Collants utilizados passam por pitacos das próprias ginastas antes de serem utilizados em competições, além de serem parte importante da preparação individual de cada um
Entre as acrobacias, saltos e movimentos minuciosos que encantam o público, outro elemento de glamour na ginástica artística são os uniformes utilizados pelos atletas. As peças de roupa não valem pontos na nota final, mas fazem parte da beleza do espetáculo e requerem uma atenção à parte dos clubes, às vezes até dos próprios ginastas. No Troféu Brasil, que toma conta da agenda esportiva do Distrito Federal até domingo (11/5), no ginásio Nilson Nelson, a situação não é diferente e o toque da moda está presente em cada detalhe.
O tema do design dos uniformes ficou muito em foco durante as Olimpíadas de Paris-2024, quando Jade Barbosa revelou que fazia parte do processo de desenho dos collants usados por ela e o restante da equipe medalhista. No caso de competições nacionais, a responsabilidade é dos clubes, mas as atletas não deixam de participar e dar pitacos.
“Na seleção, a Jade desenha para a gente e está sempre perguntando o que achamos, se tem alguma dica para os próximos modelos, a cor que achamos legal. No Minas, eu comento sobre o que gosto ou não e eles fazem de acordo com meus gostos. Então eu me meto um pouco em cada um, mas sempre depende de por quem estamos competindo”, contou ao Correio a ginasta Ana Luíza Lima, que compete pelo Minas nas paralelas e na trave durante o Troféu Brasil.
A situação acontece em outros clubes também, como caso do Sesi-SP, da atleta Beatriz Lima. “A gente pesquisa, vê qual é o melhor tecido, modelo, desenho. Depois passamos para os treinadores, eles mandam para a pessoa que vai fazer, fazem o orçamento e depois volta para nós experimentarmos se está tudo certo. Faz toda a diferença, saber que você está com uma maquiagem bonita, o collant certinho. Já aconteceu de ter um collant que não gostei, aí a gente tenta compensar na maquiagem e no cabelo”, acrescentou a ginasta.
Vestir o uniforme pode até parecer um momento trivial da preparação em outras modalidades, mas na ginástica artística é parte importante do processo antes de fazer a apresentação. Não à toa, o figurino em muitas ocasiões é feito por estilistas que levam tendências globais, características regionais e até um toque pessoal para cada peça, complementando os penteados e a maquiagem.
“Com certeza tem um dedo da moda na ginástica. Todo mundo quer se sentir bem competindo, se sentir bonita. Só isso já faz toda a diferença com você mesma. Até nas vezes que eu penso em não me arrumar muito, o mínimo eu sempre faço, porque eu gosto de me sentir bem comigo mesma. O processo de me maquiar também é bom, ajuda a relaxar. A forma como você se sente expressa na sua ginástica”, acrescentou Ana Luíza.
O assunto tem menos atenção entre os homens, mas não por falta de interesse. Um dos talentos da geração e medalhista de bronze no solo durante os Jogos do Rio-2016, Arthur Nory defende mais carinho na hora de fazer os uniformes dos rapazes.
“No masculino não tem muita participação no processo, a gente praticamente só recebe o modelo que vai usar e pronto. Escolhemos a cor, dependendo da competição, mas era dentro das opções que tinham. Eu lembro do Mundial de 2019, que os torcedores que acompanhavam pediram para usar um collant específico na final. Usei e ganhei. Mas acho que tem que ter um negócio a mais, um charme. Gosto da ideia, vamos ver se eles vão fazer. A gente até pediu para a Jade desenhar para o masculino, fazer algo parecido com o que ela fez para as meninas”, opinou.
Independente do modelo dos collants, um tópico é consenso entre o masculino e o feminino: a superstição. Cada um da própria maneira, mas os atletas revelaram rotinas específicas na hora de se vestir para a competição. Nory, por exemplo, procura usar cuecas da mesma cor da calça para não destoar, enquanto Beatriz não abre mão dos elásticos de cabelo, presilhas e brincos. Sobra espaço até para quem prefere fugir de uma peça que não deu tanta sorte nos aparelhos.
“Às vezes tem essas situações. Ontem mesmo eu evitei usar um collant, que foi um que eu me machuquei na última competição, então preferi esperar. Por mais que eu não goste de ter superstição com roupa, eu prefiro deixar, porque tem algumas memórias que não gosto de ter. Por isso esse novo, que estou estreando agora, serviu super bem para o ambiente e minha volta para competições”, comentou Ana Luíza, que participou da primeira disputa após quase um ano se recuperando de uma lesão no tendão de Aquiles.
Durante os eventos, inclusive, as ginastas comentam sobre o uniforme uma das outras, geralmente aproveitando para tirar inspiração para peças futuras e elogiar as colegas.
“Estamos sempre de olho para ter ideias e até para poder ter feedbacks sobre os nossos. É muito legal ver esse lado. Lembro de uma viagem na Croácia e que as meninas me paravam para falar que meu collant estava lindo. Isso também ajuda a criar amizades, elogiando uma roupa, um colar, um detalhe”, compartilhou a atleta do Minas.
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