CPI dos Atos Antidemocráticos: ao menos 73 ocorrências criminais foram registradas no acampamento bolsonarista, em Brasília
Crimes incluem estupro, roubo e porte ilegal de armas. Parlamentares da CLDF obtiveram informações após pedirem detalhamento dos 70 dias em que radicais ficaram acampados em frente ao Quarte-General do Exército, antes da invasão às sedes dos três poderes da República.
Ao menos 73 ocorrências criminais, incluindo estupro, roubo e porte ilegal de armas, foram registradas no acampamento bolsonarista em frente ao Quartel-General (QG) do Exército, em Brasília. A informação consta em um ofício enviado pelo Exército à Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP), um mês depois dos atos terroristas de 8 de janeiro.
Ao menos 73 ocorrências criminais, incluindo estupro, roubo e porte ilegal de armas, foram registradas no acampamento bolsonarista em frente ao Quartel-General (QG) do Exército, em Brasília. A informação consta em um ofício enviado pelo Exército à Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP), um mês depois dos atos terroristas de 8 de janeiro.
Documento mostra número de ocorrências criminais em acampamento bolsonarista no QG do Exército — Foto: TV Globo/Reprodução
Este é um dos documentos do Exército enviados para a CPI dos Atos Antidemocráticos, na Câmara Legislativa do DF (CLDF). Os parlamentares que integram a comissão pediram detalhes sobre os monitoramentos do acampamento golpista.
Os registros mostram ainda que, apesar de alertas feitos pelo Exército, providências demoraram a ser tomadas pela Secretaria de Segurança. Em um dos ofícios, feito em novembro, o Exército pede ajuda à pasta para “o controle de ambulantes, limpeza, reboques de veículos, além de policiamento ostensivo da PMDF, e ambulâncias”.
Um mês depois, em 5 de dezembro, houve um novo ofício para a secretaria de segurança relatando a situação no acampamento:
“Atualmente, estima-se um efetivo entre mil a 1,3 mil pessoas dormindo no acampamento, com potencial para interferirem na segurança local por meio atividades ilícitas, como consumo de álcool, prostituição, porte ilegal de arma de fogo, consumo de drogas”, diz o documento.
No dia seguinte, mais um pedido de ajuda foi feito à Secretaria de Segurança para a retirada “de ligações irregulares de energia, água e internet na Praça dos Cristais, além de mais policiais para atuar contra possíveis delitos no local.”
“Agora nós temos um documento do Exército Brasileiro dizendo que foi registrado pelo menos 73 ocorrências criminais ali [no QG]. O que eu acho lamentável é o Exército não ter acionado o departamento jurídico do Exército para ter removido aquele acampamento o mais rápido possível. Se ele tivesse sido removido, certamente os atos criminosos do dia 8 não teriam acontecido”, disse o deputado distrital Chico Vigilante (PT), presidente da CPI.
Tentativas de remoção foram frustradas
Em depoimento à CPI, em março, o coronel Jorge Eduardo Naime, ex-comandante de operações da Polícia Militar do DF, reafirmou os problemas citados nos documentos. “A gente já tinha informações de tráfico de droga, de ambulante, de prostituição. […] E a gente ficava ali, a Polícia Militar, não foi uma ou duas vezes”, disse.
O coronel também narrou a tentativa de desmontar o acampamento, que teria sido impedida pelo Exército. Segundo ele, houve uma mobilização do governo do DF com a PM no dia 29 de dezembro, mas a operação foi cancelada.
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Para Chico Vigilante, houve omissão dos dois lados. “O governo do Distrito FederaL, que tinha informação por parte da inteligência, deveria ter agido pedindo também, através da procuradoria jurídica do governo, a retirada do acampamento”, declarou.
Com informações do portal G1
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