Bolsonaro é barrado em foto de chefes de Estado com Milei
“Enquanto não for preso, Bolsonaro seguirá debochando da democracia e procurando uma foto para sair”, escreve Aquiles Lin
É só para chefes de estado, Bolsonaro ·
Jair Bolsonaro tentou aparecer em uma foto oficial do novo presidente argentino Javier Milei ao lado de chefes de estado que participaram de sua posse. Uma vergonha alheia. A investida foi frustrada pelos presidentes sul-americanos Luis Lacalle Pou, do Uruguai; Santiago Peña, do Paraguai; Gabriel Boric, do Chile, e Daniel Noboa, do Equador. Os quatro se manifestaram contra a presença de um ex-chefe de estado ao lado deles, segundo a Folha de S. Paulo.
A contestação pronta foi legítima e louvável. Afinal o Brasil tem presidente eleito e governando. Chama-se Luiz Inácio Lula da Silva, e os presidentes dos países vizinhos o conhecem bem. Sair em foto oficial ao lado de Bolsonaro não seria apenas uma gafe, mas um grave insulto às relações com o chefe de estado brasileiro. Lula, corretamente, decidiu não participar da reunião da extrema-direita internacional e o Brasil foi representado na cerimônia pelo chanceler Mauro Vieira. Também compareceram à posse de Milei o primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orban, o presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, e o rei da Espanha, Felipe 6º.
Bolsonaro sempre tratou com deboche a institucionalidade e a democracia. Ficar por ali, numa atitude sem vergonha, tentando aparecer no lugar reservado a quem conquistou o mandato presidencial é mais uma prova de sua falta de respeito. Bolsonaro foi derrotado em 2022 e está inelegível. Deveria estar preso, por todos os crimes que cometeu na presidência, especialmente os que contribuíram para a morte de mais de 700 mil brasileiros durante a pandemia. Enquanto Bolsonaro não for preso, seguirá provocando esses incidentes constrangedores, debochando da democracia, agitando a extrema-direita brasileira e procurando uma foto para sair. Tenta a todo custo emular a imagem de que manda em alguma coisa. Bolsonaro não manda mais em nada, não representa nenhum mandato emitido pelas urnas.
O inelegível brasileiro viajou à Argentina liderando uma comitiva de cerca de 30 políticos da extrema-direita brasileira, entre eles os governadores de São Paulo, Tarcísio de Freitas (SP); do Rio de Janeiro, Cláudio Castro; e de Santa Catarina, Jorginho Mello, além do presidente do PL, Valdemar Costa Neto, e de deputados extremistas e/ou negacionistas.
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