Blocos tradicionais animam a cidade e nem a chuva consegue esfriar o carnaval
Blocos tradicionais desfilaram pelas ruas debaixo da garoa e fizeram a alegria dos foliões. Secretaria de Segurança afirma que a festa segue tranquila, com 43 ocorrências durante o sábado até o início da manhã desse domingo (11/2)
A chuva e o frio no Distrito Federal tinham tudo para atrapalhar o segundo dia de carnaval. Mesmo assim, os foliões se espalharam pela capital do país para curtir blocos tradicionais — infantis e adultos — como o Baratinha, o Raparigueiros, o Bloco das Montadas, o Ventoinha de Canudo e outros. Entre os foliões, a segurança foi o critério utilizado para escolher em qual bloco ir.
O Baratinha celebra 36 anos e fez a festa para os pequenos, com um repertório musical da infância atual e de outras gerações. Andriy Vinicius, 7 anos, tentou colorir o cabelo de uma cor, mas o resultado foi outro. “Era pra ser amarelo neon, mas ficou verde. Gostamos mesmo assim”, disse com um sorriso no rosto.
Este foi o primeiro carnaval da Ana Clara, 7 anos. O que ela achou da experiência? “Estou adorando aqui”, afirmou, entusiasmada.
Um dos blocos mais tradicionais da capital, o Ventoinha de Canudo, reuniu gerações. Com chapéu do personagem pateta, Nahari Terena, 32 anos, levou o cachorrinho para o bloco fantasiado de morcego. “Ele adora crianças e eu não ia deixá-lo sozinho em casa, e esse bloco é super tranquilo”, contou. “A fantasia era da minha filha, mas parou de servir então eu improvisei para ele”, disse entre risos.
Frevo
Ao som de muito frevo e de versões para sucessos como Sonífera Ilha, Anunciação e Frevo mulher, o bloco Tesourinha (209/210 Norte) reuniu cerca de 2 mil pessoas. O ponto alto de outras edições, a volta nas tesourinhas, não ocorreu, por determinação do Detran. Antes, no esquenta, a “alemãzinha” Lilian Gimenez Daudt, 8 anos, pôde ter a primeira experiência de carnaval típico brasileiro. “Até os 6 anos da Lilian, o carnaval, na Alemanha, era mais ligado a ver desfiles e à tradição da distribuição de doces”, contou a mãe, a brasiliense Irina Dauldt, 39, assessora internacional.
Pai de Liz Cotta, 6, o professor universitário Gabriel Alves, 40, também estava no Tesourinha e disse que pretende curtir a segunda-feira de carnaval com a filha. A dupla pai e filha investe na produção e caracterização singular. Depois de aderir às vestimentas dos personagens do filme Moana, se renderam nesse domingo (11/2) ao desenho dos Flintstones. “Na segunda (12/2), a ideia é apostarmos em Chapeuzinho Vermelho. Devo ir de caçador”, revelou Alves.
- No bloco dos Raparigueiros, a animação tomou conta dos foliõesMinervino Júnior/CB/D.A.Press
- Bloco da Baratinha no Parque da Cidade atraiu crianças e adultosMinervino Júnior/CB/D.A.Press
- Irina Dauldt trouxe a filha Lilian para celebrar o primeiro carnavalRicardo Daehn/CB
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Tradição
Eleito o melhor bloco de rua de 2023 do prêmio CB Folia, o Bloco das Montadas voltou a agitar o domingo de carnaval chuvoso com bastante diversidade. O início foi debaixo de chuva, mas até o encerramento, por volta das 18h, os foliões lotaram o espaço e curtiram as atrações como Grag Queen, Dhi Ribeiro, Maria Vai Casoutras, bateria da escola de samba Capela Imperial, encontro de fanfarras, DJS e muitas performances drag.
Pela primeira vez em Brasília e no carnaval da cidade, a moradora de Nova Lima (MG) Moniele Dias, 29 anos, veio conhecer o bloco com os amigos. “Este é o segundo bloco que venho, e está muito animado”, afirmou. Já os noivos Gabriel Santos e Rafaela Lima, ambos moradores de Ceilândia, curtem diversos carnavais juntos. “A gente veio neste (bloco) por ser mais seguro e deu pra aproveitar demais”, relatou Rafaela.
Foi na chuva que o Bloco dos Raparigueiros desfilou, embalado por muita segurança, em clima diferenciado em relação ao do ano passado. Nas linhas de revista, com PMs destacados, desde o trajeto da Rodoviária do Plano Piloto até o local de concentração no Setor Bancário Norte, a varredura rendeu a apreensão de poucos objetos. Uma tesoura, uma faca e um aparelho eletrônico de choque.
“Não vi nada de violência. A revista, até com detectores de metal, me deixou bem mais seguro. Venho aos blocos, por gostar da bagunça — quero estar na muvuca, junto com a galera. Carnaval é ótimo, uma festa excelente”, comentou o agitado folião Philipe Guimarães Araújo, 23 anos, desempregado e formado no ensino médio.
O cadeirante Philipe veio de ônibus da Estrutural para curtir no Raparigueiros. “Em relação à acessibilidade, não foi muito boa; passei alguns perrengues. No sábado, fui ao Bloco Baile da Piki, em Águas Claras. Nada me impede de aproveitar.”
A animação da festa ficou por conta das bandas Batucada dos Raparigueiros e Imagem, além do DJ Daniel (da Candangolândia), que tocaram axé, sertanejo e brega. Acompanhando Philipe, Vinícius Ribeiro, 19, estudante de design de animação, levantava, de fato, uma bandeira especial: a do movimento LGBTQIA . “Vejo a oportunidade de ser mais eu. Dar visibilidade a quem sou, sem me esconder. Moro com minha família, que é evangélica, e aqui consigo me soltar”, comentou o estudante, morador do Jardim Botânico.
Tranquilidade
Um balanço mais recente divulgado pela Secretaria de Segurança Pública (SSP-DF) traz um total de 43 ocorrências durante todo o dia de sábado até o início da manhã de ontem, das quais 37 estavam relacionadas a crimes de furtos, na maioria de celular, com 30 casos. Houve duas lesões corporais, mas sem gravidade. Ao todo o Detran registrou 27 autuações por alcoolemia ao volante
Premiação
Até 14 de fevereiro, a equipe do Correio Braziliense percorrerá as ruas da capital para premiar as melhores atrações do carnaval com o troféu CB Folia 2024. E os nossos leitores participarão do prêmio, votando no Melhor Bloco de Rua, além de poderem concorrer na categoria Melhor Fantasia.
Na edição deste ano, serão premiados ainda o Melhor Momento e a Melhor Fantasia Infantil. Você também pode enviar fotos da sua fantasia para concorrer. Para participar, é só preencher as informações no site do CB Folia e enviar uma foto do seu look carnavalesco.
Para se programar e aproveitar a folia da melhor forma, o CB Folia ainda preparou uma série de conteúdos especiais em parceria com a Clube FM. Tem agenda dos bloquinhos, matérias especiais sobre festas que fazem parte da história de Brasília e muita dica para os amantes das festas de carnaval.
Tem ainda os videocasts do CB no YouTube, com as principais tendências no carnaval deste ano, ideias de looks, maquiagem e de alimentação nos dias de festa. Os leitores ainda podem conferir mais detalhes sobre o carnaval brasiliense na edição do Divirta-se Mais, que está disponível para download.
Gratidão por milagres
Graça, para os cristãos, significa “o favor imerecido de Deus” — dádivas que não dependem de mérito ou atitudes, mas do amor do Pai Celeste aos filhos. Para agradecer por essas bênçãos, cerca de 3 mil fiéis compareceram ao primeiro dia da 38ª° edição do Rebanhão, ontem, no Ginásio Nilson Nelson. A programação segue até amanhã.
O tradicional evento católico reúne pessoas de todas as idades para um momentos de pregação, louvor e gratidão por milagres alcançados. O auxílio divino foi o que levou o casal Flávio e Ludymilla Soares, pais do João Lucas, de 1 ano, à celebração. Enquanto estava grávida, Ludymilla descobriu um cisto no útero o que colocou a vida do primogênito em risco, principalmente se o cisto rompesse.
Segundo os pais, às 33 semanas de gestação, a mãe teve pré-eclâmpsia (hipertensão arterial) e o bebê entrou em sofrimento fetal. De acordo com eles, o prognóstico era negativo tanto para a mãe, quanto para o filho. “Nosso quadro deixou os médicos assustados e sem esperanças. Mas o tempo todo nós acreditamos que Deus faria o melhor para a nossa família”, expressou Ludymilla.
Por causa da prematuridade e do baixo peso ao nascer, João Lucas ficou internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), onde tinha a previsão de permanecer por dois meses. Contrariando o prognóstico nada animador dos profissionais de saúde, João recebeu alta hospitalar em 22 de novembro, dia de Nossa Senhora das Graças.
Expressão cultural da fé
Dom José Aparecido Gonçalves de Almeida, Bispo da Diocese de Itumbiara e Assistente Eclesiástico da Renovação Carismática do Brasil celebrou a Santa Missa. O sacerdote destacou que o carnaval nasceu em função de uma data católica, que é o início da quaresma. “Este é o período em que os cristãos se preparam para se despedir da ‘carne’ e começam o jejum e a abstinência, que não é um momento triste, é uma expressão de festa e alegria que nos prepara para o período de aleluia pascal e depois para a penitência”, esclareceu.
Com informações do Correio Braziliense
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