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Previna-se: câncer mata, em média, 2 mil pessoas por ano no DF

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No ano passado, foram 2.447 mortes pela doença. O tipo de câncer que mais fez vítimas foi o de brônquios e pulmões

Mulher negra se olhando no espelho
Vinícius Schmidt/Metrópoles

No Distrito Federal, a cada ano, cerca de 2 mil pessoas morrem por complicações causadas por algum tipo de câncer. Dados da Secretaria de Saúde (SES/DF) mostram que, só no ano passado, os óbitos por neoplasias, nome técnico para a doença, chegaram a 2.447.

Ainda segundo a pasta, desde 2019, essa é a média de mortes por algum tipo de câncer na capital federal. Há quatro anos, por exemplo, 2.854 moradores do DF faleceram devido à doença.

Nos últimos anos, o tipo de câncer que mais matou foi o de brônquios e pulmões. Em seguida, aparecem os cânceres de mama, cólon e próstata.

Veja os números de mortes por câncer:

2019
2.854 óbitos;

2020
2.785 óbitos;

2021
2.784 óbitos;

2022
2.447 óbitos;

Os dados de janeiro de 2023 ainda não estão disponíveis. A médica oncologista e coordenadora de Oncologia e Hematologia do Hospital Santa Lúcia, Patrícia Schorn, afirma que o DF é a segunda unidade da federação com mais mortes por câncer do país. Perde apenas para Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e Rio de Janeiro, que aparecem empatados em número de óbitos, segundo a especialista. “O DF tem a mesma estatística de estados como Amazonas, Paraná e Espírito Santo”, diz.

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“Provavelmente, isso se deve ao diagnóstico tardio. O acesso ao sistema de saúde nem sempre ocorre no momento ideal, ou seja, na fase de rastreamento. Por isso, os diagnósticos são feitos, em geral, com as doenças mais avançadas. E a cura é diretamente proporcional ao diagnóstico inicial”, avalia.

Patrícia ressalta que hábitos saudáveis podem ser aliados na prevenção do câncer. “A prevenção do câncer se da através de hábitos saudáveis de vida como a prática de exercícios físicos e alimentação saudável. Abandonar hábitos como alcoolismo e tabagismo também. A pratica de sexo seguro também precisa ser considerada. Pessoas que tenham histórico familiar podem ser consideradas de alto risco, o que faz com que as mesmas iniciem seus exames de prevenção e rastreamento mais precocemente”, completa.

Segundo a especialista, o SUS oferece, em todo o país, um tratamento unificado. “Os tratamentos oncológicos são homogêneos, teoricamente, em todo o país. A discrepância pode existir na comparação entre sistema público e privado. Muitas medicações mais modernas e, portanto, mais onerosas, ainda não são oferecidas aos pacientes da rede pública. Na rede privada, a absoluta maioria das medicações ideais para o tratamento oncológico estão disponíveis para os clientes de convênios de saúde”.

Sobre o tratamento

Marcos Paulo de Souza, 32 anos, descobriu um câncer nos gânglios linfáticos acima do diafragma — chamado de Linfoma de Hodgkin. “Descobri depois de uma pneumonia. Fiz um raio-x de tórax e tinha uma massa muito grande. Depois, fui em um oncologista e ele diagnosticou como linfoma”, relata.

Imediatamente, ele buscou tratamento. “Foi fundamental. Fiz uma técnica de imunoterapia vinculada à quimioterapia. Fazia sessões quinzenalmente. Após dois meses, a massa já havia reduzido consideravelmente”, lembra o advogado.

“O tratamento e o diagnóstico com antecedência foi o que propiciou essa cura. O que mudou após o câncer? Basicamente a valorização da vida. Sempre tive uma vida saudável, mas após estar frente a frente à morte, passei a reconhecer que a gente é muito pequeno nesse mundo e há uma força superior que nos impulsiona. Uma coisa que eu sempre falo é que eu não era o câncer, eu tinha o câncer. Mas, ele nunca me teve”, comenta.

Marilene Cardoso Nascimento da Cruz, 48, descobriu um câncer de mama em junho de 2021. “Descobri após um sangramento no mamilo. E minha tia e minha prima maternas foram vítimas e morreram por câncer de mama”, detalha.

Após o diagnóstico, ela iniciou o tratamento em um hospital da rede privada e, depois de alguns meses, deu continuidade, na rede pública.

“O tratamento, apesar de difícil e agressivo, foi super válido. Hoje estou bem e até retornei ao trabalho. Inclusive, devo minha vida aos profissionais do HUB [Hospital Universitário de Brasília] que, além de muito capacitados, ainda nos tratam com muito respeito e carinho nesse momento tão triste e difícil para a gente”, comenta a técnica em enfermagem.

Na família, há histórico de duas pessoas que morreram por causa do câncer de mamaVinícius Schmidt/Metrópoles
Na rede pública de saúde do DF, são tratados 21 tipos de tumores sólidos em quatro hospitais referências: o de Base, o Regional de Taguatinga (HRT) e o Universitário de Brasília (HUB). Casos infantis são encaminhados e cuidados no Hospital da Criança.

Para ser encaminhado a uma consulta oncológica, é preciso ter diagnóstico prévio, obtido por meio do exame histológico, que é uma biópsia do tumor. Após confirmação do diagnóstico, este paciente é inserido na fila de regulação para a primeira consulta com o médico oncologista e início de tratamento de acordo com sua necessidade clínica.

De 2019 até 2022, foram realizadas 259.601 consultas em pacientes com câncer na rede pública de saúde. Com relação ao número de quimioterapia, em 2022, foram realizados 42.850 tratamentos e 1.145 procedimentos de radioterapia.

 

Fonte: Metrópoles

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