Anielle Franco visita Ceilândia e anuncia R$ 1,6 milhão para apoio a entidades
Em comemoração ao Mês das Mulheres Negras, ministra participou nesta sexta-feira (12/7) de celebração na Casa Akotirene, quilombo urbano idealizado pelo coletivo Afromanas
A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, visitou, nesta sexta-feira (12/7), pontos históricos de Ceilândia, em Brasília, onde participou de um café da manhã na Casa Akotirene, em que anunciou o lançamento do edital que irá destinar R$ 1,6 milhão para o fortalecimento de Organizações da Sociedade Civil atuantes no combate ao racismo e pela justiça social.
A agenda de comemoração ao Mês das Mulheres Negras, celebrado em julho, começou na sede do projeto Jovem de Expressão, que tem como objetivo promover a saúde de jovens entre 18 e 29 anos. Em seguida, a ministra foi ao quilombo rural Casa Akotirene, onde participou de uma roda de conversa com mulheres negras e anunciou o edital de apoio a entidades.
De acordo com Anielle, o edital tem como meta selecionar 20 organizações da sociedade civil que atuem no combate ao racismo, no acolhimento de vítimas de crimes raciais e na incidência internacional em mecanismos multilaterais para promoção da justiça racial.
“Vamos lançar no nosso site [do Ministério], ainda no mês de julho. A ideia é contemplar 20 organizações, cada uma com o valor de R$ 80 mil. A gente sabe que muitos desses lugares sobrevivem com isso ou menos”, detalhou. “Quanto mais pessoas estiverem desenvolvendo igualdade pelo país, mais justiça social será feita”, completou Anielle.
Na roda de conversa, a ministra explicou que, para participar da seleção, as entidades deverão submeter os projetos para os quais as organizações desejam obter financiamento, detalhando a finalidade e o público-alvo. A iniciativa será uma parceria do Ministério da Igualdade Racial (MIR) com a Universidade Federal Fluminense (UFF).
Mulheres empreendedoras e dirigentes de projetos sociais de Ceilândia e do Sol Nascente estiveram no evento e participaram do bate-papo descontraído com a ministra. “A gente quer ver a juventude negra viver, a gente quer ver os nossos jovens alcançarem seus sonhos. A gente quer ver nossas mulheres alcançarem seus sonhos também”, destacou Joice Marques, gestora da Casa Akotirene.
“A nossa caminhada só faz sentido porque ela é coletiva. A nossa caminhada só faz sentido se estamos juntos. Eu venho da favela da Maré, com muito orgulho, filha de uma mãe nordestina, que foi para o Rio ainda nova, com meu pai, e ensinou tudo que a gente é hoje. Tudo que eu sou hoje eu devo muito à minha família e é por isso que eu sempre gosto de, se tiver alguém que está nessa batalha há muito tempo, eu convido para estar do lado, porque sozinhos não vamos a lugar nenhum”, afirmou Anielle.
A deputada federal Erika Kokay (PT-DF) e o distrital Max Maciel (PSol) também compareceram à agenda e ressaltaram a importância desses espaços, objetos do edital do MIR. Após a roda de conversa, Maciel levou a ministra para conhecer partes históricas de Ceilândia, incluindo a caixa d’água, o Estádio Abadião e a feira da cidade.
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