Essequibo: A pedido de Lula, Amorim irá a reunião com Venezuela e Guiana
Celso Amorim participará das reuniões da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) e da Comunidade do Caribe (Caricom) relativas à disputa fronteiriça
O assessor-chefe da Assessoria Especial da Presidência, Celso Amorim, foi enviado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para acompanhar a reunião entre a Guiana e a Venezuela sobre a disputa da região de Essequibo. Amorim desembarcará em Kingstown, nas ilhas de São Vicente e Granadinas, atendendo a um despacho do chefe do Executivo publicado nesta quarta-feira (13/12) no Diário Oficial da União (DOU). Pela manhã, ele também se reuniu com Lula no Palácio do Planalto.
Amorim participará das reuniões da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) e da Comunidade do Caribe (Caricom) relativa à disputa fronteiriça. No último dia 9, a chancelaria venezuelana propôs uma reunião de “alto nível” com a Guiana em meio às tensões.
A expectativa é de que Nicolás Maduro e Irfaan Ali se reúnam na quinta-feira (14). Lula também foi convidado a participar do encontro, mas decidiu enviar Amorim.
América do Sul é “região de paz”
No último dia 9, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu uma ligação de Maduro. Na ocasião, o petista lembrou o líder venezuelano dos termos da declaração sobre o assunto aprovada na Cúpula do Mercosul e assinada por Brasil, Uruguai, Paraguai, Argentina, Colômbia, Peru, Equador e Chile, e recordou a longa tradição de diálogo na América Latina, e que somos “uma região de paz”.
Na ocasião, o Palácio do Planalto informou que Lula fez um chamado ao diálogo e sugeriu que o presidente de turno da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), Ralph Gonsalves, tratasse do tema com os governos de Venezuela e Guiana. O presidente reiterou que o Brasil está à disposição para apoiar e acompanhar essas iniciativas.
No telefone com Maduro, Lula ressaltou que é “importante evitar medidas unilaterais que levem a uma escalada da situação”.
O ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, avaliou o cenário como uma “provocação internacional”, e tem “esperança” de que o presidente da Venezuela “não vá comprar uma briga desse tamanho, porque seria uma insensatez”. Ele afirmou que “em hipótese nenhuma” as forças militares venezuelanas passarão pelo Brasil para invadir a Guiana.
Há duas semanas, Maduro realizou um referendo para anexação de Essequibo, região rica em petróleo.
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