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Bronquiolite é a principal causa de internação por infecção respiratória em menores de 1 ano

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Com a chegada das estações mais frias, os atendimentos por doenças respiratórias em crianças disparam, enchendo as emergências pediátricas em todo o país. No Hospital Regional de Santa Maria (HRSM), a situação não é diferente – de janeiro a 10 de abril deste ano, o pronto-socorro infantil da unidade registrou 8.960 atendimentos, a maioria por problemas respiratórios. Apenas nos dez primeiros dias de abril, 903 crianças foram atendidas. Entre as doenças mais frequentes nesse cenário está a bronquiolite, atualmente a principal causa de internação por infecções respiratórias em crianças menores de 1 ano, segundo o Ministério da Saúde e a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP).

A bronquiolite viral aguda (BVA) é uma infecção das vias respiratórias inferiores que afeta principalmente os bronquíolos – estruturas pequenas e terminais dos pulmões. Acomete com maior frequência bebês de até 2 anos, sendo mais comum entre os 2 e 6 meses de idade. Na maioria dos casos, é causada pelo Vírus Sincicial Respiratório (VSR).

“O vírus provoca inflamação e acúmulo de muco nos bronquíolos, dificultando a passagem de ar. Em bebês, cujas vias aéreas já são naturalmente mais estreitas, isso pode evoluir rapidamente para quadros graves”, explica o infectologista pediátrico do HRSM, Pedro Bianchini.

Sintomas e sinais de alerta

Os primeiros sinais da bronquiolite costumam se assemelhar aos de um resfriado comum: coriza, tosse seca e febre baixa. No entanto, o quadro pode evoluir rapidamente. A criança pode apresentar respiração acelerada (taquipneia), chiado no peito (sibilância), dificuldade para mamar ou se alimentar, tiragem intercostal e batimento de asas nasais – indicativos de esforço respiratório.

“É essencial que pais e cuidadores estejam atentos. Febre em bebês com menos de 3 meses, recusa persistente de alimentos, dificuldade para respirar, episódios de apneia (pausas na respiração), cianose (coloração azulada na pele ou nos lábios) e sonolência excessiva são sinais de alerta. Nesses casos, a procura por atendimento médico deve ser imediata”, orienta o especialista.

Tratamento e cuidados

O tratamento da bronquiolite é, na maioria dos casos, de suporte. Isso inclui hidratação, controle da febre e, quando necessário, oxigenoterapia. “Não há benefício comprovado no uso rotineiro de broncodilatadores, corticosteroides ou antibióticos, a menos que o quadro clínico assim exija”, afirma Pedro Bianchini.

Uma das abordagens mais eficazes em casos moderados a graves é o uso da cânula nasal de alto fluxo (HFNC), que melhora a oxigenação e reduz o esforço respiratório. Em situações mais severas, pode ser necessário suporte ventilatório em unidade de terapia intensiva (UTI) pediátrica.

A decisão pela internação leva em consideração o estado clínico da criança, especialmente quando há desconforto respiratório acentuado, dificuldade para se alimentar, hipóxia (baixa oxigenação do sangue), apneias ou doenças pré-existentes.

Fatores de risco

De acordo com o infectologista, alguns fatores aumentam o risco de evolução para formas graves da bronquiolite, como a ausência de aleitamento materno exclusivo, prematuridade (especialmente abaixo de 32 semanas), idade inferior a 6 meses durante o período de circulação do VSR, presença de doenças cardíacas, pulmonares ou neuromusculares, e imunodeficiências.

“Além disso, o contato com muitas pessoas, como em creches ou lares com grande número de moradores, favorece a disseminação do vírus. Por isso, a prevenção é fundamental e envolve medidas simples: lavar as mãos com frequência, manter os ambientes ventilados, evitar contato com pessoas gripadas e higienizar brinquedos e superfícies regularmente”, destaca.

Vacinação: um avanço na prevenção

Uma importante novidade no combate à bronquiolite é a incorporação da vacina Abrysvo, da Pfizer, ao Sistema Único de Saúde (SUS). Aprovada pela Anvisa em 2024, ela é aplicada em gestantes entre a 24ª e a 36ª semana de gravidez, protegendo o bebê por meio da transferência de anticorpos via placenta. A imunização foi incluída no Programa Nacional de Imunizações (PNI) e começará a ser aplicada nas campanhas sazonais a partir de 2026.

Além da vacinação materna, o Brasil já conta com duas formas de imunização passiva contra o VSR. O anticorpo monoclonal Nirsevimabe (Beyfortus™), disponível na rede privada desde 2023, é administrado em dose única e protege os recém-nascidos durante os cinco meses de maior risco. Já o Palivizumabe (Synagis®), que requer doses mensais, é oferecido gratuitamente pelo SUS nos Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais (CRIE) e indicado apenas para grupos de alto risco.

“Essas estratégias se somam às vacinas tradicionais contra doenças respiratórias, como a da gripe, a pneumocócica conjugada, a pentavalente e a da covid-19. Juntas, têm contribuído significativamente para reduzir hospitalizações e óbitos por infecções respiratórias na infância”, reforça o médico.

Pedro Bianchini também destaca que a vacina contra a gripe ajuda a diminuir internações e complicações causadas pelo vírus influenza, enquanto as vacinas pneumocócicas previnem doenças como pneumonia, otite e meningite, além de colaborar na redução do uso de antibióticos e na contenção da resistência bacteriana.

“A bronquiolite pode assustar, mas informação e prevenção são nossas maiores aliadas. Vacinar, amamentar, manter a higiene e saber quando buscar ajuda médica são atitudes que fazem toda a diferença na saúde dos nossos pequenos”, conclui o especialista.

Com informações do Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (IgesDF)

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