Presidente se reúne com Xi Jinping na China para discutir integração de projetos de infraestrutura e ampliar parcerias com empresas estratégicas
247 – Na segunda visita oficial à China em seu terceiro mandato, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva quer sair de Pequim com resultados concretos: novos investimentos em infraestrutura ligados ao Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e avanços em acordos comerciais, como a possível venda de até 20 aeronaves da Embraer para o mercado regional chinês. A informação é do O Estado de S. Paulo, que acompanha a missão presidencial.
Um dos principais focos da viagem é alinhar projetos do Novo PAC com a Iniciativa Cinturão e Rota — conhecida como Nova Rota da Seda — lançada por Xi Jinping em 2013. Embora o Brasil não tenha aderido formalmente à iniciativa chinesa, o governo Lula quer explorar sinergias entre os dois programas, como a participação da China na conclusão de corredores bioceânicos que facilitem o transporte de mercadorias entre América do Sul e Ásia.Play Video
“Teremos anúncios novos de investimentos e parcerias entre empresas brasileiras e chinesas para produzir no Brasil, desenvolver tecnologia e fazer obras de infraestrutura”, afirmou o ministro da Casa Civil, Rui Costa, que visitou a China previamente para apresentar a empresários locais oportunidades como os 14 leilões de rodovias previstos no país neste ano. O governo brasileiro estima atrair até US$ 50 bilhões em investimentos rodoviários até 2026.
Lula e Xi devem anunciar cerca de 16 protocolos já negociados e discutir outros 32 acordos em fase de negociação, abrangendo setores como saúde, energia, indústria naval, óleo e gás, além de conectividade digital. Empresas como Vale, Raízen, BYD, Weg, BRF, Eurofarma, GWM e COFCO participam do seminário empresarial que integra a missão.
A venda de aviões da Embraer à China é uma das prioridades comerciais da viagem. O tema, que ficou pendente na visita de 2023, pode ganhar tração neste encontro, assim como o envio de um casal de pandas ao Brasil — gesto diplomático tradicional da China que ainda enfrenta impasse interno sobre os custos e o destino dos animais.
A visita também marca a terceira reunião bilateral de alto nível entre Lula e Xi desde 2023, em um contexto de distanciamento diplomático entre Brasil e Estados Unidos, sobretudo pela relação fria com o ex-presidente Donald Trump. Lula e Xi devem fazer uma defesa conjunta do multilateralismo, tema sensível diante da guerra tarifária entre EUA e China, que impacta exportações brasileiras.
Apesar da aproximação com Pequim, Lula tem insistido que o Brasil não se tornará dependente de nenhuma potência. “Não queremos ser quintal de ninguém”, disse durante visita recente à Rússia. O Itamaraty reforça que a estratégia brasileira não é de antagonismo com os EUA, mas de diversificação das parcerias internacionais.
Na terça-feira, 13, Lula participa como convidado especial do Fórum ministerial China-Celac (Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos), onde se reunirá com chanceleres de pelo menos 17 países da região e líderes como Xiomara Castro (Honduras), Gustavo Petro (Colômbia), Yamandú Orsi (Uruguai) e Mia Mottley (Barbados). O encontro marca os dez anos do mecanismo criado por Pequim para aprofundar a presença chinesa na América Latina.
Além do presidente brasileiro, também discursarão no fórum os governadores petistas Rafael Fonteles (Piauí) e Jerônimo Rodrigues (Bahia), além do presidente do Congresso Nacional, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP). Participam ainda os ministros Simone Tebet (Planejamento), Carlos Fávaro (Agricultura), Alexandre Silveira (Minas e Energia), Silvio Costa Filho (Portos e Aeroportos) e os presidentes do Banco Central, Gabriel Galípolo, e do Banco do Brasil, Tarciana Medeiros.
A China vê a América Latina como espaço estratégico para ampliar sua influência econômica e diplomática, especialmente com investimentos em infraestrutura logística e energética. A disputa com Taiwan também está no radar, já que sete dos 12 países que ainda mantêm relações diplomáticas com Taipei estão na região. Desde 2017, cinco países romperam com Taiwan e se alinharam oficialmente a Pequim.
No plano geopolítico, Lula e Xi devem trocar impressões sobre suas respectivas conversas com Vladimir Putin em Moscou, onde participaram das comemorações dos 80 anos do fim da Segunda Guerra Mundial. Ambos mantêm interlocução ativa com o Kremlin e são vistos no Ocidente como possíveis interlocutores em debates sobre segurança global e multipolaridade.
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