Coordenador-geral do Sintfub e ex-reitor da UnB dizem que comunidade acadêmica precisa ser ouvida pelo governo antes de se fazer investimentos por meio do PAC
Recentemente o presidente Luiz Inácio Lula da Silva lançou o novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), chamado de PAC 3. O programa, que pretende investir mais de R$ 1 trilhão nos próximos anos, terá a função de financiar obras públicas em todo o país e em diversas áreas. No caso da educação, segundo o próprio ministro da Educação, Camilo Santana, haverá construção de novas universidades e de institutos federais.
Pela proposta do novo PAC, a ideia é retomar obras paradas, com a aceleração das que estão em andamento, e com o lançamento de novos empreendimentos de grandes áreas de investimento.
“Nós conseguimos vencer o fascismo. A Universidade entra agora num novo patamar”, disse ao TaguaCei, o coordenador-geral do Sintfub, Edmilson Rodrigues de Lima.
Segundo o sindicalista, o momento é de apoio às propostas do governo federal e de convidar a sociedade a participar dos debates sobre qual tipo de educação e de universidade se pretende para o país e para o Distrito Federal.
“A proposta do Sintfub é ampliar a democracia da universidade e fazer com que a universidade, junto com a sociedade que a mantém, possa construir um projeto melhor para educação pública brasileira”, diz Lima.
A estimativa é que o novo PAC destina cerca de R$ 45 bilhões para educação, que serão utilizados na construção de creches, escolas de tempo integral e a modernização e expansão de institutos e universidades federais.
Para Lima, que há anos está dentro de uma das maiores universidade pública do país, é preciso que o investimento após ouvir os problemas de cada universidade. Segundo ele, no caso da UnB, por exemplo, é preciso se perguntar por que não colocar um campus em Brazlândia para atender a demanda de alunos na região.
“Tem que haver melhoria salarial, novas universidades, mas, agora, tem que haver investimento naquilo que a universidade decidir. Tem que haver também assistência estudantil, para que entre mais estudantes e que eles possam ficar na universidade, ou seja, é preciso haver investimento na manutenção dos estudantes”, lembra Lima.
O coordenador-geral do Sintfub ressalta ainda que é governo não pode perder o momento atual e precisa fazer as mudanças que ele considera fundamentais na educação pública. “Porque quando você investe na educação pública, você investe na geração de emprego, na qualidade de vida, e você investe em toda a sociedade brasileira”, afirma. “A Universidade pública, o ensino, a pesquisa e o trabalho de extensão precisam de investimentos financeiros para que a gente possa dar continuidade aos projetos.”
Ex-reitor
O ciclo de debates “Diálogos com a História da UnB e suas Perspectivas de Futuro” realizado pelo Sintfub, nesta terça-feira (12), contou com a palestra do ex-reitor da UnB, Ivan Marques de Toledo Camargo, que falou sobre a situação da educação no país e disse que espera ver uma nova fase para as universidades, principalmente no que se refere a recursos financeiros para o financiamento de projetos acadêmicos.
“O drama é que nós sempre temos recursos limitados. O recurso é limitado e você tem que tentar usar bem esse dinheiro. Por isso, falta até mesmo de condições financeiras para que os alunos permaneçam na universidade”, explica Ivan Marques.
Para o ex-reitor, são problemas “difíceis” e “caros”, daí, a necessidade, segundo ele, do governo federal buscar investir mais nas universidades públicas e na educação de forma geral. “Tem que colocar muito dinheiro na educação básica, tem que formar as nossas crianças, colocar essa turma para ver o mundo, para entender o mundo e aí depois eles se viram sozinhos”, argumenta Ivan Marques.
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