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Trinta pessoas são roubadas e seis são furtadas por dia no DF

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Entre janeiro e abril de 2024, 30 pessoas foram roubadas por dia no DF, enquanto seis furtadas a cada dia, em média (veja quadro abaixo com levantamento total até abril deste ano). Apesar dos números serem menores do que os do mesmo período de 2023, a sensação de insegurança entre os brasilienses ainda persiste. O Correio ouviu vítimas e especialistas em segurança pública para traçar uma análise do cenário dos roubos e furtos a transeuntes na capital do país.

Há cerca de 15 dias, a estudante Lara* (nome fictício), 22 anos, foi roubada enquanto chegava em a parada de ônibus. “Eu estava com o celular na bolsa da faculdade com livros e apostilas. Ele (ladrão) puxou a bolsa, revirou e levou o celular. O tempo todo ele dizia: ‘Perdeu, perdeu’. Foi aterrorizante”, descreveu. Depois do roubo, Lara mudou o caminho percorrido até a parada. E está mais atenta ao que está acontecendo em volta. “Fico sempre olhando para os lados. Perdi a paz e ando com medo”, comentou.

Sociólogo e ex-professor de MBA em segurança pública e direitos humanos, Antonio Testa analisou os dados referentes a roubos e furtos a pedestres e acredita que, apesar de ser uma média baixa, considerando o tamanho da população do DF, as estatísticas incomodam e criam insegurança nas pessoas. “O que motiva os criminosos é a impunidade jurídica. A polícia prende e a Justiça solta. A criminalidade cresce devido à certeza da impunidade. A população está refém e não pode se defender, sob sérios riscos de punição”, analisou.

O especialista orienta a população a tomar precauções e aumentar a atenção. Mas adverte: “Isso pode até levar a comportamentos paranoicos e angústia. Pensar que pode ser vítima a qualquer momento pode gerar ansiedade. O resultado é o aumento da violência e até ações de ‘justiçamento’ em situações mais graves. Em realidade, é um problema social bem complexo. E o Estado não consegue resolver a questão”, pontuou.

Precaução

O estudante universitário Pedro Gabriel, 22, mora em Samambaia e foi assaltado quatro vezes na região onde mora. A última vez foi à mão armada. “Estava em uma parada de ônibus com minha mãe, era por volta de 6h30. Um carro encostou, e desceu um assaltante com uma arma. Foi tudo muito rápido, não deu muito tempo de reagir”, relatou. “Minha primeira reação foi querer correr, mas minha mãe achou que podia ser pior, então ficamos parados”, completou. “Ele me abordou com a arma, e eu entreguei um celular que não funcionava, pois sempre ando com dois. Mas ele entendeu a estratégia e ficou questionando sobre o meu celular verdadeiro. No fim das contas, ele levou o celular reserva mesmo”, concluiu.

Pedro conta que, por ter sido assaltado outras três vezes, resolveu andar sempre com um celular “reserva” além do próprio aparelho. “Dessa forma, se eu for assaltado, não preciso me desfazer do meu próprio celular. Mas os criminosos estão por dentro dessa estratégia”, afirmou.

Comportamentos

Especialista internacional de segurança e docente no Instituto Superior de Ciências Policiais, Leonardo Sant’Anna alerta que é preciso adotar medidas pessoais para evitar roubos e furtos. “Comportamento preventivo é tudo que podemos fazer para evitar ser vítima de um agressor social. Furto e roubo são crimes de oportunidade”, observou.

Sant’Anna pontuou alguns comportamentos que podem fazer com que as vítimas sejam vistas por criminosos como alvos fáceis. “Colocar fone de ouvido é uma maneira de ficar mais alheio ao que acontece ao redor. Usar o celular no bolso de trás é uma forma de se colocar como vítima mais fácil. Deixar pertences dentro do carro parado no estacionamento ou manter a mochila nas costas também são formas de se colocar em uma posição de vulnerabilidade”, elencou.

Punições

De acordo com o Código Penal, a punição para furto é de um a quatro anos de reclusão e multa. No caso de roubos, a pena é de quatro a 10 anos de reclusão. Segundo o especialista Leonardo Sant’Anna, há falhas na legislação que pune ladrões que roubam e furtam transeuntes. “Hoje temos uma legislação extremamente flexível. Qualquer delito que tenha menos de cinco anos de pena, essa pena não é cumprida no sistema prisional”, ressaltou.

Leonardo Sant’Anna criticou ainda as audiências de custódia. “Nestas audiências, eles perguntam apenas para quem cometeu o crime o que o profissional de segurança fez com ele, não é perguntado para a vítima como ela foi tratada. A legislação precisa mudar. É preciso algo mais intenso, mais firme. Precisamos ter um mínimo de qualidade de vida por cumprir as leis e não desrespeitar qualquer regra social”, salientou.

Presidente da Comissão de Segurança Pública da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-DF), Ana Izabel Alencar, atribui à distração das vítimas o número de roubos e furtos a pedestres. “As pessoas acreditam que nada acontecerá com elas e relaxam. No caso dos criminosos, por muitas vezes eles agem para demonstrar um padrão de vida irreal para a sociedade, pois é uma forma fácil de ganhar dinheiro e demonstrar ter um status diferente da realidade. Muitos utilizam a vida do crime para se manter no poder no reduto onde vivem”, observou. 

Policiamento

De acordo com a advogada, para coibir os roubos e furtos é preciso reforçar pontos de policiamento. “Além disso, é importante estimular as vítimas a fazer boletins de ocorrência, para que a polícia possa identificar os lugares onde mais acontece e atuar incisivamente”, afirmou Ana Izabel Alencar. “É fundamental aumentar o contingente de policiais do DF, pois está muito abaixo do recomendável para o tamanho da população que é de quase três milhões de pessoas”, concluiu.

Segurança integral

A Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP-DF) informou que instituiu, no fim do ano passado, o programa DF Mais Seguro — Segurança Integral, que envolve a participação da sociedade civil e de diversos órgãos, com o objetivo de reduzir a criminalidade e a violência, aumentando a sensação de segurança da população. Por meio do eixo Cidadão Mais Seguro, o programa envolve setores da sociedade civil, permitindo o atendimento das demandas da população de forma regionalizada. A SSP informou que, no comparativo do primeiro quadrimestre, o DF apresentou redução de 17,7% nos crimes contra o patrimônio (CCP).

A pasta informou que tem direcionado investimentos para a capacitação das forças de segurança, a melhoria dos equipamentos utilizados e a adoção de tecnologias avançadas para otimizar o trabalho policial e o fortalecimento dos processos de gestão. Relatórios semanais são compartilhados com as forças de segurança, apontando as chamadas “manchas criminais”, em que é possível detectar dias, horários e locais de maior incidência de crimes, garantindo um policiamento efetivo.

O Programa de Videomonitoramento Urbano (PVU) da pasta realiza o monitoramento integrado entre as forças de segurança e outros 31 órgãos, bem como instituições e agências do governo local e federal, atendendo a 29 das 35 regiões administrativas do Distrito Federal, com 1.190 câmeras instaladas.

De acordo com a Polícia Militar do DF (PMDF), a corporação atua na implementação de medidas que visam aumentar a segurança nas regiões administrativas, direcionando o efetivo policial em áreas consideradas críticas, intensificando o patrulhamento ostensivo, e realizando operações específicas de combate à criminalidade, além de parcerias com outros órgãos e entidades públicas e privadas.

Previna-se

EVITE

» Estar em lugar ermo;

» Multidões, principalmente se estiverem em movimento;

» Andar na rua falando no celular;

» Parar e ficar mexendo no celular, tanto dentro do carro como fora;

» Conversar ou mexer no celular dentro do ônibus;

» Usar objetos de valores em lugares públicos abertos;

» Colocar mochila nas costas, principalmente dentro do ônibus;

FIQUE ATENTO

» Quando se dirigir ao carro, observar se tem pessoas estranhas por perto;

» Se intuir situação suspeita ou pessoas suspeitas ao voltar para casa, dar uma volta na quadra para conseguir estacionar com segurança ou andar até a residência;   

» Estar sempre atento aos objetos pessoais que carrega;

» Observar se está sendo seguido e, caso ocorra, se misture a outras pessoas ou mude o caminho que iria fazer.

Canais de denúncia

» Em caso de emergência, a Polícia Militar (PMDF) está disponível pelo número 190.

» A Polícia Civil (PCDF) também disponibiliza quatro canais de atendimento para registro de ocorrências: Denúncia on-line: (pelo site da PCDF); E-mail: denuncia197@pcdf.df.gov.br; Telefone: 197, opção 0 (zero); e WhatsApp: (61) 98626-1197.

Com informações do Correio Braziliense

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