
Ambulantes vivem incerteza com concessão da Rodoviária do Plano Piloto
“Não sabemos o que vai acontecer com a gente”. Esse é um dos relatos de ambulantes ouvidos pelo Correio sobre o destino de 500 comerciantes informais após a concessão da Rodoviária do Plano Piloto, cuja gestão será assumida pelo Consórcio Catedral, formado pelas empresas RZK Concessões e Atlântica Construções. Eles se dizem angustiados e com medo diante das incertezas da profissão que, muitas vezes garante o sustento de suas famílias.
De acordo com a Secretaria de Governo (Segov), os ambulantes cadastrados receberam ontem uma licença provisória que permitirá atuação deles no local, durante 60 dias. Eles poderão ocupar o estacionamento da plataforma superior da Rodoviária e as atividades serão fiscalizadas pela Secretaria de Proteção da Ordem Urbanística (DF Legal), que tem a lista dos credenciados. Questionada, a Segov não informou onde os comerciantes poderão atuar após esse prazo.
Desde a assinatura do contrato de concessão, em 21 de fevereiro, o número de ambulantes no local reduziu significativamente. Em entrevista ao CB. Poder, o secretário de transporte e mobilidade do Distrito Federal, Zeno de Andrade, afirmou que os ambulantes não perderiam o trabalho. Alguns deles, 300, seriam realocados no calçadão, entre o Conjunto Nacional e o Conic. Os outros 200 ficariam na Rodoviária de forma provisória até a conclusão da transição.
Uma ambulante que não quis se identificar contestou a mudança de local. “Arrumaram um calçadão para a gente. O espaço é pequeno e ainda vamos ficar expostos ao Sol e à chuva. Nem todo mundo vai aguentar essas condições”, disse.
A Secretaria de Transporte e Mobilidade (Semob) informou que os vendedores ambulantes informais ou irregulares não poderão atuar na Rodoviária do Plano Piloto. Após a transição da gestão da Rodoviária, o Consórcio Catedral irá definir o espaço destinado aos vendedores que forem regularizados.
Quanto aos informais, a Secretaria Executiva das Cidades disse que eles foram convidados a fazer o cadastro para obter a autorização de trabalho, conforme previsto na Lei nº 6.190/2018. “No entanto, muitos não entregaram os documentos. Tão logo eles entreguem e preencham os requisitos legais, as autorizações serão emitidas”, declarou por meio de nota.
Selma Carlos Pinheiro, representante dos ambulantes da Rodoviária do Plano Piloto, relatou a sensação de impotência que tomou conta dos comerciantes informais desde que receberam a notícia da concessão. “Estamos apreensivos com a mudança”, disse. Há 36 anos, Selma tira o sustento da família de oito filhos com as vendas na Rodoviária. “Consegui uma casa, formei três filhos e deixeis os outros encaminhados. Tudo graças à rodoviária”, conta.
Apreensão
Assim como Selma, outros ambulantes compartilham histórias parecidas. “Eu estou muito perdida”, disse a mulher que não quis se identificar. Mãe solo, ela trabalha há três anos na Rodoviária e consegue sustentar a família. “Consigo pagar o financiamento da casa, alguém para cuidar do meu filho, as contas de cartão de crédito, faço tudo com esse dinheiro”, explica.
Outro ambulante, que trabalha no local há sete anos, contou o que percebeu a mudança após o anúncio da concessão. “Nessas três semanas, a gente consegue trabalhar pouco a pouco. Trabalhamos duas horas e, quando a fiscalização aparece, temos que correr para não ter a mercadoria levada”, contou.
O comerciante relata que, depois do anúncio da transferência operacional, a presença da fiscalização do DF Legal se faz mais presente. “Agora é o dia todo com eles aqui. Assim que a gente vê eles chegando, recolhemos a mercadoria. Ficamos com medo, se eu perder (os produtos), não vou ter dinheiro para repor”, completa.
Com informações do Correio Braziliense
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