2012. Enquanto isso, o CDI apresentou altas de 25,66% e de 20,97%, no mesmo período, respectivamente, conforme os dados levantados por Rivero.
Alexandre Espírito Santo, economista-chefe da Way Investimentos, também reconheceu que nunca é bom para a Bolsa quando a Selic está alta. “E, mesmo se houver um recuo dos juros básicos de 15% para 14,75% ao ano no fim de dezembro, como nas nossas projeções, ainda é um patamar muito alto, porque as expectativas de inflação seguem desancoradas, dificultando o trabalho do Banco Central”, alertou ele, que prevê o IBovespa encerrando o ano em torno de 140 mil pontos. “No meu modelo, a B3 ainda é uma boa opção para os investidores, porque está barata, com P/L de 8,5 contra o P/L de 25 do índice da S&P (em Nova York)”, afirmou. O P/L é um indicador de valuation da Bolsa, que mede a razão entre o preço e o lucro de uma ação.
É preciso garimpar e saber escolher as ações, de acordo com os especialistas. Santo destacou que, apesar de a renda fixa estar atrativa, “ainda existem algumas ações na B3 que estão extremamente descontadas”. Para ele, contudo, a questão política ainda vai ser determinante para o desempenho da Bolsa, devido às eleições de 2026. “Por enquanto, ainda vamos ver muita volatilidade na Bolsa e no câmbio neste primeiro semestre. Quem tem um perfil conservador não deve investir na Bolsa mesmo, apenas quem tem perfil mais agressivo, porque vamos ter bastante solavanco”, alertou.
E, para quem ainda tem interesse em olhar para a Bolsa, Santo recomenda ainda olhar para as ações de empresas bem administradas. “Não podemos esquecer que o país não está em recessão, mas corre o risco de uma desaceleração maior no segundo semestre”, disse Santo. Outra recomendação que Santo faz é evitar IPO. “Historicamente, a maioria perdeu”, emendou o economista.
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