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Em 44 dias, DF registra 6 feminicídios; especialista diz que vítimas de violência precisam de mais assistência

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Nesta segunda-feira (13), mulher foi morta pelo ex-companheiro no Gama. Leonardo Sant’Anna, pesquisador na área de segurança pública, diz que mais programas e celeridade da Justiça são fundamentais para inibir agressores.

Mulher mostra palma da mão para câmera, em imagem ilustrativa para violência de gênero — Foto: Asiandelight/Shutterstock

Mulher mostra palma da mão para câmera, em imagem ilustrativa para violência de gênero — Foto: Asiandelight/Shutterstock

 

A cada sete dias, uma mulher, em média, foi vítima de feminicídio no Distrito Federal em 2023. Até esta segunda-feira (13), foram, pelo menos, seis mortes provocadas por condição de gênero em Brasília.

Esfaqueadas, enforcadas e baleadas, essas mulheres, de diferentes regiões, foram assassinadas pelos companheiros (veja quem são as vítimas abaixo). Para o especialista em segurança pública Leonardo Sant’Anna, falta assistência jurídica e policial para reduzir esse número de crimes.

Sant’Anna explica que há uma “sensação de falta de punibilidade momentânea” por parte dos agressores.

“Por exemplo, uma medida protetiva pode demorar até 48 horas para ser expedida pela Justiça. Nesse tempo espaço de tempo, uma pessoa que planeja o crime pode ter uma percepção de que a lei não vai alcançá-lo”, diz Leonardo Sant’Anna.

 

De acordo com o pesquisador, “o ideal é que os agressores não se sintam confortáveis em descumprir as normas”. Para isso, o especialista defende que Brasília, apesar de ser privilegiada em canais de assistência à mulher (veja lista mais abaixo), precisa de mais programas.

“Temos duas delegacias especializadas e outras com programas importantes para fazer com que a mulher se sinta em um ambiente de acolhimento. Porém, é fundamental que esse privilégio avance, alcance mais pessoas e principalmente dê maior na atuação da Justiça”, aponta.

Outro ponto analisado pelo especialista é de que vítimas de violência doméstica precisam de acompanhamento após os crimes. “Uma mulher que sofreu violência pode contar com o programa Provida da Polícia Militar, mas esse serviço é feito apenas pela corporação. Em outros países, há projetos que contam com voluntários capacitados e outros membros das forças de segurança, como bombeiros”, afirma.

Sant’Anna explica que, de maneira geral, é preciso observar o momento social para ter uma ideia do motivo do número de feminicídios no DF neste ano.

“Em 2020, 2021 e 2021 fomos assolados por uma pandemia, com uma quantidade de pessoas transeuntes na rua sendo reduzidas, fazendo interações sociais um pouco menores do que temos hoje. Isso pode ter impactado no número de crimes”, afirma.

 

Outro fator citado pelo especialista é a falta de sensação de punibilidade por parte dos agressores. Por isso, ele cobra mais celeridade da Justiça para que possíveis feminicidas “percam a coragem” de cometer o crime.

Casos de feminicídio em 2023 no DF

 

O homem, identificado como João Alves Catarina Neto, de 45 anos, foi detido e levado à delegacia. A vítima não teve o nome divulgado.

Outras cinco mulheres também morreram pelo mesmo crime este anoveja quem são:

  • 1º de janeiro
  • Fernanda Letícia da Silva, de 27 anos, morreu após ser enforcada pelo namorado, em Ceilândia. Maxweel Lucas Rômulo Pereira, 32 anos, confessou o crime para parentes que também estavam na casa e fugiu. Ele se entregou à polícia no dia seguinte e foi preso.

    André Luiz Muniz e Miriam Nunes eram companheiros e tiveram um filho há menos de um mês — Foto: Reprodução

    André Luiz Muniz e Miriam Nunes eram companheiros e tiveram um filho há menos de um mês — Foto: Reprodução

    Miriam Nunes, de 26 anos, foi encontrada morta com sinais de enforcamento em casa, em Ceilândia. Ela morava com o companheiro e a filha deles, recém-nascida. André Luiz Muniz é suspeito do crime e fugiu do local.

    Jeane Sena da Cunha Santos, de 42 anos, foi morta dentro de casa, no Park Way. Depois de matar Jeane, o companheiro, João Inácio dos Santos, de 54 anos, se suicidou. Segundo a polícia, ele já tinha passagens por disparo de arma de fogo, violência doméstica e diversas desobediências à medidas protetivas.

    Giovana Camilly Carvalho, de 20 anos, foi morta pelo namorado no DF — Foto: Reprodução

    Giovana Camilly Carvalho, de 20 anos, foi morta pelo namorado no DF — Foto: Reprodução

    Giovana Camilly Evaristo Carvalho, de 20 anos, foi morta com dois tiros no rosto pelo namorado, durante uma discussão, em Ceilândia. Wellington Rodrigues Ferreira, de 38 anos, chegou a fugir do local, mas foi localizado pela Polícia Militar momentos depois, sob forte influência de drogas.

    Paulo Roberto Moreira Soares e a ex-mulher, Izabel Aparecida de Sousa — Foto: Reprodução/Instagram

    Paulo Roberto Moreira Soares e a ex-mulher, Izabel Aparecida de Sousa — Foto: Reprodução/Instagram

    Izabel Aparecida de Sousa, de 37 anos, morreu com um tiro no rosto, disparado pelo ex-companheiro Paulo Roberto Moreira Soares. O crime aconteceu em frente à filha do casal, de 8 anos. Paulo Roberto ficou foragido por dois dias, antes de se entregar à polícia.

    Como e onde denunciar violência contra mulheres?

     

    Fachada da Delegacia de Atendimento Especial à Mulher (DEAM II), em imagem de arquivo — Foto: SSP-DF/Divulgação

    Fachada da Delegacia de Atendimento Especial à Mulher (DEAM II), em imagem de arquivo — Foto: SSP-DF/Divulgação

    A Secretaria de Secretaria de Segurança Pública do DF (SSP) tem canais de atendimento que funcionam 24h. As denúncias e registros de ocorrências podem ser feitos pelos seguintes meios:

    • Telefone 197
    • Telefone 190
    • E-mail: denuncia197@pcdf.df.gov.br
    • Delegacia eletrônica
    • Whatsapp: (61) 98626-1197

     

    O DF tem duas delegacias especializadas no atendimento à mulher (Deam), na Asa Sul e em Ceilândia, mas os casos podem ser denunciados em qualquer unidade.

    O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) também recebe denúncias e acompanha os inquéritos policiais, auxiliando no pedido de medida protetiva na Justiça.

    Em casos de flagrante, qualquer pessoa pode pedir o socorro da polícia, seja testemunha ou vítima.

    No Distrito Federal, ainda existe o Programa Violeta, que é focado no atendimento de crianças e mulheres vítimas de violência sexual e estupro. O acolhimento é feito por uma equipe multiprofissional, composta por assistente social, ginecologista, psiquiatra, psicólogos, técnica em enfermagem e técnicas administrativa.

    O serviço é prestado no Hospital Materno Infantil de Brasília (HMIB), de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h.

    A Secretaria de Justiça e Cidadania também tem canais de denúncia de casos de violência contra a mulher. Há, por exemplo, o Centro Integrado 18 de Maio, que trata de ocorrências de exploração sexual de crianças.

    O Conselho Tutelar também recebe denúncias de violação de direitos de crianças e adolescentes. Ainda há o Disque 100, que trata da violação de direitos humanos.

    • Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (DEAM)
      Endereço: EQS 204/205, Asa Sul, Brasília
      Telefones: (61) 3207-6195 e (61) 3207-6212
    • Delegacia de Atendimento Especial à Mulher (DEAM II)
      Endereço: QNM 2, Conjunto G, Área Especial, Ceilândia Centro
      Telefone: (61) 3207-7391
    • Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT)
      Endereço: Eixo Monumental, Praça do Buriti, Lote 2, Sala 144, Sede do MPDFT
      Telefones: (61) 3343-6086 e (61) 3343-9625
    • Prevenção Orientada à Violência Doméstica (Provid) da Polícia Militar
      Contato: 3190-5291
    • Central de Atendimento à Mulher do Governo Federal
      Contato: 180
    • Centro Integrado 18 de Maio
      Endereço: SHCS EQS 307/308
      Telefone: (61) 2244 – 1512 e (61) 98314 – 0636
    • Conselho Tutelar
      Endereços: clique aqui e consulte
      Telefone: 125
    • Disque 100

     

Jornalista

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