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Wesley Batista é preso pela PF por uso de informações privilegiadas

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A Polícia Federal prendeu nesta quarta-feira (13/9), em São Paulo, o empresário Wesley Batista, um dos donos da JBS. Ele é irmão de Joesley Batista, que está preso temporariamente na superintendência da PF em Brasília. A prisão foi decretada em investigação que apura o uso de informações privilegiadas em negociações de dólar futuro e ações.

Joesley também é alvo da ação, com mais um mandado de prisão preventiva, o que vai fazer com que ele permaneça detido. A operação foi batizada de Tendão de Aquiles. Foram cumpridos também dois mandados de busca e apreensão.

Os documentos foram expedidos pela 6ª Vara Criminal Federal de São Paulo a pedido da PF, que investiga o uso indevido de informações privilegiadas em transações no mercado financeiro ocorridas entre abril e 17 maio de 2017, data de divulgação de informações relacionadas a acordo de colaboração premiada firmado por ambos os presos e a Procuradoria-Geral da República (PRG).

A 1ª fase foi deflagrada em 9 de junho quando foram cumpridos três mandados de busca e apreensão e quatro mandados de condução coercitiva. A investigação apura dois eventos. O primeiro, é a realização de ordens de venda de ações de emissão da JBS na bolsa de valores, entre 24 de abril e 17 de maio, por sua controladora, a empresa FB Participações, e a compra dessas ações, em mercado, por parte da empresa JBS, manipulando o mercado. Isso fez com que seus acionistas absorvessem parte do prejuízo decorrente da baixa das ações que, de outra maneira, somente a FB Participações, uma empresa de capital fechado, teria sofrido sozinha.

O segundo evento investigado, é a intensa compra de contratos de derivativos de dólares entre 28 de abril e 17 de maio por parte da JBS, em desacordo com a movimentação usual da empresa, gerando ganhos decorrentes da alta da moeda norte-americana após o dia 17.

Após a deflagração da primeira fase da operação, com intensa cooperação institucional com a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), policiais federais analisaram documentos, ouviram pessoas e realizaram perícias, trazendo aos autos elementos de prova que indicam o cometimento de crimes e apontam autoria aos dois dirigentes das mencionadas empresas.

Os investigados poderão ser responsabilizados pelo crime previsto no artigo 27-D da Lei nº 6.385/76, com penas de um a cinco anos de reclusão e multa de até três vezes o valor da vantagem ilícita obtida.

Em nota, o advogado de Wesley, Pierpaolo Bottini, criticou a prisão: “É absurda e lamentável a prisão e o inquérito aberto há vários meses em que investigados se apresentaram para dar explicações. Mais uma vez o Estado brasileiro é desleal com quem colabora com a Justiça”.

Irmão preso
Joesley Batista está preso desde domingo (10), após o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), acatar pedido feito pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot.

Batista e o ex-executivo do grupo Ricardo Saud omitiram informações que eram obrigados a prestar, segundo o ministro. A prisão se justifica, pois os dois fazem parte de uma “organização voltada à prática sistemática de delitos contra a administração pública e lavagem de dinheiro.”

Fachin ainda justificou por que negou o pedido de detenção do ex-procurador Marcello Miller. Segundo o magistrado, não são “consistentes” os indícios de que Miller tenha sido “cooptado” por organização criminosa.

Em conversa entregue pela própria defesa da JBS, Saud e Joesley falam sobre a suposta interferência de Miller para ajudar nas tratativas de delação premiada. O ex-procurador ainda fazia parte do Ministério Público Federal quando começou a conversar com os executivos, no fim de fevereiro. Ele foi exonerado da instituição em abril.

Benefícios
Na semana passada, Janot abriu um procedimento de revisão do acordo de delação dos empresários. A prisão preventiva já vinha sendo analisada por Janot nos últimos dias. Na quinta (7), os executivos prestaram esclarecimentos à PGR, mas não convenceram. A avaliação na instituição é de que o discurso era somente para manter a validade do acordo, mas os fatos narrados foram graves.

No caso de Miller, auxiliares de Janot avaliam que ele atuou junto à JBS com informações privilegiadas por ter integrado a equipe da PGR e pode ter incorrido nos crimes de obstrução de Justiça e exploração de prestígio.

Jornalista

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