Em discurso, Lula defendeu que a China é considerada “inimiga” no comércio internacional, mas deveria ser exemplo por investir em países negligenciados por outras potências
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez uma série de acenos à China nesta segunda-feira (12/5), em Pequim, e disse querer aproximar ainda mais a relação com o país asiático. Ao mesmo tempo, criticou o tarifaço imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Lula discursou para uma plateia de empresários brasileiros e chineses, em seu primeiro dia de compromissos na China. O chefe do Executivo realiza uma visita de Estado com o objetivo principal de aumentar o comércio e abrir o mercado chinês a mais produtos brasileiros, especialmente após o tarifaço lançar incertezas sobre o comércio com os EUA.
Em sua fala, Lula argumentou que a China é tratada como um inimigo no comércio internacional, mas disse que ela deveria ser vista como “exemplo” ao fazer negócios com países do Sul Global, que diz serem negligenciados por outras potências.
“É importante lembrar que outros países grandes deixaram de investir na África e deixaram de investir na América Latina. Até no Brasil as pessoas deixaram de investir, quando deveriam estar investindo”, disse Lula, citando a União Europeia como exemplo de potências que deixaram de investir na região.
Segundo plataforma do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic) com dados de 2022 (ano mais recente disponível), os Estados Unidos lideram o ranking de estoque Investimento Estrangeiro Direto (IED), com US$ 228,8 bilhões investidos, seguido de Espanha (US$ 48,08 bilhões) e Reino Unido (US$ 44,7 bilhões). A China ocupa o quinto lugar, com US$ 36,71 bilhões em investimentos.
Lula participou do encerramento do Fórum Empresarial Brasil-China, que reuniu cerca de 400 empresários de cada país, organizado também pela Apex Brasil. O presidente realiza uma visita de Estado ao país asiático, e participa amanhã da Cúpula Celac-China. Também fará uma reunião bilateral com o presidente Xi Jinping, e assinará acordos de cooperação.
Críticas a Trump
O petista voltou a criticar as tarifas impostas pelos Estados Unidos, que estão suspensas para negociação, mas causaram temor generalizado e uma guerra comercial entre EUA e China. Em sua fala, defendeu que é preciso haver livre comércio entre os países.
“Eu não me conformo com a chamada taxação que o presidente dos Estados Unidos tentou impor ao planeta Terra do dia para a noite, porque o multilateralismo depois da Segunda Guerra Mundial foi o que garantiu todos esses anos de harmonia entre os Estados”, disse Lula.
A fala ocorreu após China e Estados Unidos firmarem um acordo de 90 dias para discutir a taxação, que chegou a 125% sobre produtos chineses, inviabilizando o comércio entre as duas potências. Foi a primeira vez desde o anúncio das tarifas que as duas nações entraram em acordo.
Ao encerrar seu discurso, Lula sinalizou que quer aprofundar ainda mais a relação com a China, aumentando especialmente a relação comercial. Ele destacou as Rotas de Integração Sul-Americana, projeto liderado pelo Brasil que quer criar um sistema de rodovias e infraestrutura para levar os produtos brasileiros ao Pacífico, facilitando exportações para Ásia.
“Se depender do meu governo e da minha disposição, Brasil e China serão parceiros incontornáveis. A nossa relação será indestrutível, porque a China precisa do Brasil, e o Brasil precisa da China, e nós dois juntos poderemos fazer com que o Sul Global seja respeitado no mundo como nunca foi”, enfatizou.
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