Relatos de Micheli Machado e Tati Machado, ambas vítimas da perda de seus bebês durante a reta final da gravidez, reacenderam um debate delicado
Relatos recentes da atriz Micheli Machado e da apresentadora Tati Machado, ambas vítimas da perda de seus bebês durante a reta final da gravidez, reacenderam um debate delicado e necessário nas redes sociais. A reportagem é da CNN Brasil e traz explicações do ginecologista e obstetra Nélio Veiga Júnior sobre as possíveis causas da morte fetal intrauterina, além de orientações sobre os cuidados médicos e emocionais com as gestantes que enfrentam esse tipo de luto.Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), quando a perda gestacional ocorre após a 20ª semana, ela é classificada como óbito fetal — também chamado de natimorto em alguns países, como os Estados Unidos. Apesar de rara, a morte do feto nas últimas semanas de gravidez é uma realidade que pode ter diversas origens, desde causas maternas até infecções e condições genéticas.
“Precisamos explicar de forma precisa o que ocorreu e orientar da melhor forma. Escutar e entender todas as emoções dessa paciente que passa por um momento muito difícil”, defende o médico Nélio Veiga Júnior, que também destaca a importância do acolhimento médico e psicológico nesse tipo de situação. “O processo de parto impacta diretamente na forma de processar o luto. É necessário, novamente, uma equipe que saiba comunicar e que efetivamente cuide dessa família.”No caso da atriz Micheli Machado, que estava no final da gestação, a causa provável do óbito pode estar relacionada à insuficiência placentária. Já Tati Machado, que estava com 33 semanas e buscou atendimento após notar a ausência de movimentos fetais, se encontrava ainda dentro do período chamado de pré-termo. “No caso da Tati, ela estava de 33 semanas, antes das 37 semanas. Isso abre uma chave maior para a gente discutir diversas causas”, explicou o obstetra.
Entre os fatores maternos que podem contribuir para a morte fetal, estão condições como hipertensão, diabetes, doenças autoimunes e outras complicações decorrentes da própria gestação. “Sempre é necessário observar as ‘causas maternas’, que podem abranger casos de hipertensão, diabetes, doenças autoimunes e algumas complicações que a própria gestação da mãe apresente”, pontua Veiga Júnior.Além disso, o médico ressalta que infecções ainda são um grande risco, principalmente em países em desenvolvimento. “Sempre precisamos checar se houve algum tipo de infecção, que é responsável por 50% dos óbitos fetais em países subdesenvolvidos. Elas podem ser desde toxoplasmose a rubéola. Herpes, sífilis, vírus como zika e covid, pneumonia, possuem algumas bactérias que podem colonizar esse bebê e levar ao óbito.
”Dados levantados pelo especialista mostram que, embora as taxas de natimortos tenham caído ao longo dos anos — de 33 para 23 a cada mil nascimentos — a média segue elevada em países de baixa renda, como nos casos registrados na África Subsaariana e no sul da Ásia, onde ocorrem 77% dos óbitos fetais no mundo.Sobre o procedimento após o diagnóstico de óbito fetal, o médico afirma que a recomendação é priorizar o parto vaginal, a menos que haja indicação médica para cesárea. “São poucas as indicações de cesárea, que é um procedimento cirúrgico”, explica. “Se ela for uma mulher que já tiver múltiplas cesáreas, se for, por exemplo, um caso de descolamento de placenta, e se o bebê não estiver bem posicionado, podemos optar pelo método da cesárea.”Além dos cuidados físicos, o acompanhamento psicológico também é essencial. “Precisa validar toda a emoção que está envolvida, porque é realmente uma tragédia”, afirma o médico, reforçando a importância de uma abordagem humanizada por parte das equipes médicas.Embora seja um tema doloroso, o debate em torno da perda gestacional tardia é fundamental para que a sociedade compreenda melhor seus riscos, formas de prevenção e, sobretudo, a importância de acolher com empatia as mulheres e famílias que enfrentam esse tipo de perda.4o
Com informações do Brasil 247
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