Lula participa de jantar em Brasília com senadores de centro e de esquerda
Encontro reuniu várias lideranças do MDB, partido que tem a senadora Simone Tebet como pré-candidata ao Planalto. Candidaturas oficiais só serão registradas entre julho e agosto.
Por Gustavo Garcia, g1 — Brasília
11/04/2022 21h13 Atualizado há 10 horas
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participou na noite desta segunda-feira (11) de um jantar com senadores de centro e esquerda na casa do ex-senador Eunício Oliveira (MDB-CE), em Brasília.
O encontro faz parte da agenda de Lula como pré-candidato à Presidência — na semana passada, o PSB oficializou a indicação do ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin para vice na chapa do ex-presidente (imagem abaixo).
A maioria dos presentes ao encontro era composta por parlamentares e ex-parlamentares do MDB – partido que já lançou a pré-candidatura da senadora Simone Tebet (MDB-MS) ao Palácio do Planalto.
Entre os presentes, estavam os senadores Renan Calheiros (MDB-AL), Paulo Paim (PT-RS), Randolfe Rodrigues (Rede-AP), Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB), Rogério Carvalho (PT-SE), Fabiano Contarato (PT-ES), Marcelo Castro (MDB-PI), Humberto Costa (PT-PE), Rose de Freitas (MDB-ES), Omar Aziz (PSD-AM), Jean Paul Prates (PT-RN), Acir Gurgacz (PDT-RO) e Dário Berger (PSB-SC).
Também compareceram os ex-governadores Renan Filho (MDB-AL) e Wellington Dias (PT-PI); a deputada Gleisi Hoffmann (PT-PR), presidente nacional do PT; o ex-senador Garibaldi Alves Filho (MDB-RN); e o ex-ministro do Meio Ambiente Sarney Filho.
Simone Tebet tenta se viabilizar como a candidata da chamada “terceira via”, uma alternativa às duas candidaturas que lideram as pesquisas de intenção de voto (Lula e Jair Bolsonaro).
Mais cedo, nesta segunda-feira (11) a senadora se reuniu com o ex-presidente Michel Temer e com o deputado Baleia Rossi (MDB-SP), presidente do MDB, para debater sua pré-candidatura ao Planalto. Baleia tem dito que Tebet reúne apoio da maioria do partido.
Até o momento, no entanto, a senadora não registra bom desempenho nos levantamentos dos principais institutos. Nesta segunda, líderes do MDB criticaram a intenção do partido de lançar a parlamentar como candidata.
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Presidente regional do MDB no Ceará, Eunício Oliveira não declarou apoio à eleição de Lula, mas afirmou que “há uma tendência natural” de o MDB não ir “mais uma vez para um suicídio político”.
“Nós fomos de [Henrique] Meirelles [em 2018] quando nós sabíamos que ele não tinha a menor condição eleitoral. Não tinha condição de capacidade, como a Simone tem toda condição de capacidade. Eu, como incentivador das mulheres na política, gostaria muito que ela tivesse viabilidade política-eleitoral”, disse Eunício Oliveira.
O ex-presidente do Senado afirmou ainda que o MDB tem uma preocupação com as eleições para o Congresso.
“Nós encurtamos a bancada em quase 50% com uma candidatura que nasceu já natimorta [a de Meirelles em 2018]. Apareceu e terminou com 1,2% no final das eleições”, declarou (vídeo abaixo no link).
“O MDB vai esperar um pouco. […] Não tem nenhuma traição a ninguém. Nós não podemos levar o partido para uma aventura, como nós levamos na vez passada com o ex-ministro Meirelles e reduzimos a bancada a 50%”, disse Oliveira após o jantar.
O ex-senador disse ainda que 14 diretórios do MDB querem apoiar Lula nas eleições e que o ex-presidente afirmou no evento que não quer ser o candidato do PT, mas sim de uma “frente ampla”.
‘Insano’
Senador pelo estado de Alagoas e presidente do MDB no estado, Renan Calheiros disse que, se o MDB tiver “uma candidata competitiva”, com condição de “alavancar” palanques nos estados, “será muito bom”.
Para ele, seria “insano” repetir uma candidatura como a de Henrique Meirelles em 2018.
“É tudo o que o MDB quer [uma candidatura competitiva]. O que o partido não pode repetir — e seria insano — é a candidatura do Meirelles porque, com a candidatura do Meirelles, o MDB pagou um preço terrível: teve a redução da bancada na Câmara para a metade. Não dá para pagar novamente esse preço”, declarou.
O parlamentar afirmou que Simone Tebet é “uma grande parlamentar”, mas que, se não houver uma mudança nos resultados das pesquisas eleitorais, acredita que ela própria “vai tomar a iniciativa de levar o partido a não ter candidato na eleição presidencial”.
Sobre uma candidatura da chamada terceira via, Renan disse que “somar quem tem 1% com quem tem 2% não vai alterar a fotografia das pesquisas eleitorais”.
“É somar nada com pouca coisa. Em função da alta proporção alcançada nas pesquisas pelo presidente Lula e pelo presidente Bolsonaro, você não tem matematicamente como ter um crescimento de ninguém da terceira via, porque não há espaço a ocupar”, avaliou Renan.
‘Luta de quem defende a Constituição’
O senador Omar Aziz (PSD-AM) disse que não poderia falar em nome do PSD, mas que ele defenderia a candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
“Eu sempre defendi essa aliança [com o presidente Lula], mas o partido tem sua posição, o presidente [Gilberto] Kassab respeita minha posição e eu respeito a posição dele”, disse Aziz.
O parlamentar disse ainda que o pré-candidato à Presidência Ciro Gomes (PDT) é seu amigo pessoal, mas que agora “é quem quer a democracia e quem não quer”.
“Eu tenho todo respeito pelo Ciro [Gomes], mas eu acho que agora é quem quer a democracia e quem não quer. Não há outra posição”, disse Aziz.
“É uma luta de quem defende a Constituição, que retoma a democracia no país; e quem não defende, quer fazer o retrocesso”, completou.
Rede
O senador Randolfe Rodrigues(Rede-AP) afirmou que o partido Rede tem maioria formada para apoiar o ex-presidente Lula.
“A Rede tem maioria formada para estar apoiando o presidente Lula“, disse o parlamentar.
No entanto, a presidente da sigla, a ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva (Rede) tem sinalizado que pretende apoiar o candidato Ciro Gomes (PDT). Randolfe disse que tem conversado com a ex-ministra para que estejam “todos juntos”.
“Eu tenho conversado com a ex-ministra Marina e quero avançar para estarmos todos juntos, inclusive a ex-ministra Marina”, disse o parlamentar.
Na mansão do ex-presidente do Senado Eunício Oliveira, localizada em um bairro de alta classe de Brasília, foi servido um jantar com comida cearense. Entre as opções do cardápio, havia peixe e carne de carneiro.
Fonte: G1
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