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Estudantes do DF mostram técnica em Abu Dhabi

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Quatro alunos do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) vão representar o Distrito Federal em uma competição mundial de profissões técnicas, que acontecerá de 15 a 18 de outubro em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes. Os brasilienses vão disputar nas ocupações de movelaria, aplicação em revestimento cerâmico, sistema de drywall e estucagem e mecânica de refrigeração e ar-condicionado.

O Brasil terá uma delegação de 54 estudantes, que competirão em 51 ocupações técnicas, como mecatrônica, soldagem, manutenção de aeronaves, web design, confeitaria, tecnologia da moda, jardinagem e paisagismo. Ao todo, a 44ª edição da WorldSkills Competition reunirá 1.264 jovens de 68 países. As provas acontecem durante quatro dias, e os competidores devem completar todos os desafios propostos dentro dos padrões internacionais de qualidade .

O estudante Gilberto Ferreira Santos, de 19 anos, está na modalidade de aplicação em revestimento cerâmico, na qual 26 países vão disputar o ouro. O jovem está em treinamento há dois anos. “Faço uma lista de planejamento e do que tenho que seguir o passo a passo. Como vou iniciar a prova, por onde, se vou começar pelos cortes, e marco o tempo que vou demorar para executar cada etapa. O cronômetro vai dizer se vou fazer correndo ou com calma”, detalha.

Os desenhos em cerâmica que Gilberto terá de fazer são relacionados à cidade de Abu Dhabi. “Todo mundo vai fazer o mesmo projeto. Só que é diferente desse que estou treinando”, afirma. Ele conta que poderá levar todo o equipamento para a competição, assim será mais fácil conquistar o pódio. “Estarei em Abu Dhabi, mas vou me sentir em casa porque terei as ferramentas da minha área”, completa.

Jovens se preparam para viver um sonho

O treinamento dos competidores reproduz o ritmo de trabalho que eles terão na WorldSkills. “A gente começa o treinamento às 8h30. Antes disso temos a parte física, que é das 6h30 às 7h. Vamos embora umas 18h30, 19h. E temos acompanhamento psicológico também”, conta Gilberto Ferreira.

O outro estudante que também vai representar a capital é Wisley Silva Pereira, 21 anos. Ele vai disputar na categoria de mecânica de refrigeração e ar-condicionado. O Brasil é referência na modalidade e já trouxe um prêmio em 2011, pelo técnico Willian Grassioti, que agora é instrutor de Wisley. “Estou treinando há dois anos e meio. Por dia, são oito horas”, conta o jovem.

A prova dessa categoria terá três partes. “Ele vai ter que montar uma pista de gelo e deve aproveitar parte da energia dissipada para o aquecer água”, explica Willian.

Para os estudantes, participar da competição mundial já é um prêmio. Gilberto conta que a experiência será única para o currículo. “É muito bom para a área profissional e ao mesmo tempo é gratificante poder representar o Brasil, ter a responsabilidade de colocar o País no topo”, reconhece.

O competidor de revestimento em cerâmicas afirma ainda que, independentemente dos resultados, vai procurar se aperfeiçoar cada vez mais. “Se eu conseguir um bom resultado, vou investir nos meus estudos, fazer faculdade. Eu quero trabalhar e estudar. Mas o foco agora é a competição e tentar trazer o ouro”, levanta.

Já Wisley celebra os pequenos detalhes. “Tenho orgulho de mim mesmo por ter chegado aqui. Saí de uma cidade pequena e já conquistei tudo isso”, comemora. “ Se eu chegar lá e der o meu melhor, eu fico satisfeito comigo mesmo, porque pode ter alguém melhor do que eu. A medalha vai ser consequência”, conclui.

SAIBA MAIS

  • A WorldSkills é uma organização apolítica que congrega países dos cinco continentes desde 1950. Atualmente, são 70 países membros. O Brasil só passou a participar da competição a partir de 1983. O objetivo principal é incentivar a educação técnica no mundo. “É fazer o processo de desenvolvimento da educação profissional como um instrumento de desenvolvimento dos países, sempre tratando de jovens aprendizes”, aponta o coordenador da delegação brasileira, José Luis Leitão.
  • Para Leitão, a competição traz benefícios para a profissionalização e também aos competidores. “Porque você trabalha com padrão de excelência mundial, então sua mão de obra pode ser feita em qualquer país. O profissional que passa por esse crivo está padronizado a nível mundial. Para o competidor, além de trazer para o currículo algo que jamais teria oportunidade de obter essa certificação de qualidade, ele também vai ter a experiência intensa que há durante o processo de treinamento, e que dificilmente ele vai conseguir em outro local”, argumenta.
  • O mundial acontece a cada dois anos e os competidores passam por processos de seleção estadual e nacional. Então, somente os melhores de cada categoria vão para a WorldSkills. Além do preparo técnico, a organização busca trabalhar o lado físico e psicológico de cada estudante.
  • “Temos treinamentos não só técnicos. Nós precisamos que os competidores estejam aptos a competir em condições físicas e mentais, além do profissional. Então, nós cuidamos desses outros que fazem a diferença final na prova”, conclui Leitão.

Jornalista

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