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Agnelo: “Parte do Ministério Público quer me destruir, mas estou vencendo”

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Agnelo Queiroz pode ficar fora da política até 2034

CRÉDITO: DANIEL FERREIRA/CB/D.A PRESS.

Agnelo: “Parte do Ministério Público quer me destruir, mas estou vencendo”

À Queima Roupa: Agnelo Queiroz, ex-governador do Distrito Federal (PT)

“O que o Ministério Público quer fazer é castigar. Coisa de justiceiros. Desde que saí do governo, tentam me destruir”

A Justiça determinou a devolução de R$ 490 mil que o senhor teria recebido indevidamente pela jornada de trabalho de 40 horas como médico. O que houve nesse caso?
Esta decisão é de primeira instância. Tenho certeza de que o juiz foi induzido ao erro pelo Ministério Público do Distrito Federal, porque parte desse Ministério Público age como se fosse um partido político e aplica lowfare o tempo inteiro. Não apura a denúncia e está pedindo que eu devolva o salário de quando eu estava trabalhando na Fiocruz, cedido pelo GDF, por meio de um convênio com o Ministério da Saúde. Trabalhei cumprindo 40 horas semanais e não tem nada a ver esse período com o que eles estão questionando sobre um decreto da Secretaria de Saúde que me concedeu 40 horas de jornada de trabalho. Portanto, eles induziram o juiz a erro.

Avalia que ainda há condições de reverter essa decisão?
Tenho certeza de que essa decisão será revertida, na segunda instância, por um colegiado, mas o que importa para o Ministério Público é desgastar o inimigo, destruir a imagem do inimigo. Eles sabem que vou ganhar porque consta no processo toda a documentação da Fiocruz.

E se não houver como reverter, o senhor vai pagar esse valor? Existe alguma forma de compensar?
O que o Ministério Público quer fazer é castigar. Coisa de justiceiros. Desde que saí do governo, tentam me destruir. Mas de todos os processos que ajuizaram já perderam todos. Não penso que não haverá reversão. Se trabalhou legalmente não tem como punir o trabalhador.

A que o senhor tem se dedicado nos últimos tempos? Já se aposentou?
Eu me aposentei da Secretaria de Saúde e estou trabalhando como médico e dando aula também.

Recente decisão do ministro Dias Toffoli considerou atos da Lava-Jato uma armação política, ilegais e chamou de “verdadeiro ovo da serpente dos ataques à democracia e às instituições”. O senhor foi alvo de desdobramentos da Lava-Jato, considera-se com a alma lavada?
A decisão do ministro Toffoli que considerou esses atos da Lava-Jato uma armação política, que é o uso do Judiciário para atacar o inimigo, para ter objetivos políticos como aconteceu com Moro, Dallagnol e sua turma, o uso ilegal da Justiça, não respeitar o devido processo legal, não só foi o ovo da serpente, como os ataques à democracia, como vimos agora, como bem disse o ministro Toffoli, mas também foi um instrumento para derrotar um projeto político, para destruir o PT e suas lideranças, impedir que o presidente Lula se candidatasse e para colocar um fascista na Presidência da República. Foi também um instrumento para destruir a economia brasileira nas áreas da construção pesada, construção civil que era competitiva no mundo. Destruíram 400 mil empregos, destruíram a Petrobras, a maior empresa brasileira e o pré-sal foi totalmente abalado pelas ações da Lava-Jato. Essa decisão foi muito importante porque todo mundo sabia disso. Portanto, são ações criminosas, gravíssimas desses agentes.

Acredita que muitos integrantes das forças-tarefas da Lava-Jato serão punidos?
Quem praticou esses crimes deve ser julgado por isso. Houve um prejuízo a nossa pátria, a nossa economia, atacando a soberania brasileira ao entregar a interesses de fora conteúdos sobre nossas empresas, sobretudo da Petrobras. Eles criaram os mecanismos para um golpe de Estado no Brasil. Esses criminosos devem ser punidos rigorosamente.

Será uma vingança do sistema?
Não será uma vingança. Vingança é o que parte do Ministério Público faz, inclusive sou vítima disso. Vingança de quem perdeu todas as ações contra o meu governo e contra mim. Esses que cometeram crimes devem responder por usar o Estado brasileiro, as estruturas, os funcionários, a tecnologia do Estado… Esses cidadãos têm que responder. E isso não é vingança. É a defesa do Estado democrático de Direito, é o direito das pessoas se defenderem com paridade de armas, é o direito da presunção da inocência.

Da coluna Eixo Capital/ANA MARIA CAMPOS

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Jornalista

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