Ir para o conteúdo
Casa Judiciário Ex-ministro de Bolsonaro entra na mira do STF
JudiciárioPolítica

Ex-ministro de Bolsonaro entra na mira do STF

Compartilhar
Compartilhar

Ex-titular do Turismo, Gilson Machado foi detido, por ordem da Corte, sob suspeita de colaborar em plano de fuga de Cid, mas detenção acabou revogada horas depois e trocada por medidas cautelares. À PF, ex-ajudante de ordens negou intenção de escapar do país

O ex-ministro do Turismo Gilson Machado foi preso preventivamente pela Polícia Federal, por ordem do Supremo Tribunal Federal (STF), sob suspeita de participação em um plano para que o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência, fugisse do país. À noite, porém, a detenção foi revogada e substituída por medidas cautelares.

O ministro Alexandre de Moraes argumentou que a prisão preventiva não se fazia mais necessária, porém determinou que Gilson Machado compareça à Justiça a cada 15 dias e o proibiu de sair da comarca. Ordenou, ainda, o cancelamento do passaporte dele.

A detenção do ex-ministro foi pedida ao STF pela Procuradoria-Geral da República (PGR). O órgão justificou haver a suspeita de que Gilson Machado tentou obter um passaporte português para Cid. Também nesta sexta-feira, o tenente-coronel teve a prisão preventiva determinada por Moraes, mas o ministro a revogou antes mesmo do seu cumprimento. Mesmo assim, ordenou que o militar prestasse esclarecimento à PF.

Em nota assim que foi preso, no Recife, Gilson Machado declarou “total inocência” e se disse injustiçado. “Diante da decretação da minha prisão preventiva, venho a público reafirmar minha total inocência. Não cometi crime algum. Não matei, não roubei, não trafiquei drogas”, enfatizou. “O que fiz foi apenas pedir informações sobre a renovação do passaporte do meu pai, um senhor de 85 anos.”

No comunicado, ressaltou que nunca esteve em consulado ou embaixada. “É só verificarem as ligações que fiz para o consulado e os áudios que enviei aos funcionários. Eu nunca estive presente em nenhum consulado ou embaixada — nem de Portugal, nem de qualquer outro país — seja no Brasil ou no exterior. Tudo o que fiz foi um gesto de cuidado com meu pai, nada além disso”, insistiu.

O STF já tinha suspeitas de uma possível tentativa de fuga de Cid. Em 30 de maio, a PF informou à PGR que quatro familiares do militar saíram do país, com destino a Los Angeles, Estados Unidos, em voo com escala na Cidade do Panamá.

Entre as suspeitas que levaram a PGR a pedir a prisão do réu está um arquivo armazenado no celular de Cid, apreendido em 2023 na investigação da tentativa de golpe, que aponta que o delator procurou serviço de assessoria para obtenção da cidadania portuguesa. Na época, ele enviou imagens da carteira funcional, comprovante de cidadania portuguesa e do passaporte português de sua mãe.

Em fevereiro deste ano, Moraes havia cobrado explicações formais a Cid acerca do pedido de documentos para obtenção da cidadania portuguesa.

A equipe jurídica de Cid respondeu negando qualquer intenção de fuga do país. Segundo os advogados, o pedido de cidadania foi feito em 11 de janeiro de 2023, três dias após os ataques antidemocráticos.

De acordo com a defesa, o requerimento se justificaria pelo fato de a esposa e as filhas de Cid já possuírem cidadania portuguesa. Ainda segundo o comunicado, a cédula de identidade foi emitida apenas em 2024 e teria utilidade restrita ao território português, sendo válida somente para acesso a serviços básicos e identificação civil.

Passaporte

A defesa ressaltou que Cid não solicitou nem possui passaporte português — documento que permitiria trânsito internacional pela União Europeia e países com acordos de livre circulação com o bloco.

“O peticionante celebrou acordo de delação premiada, com uso de tornozeleira eletrônica, sendo impossível empreender viagem para o exterior sem autorização desse juízo”, disse Bittencourt na ocasião.

A determinação da prisão preventiva de Cid, nesta sexta-feira, foi revogada enquanto ele se deslocava para o batalhão do Exército, em Brasília, onde seria detido. “Foi um equívoco”, disse ao Correio o advogado de defesa do ex-ajudante de ordens, Cezar Bittencourt, sobre o pedido de prisão. “Nunca houve tentativa de fuga. Ele está aqui, mora aqui, tem endereço certo, tem residência fixa, tem advogado. Foi revogada a prisão. Foi um equívoco”, frisou.

O depoimento de Cid à PF, que durou mais de três horas, está em sigilo. Bittencourt informou que o militar negou, aos agentes, uma tentativa de fuga.

Quer ficar por dentro do que acontece em Taguatinga, Ceilândia e região? Siga o perfil do TaguaCei no Instagram, no Facebook, no Youtube, no Twitter, e no Tik Tok.

Faça uma denúncia ou sugira uma reportagem sobre Ceilândia, Taguatinga, Sol Nascente/Pôr do Sol e região por meio dos nossos números de WhatsApp: (61) 9 9916-4008 / (61) 9 9825-6604.

Compartilhar
Compartilhado por
Jeová Rodrigues

Jornalista

Deixe um comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Artigos Relacionados

Entenda as próximas fases da ação no STF no julgamento do golpe após interrogatórios

Neste momento, as defesas ainda podem solicitar novos pedidos ao relator, como...

Israel aconselha que comitivas brasileiras permaneçam no país, diz Itamaraty

O comunicado do Itamaraty trouxe detalhes das autoridades que estão em Israel...

Hugo Motta vai “assegurar” o retorno seguro de autoridades brasileiras em Israel

O presidente da Câmara dos Deputados conversou com o prefeito de João...

Caso Zambelli: ministro espera extradição da deputada “em breve”

Lewandowski afirma que autoridades brasileiras têm informações sobre paradeiro da parlamentar na...