Garota de programa denuncia assessor de deputado distrital do DF por agressão
Crime teria acontecido em boate do Setor de Indústrias Gráficas, em março; segundo mulher, deputado Daniel Donizet (PL) também estava no local. Parlamentar e assessor negam acusações e afirmam que ‘inquérito está sob sigilo’.
Por Sofia Reis, TV Globo
13/07/2023 20h54 Atualizado há 10 horas
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Garota de programa denuncia assessor de deputado do DF por agressão
Uma garota de programa denunciou um assessor do deputado distrital Daniel Donizet (PL) por agressão. Segundo a mulher, o crime ocorreu em uma boate no Setor de Indústrias Gráficas (SIG), em março passado (veja vídeo acima).
De acordo com a vítima, o assessor Marco Aurélio Oliveira Barboza bateu no rosto dela, e estava muito bêbado. A mulher conta que mora em São Paulo e que esteva em Brasília a trabalho.
A defesa de Marco Aurélio diz que inquérito está em fase inicial e que, por estar em sigilo, não pode dar informações. Mas afirma que “ao final será comprovado que o assessor não cometeu nenhum crime”. O deputado também nega as acusações (veja mais abaixo nota do deputado Daniel Donizet).
Segundo a jovem, no dia 22 de março ela foi até a boate onde afirma ter conhecido o deputado, o assessor Marco Aurélio Oliveira Barboza e um terceiro homem que estava no grupo. Conforme o depoimento à Polícia Civil, os três fecharam um programa com ela e outras duas garotas, e os seis foram no mesmo carro para um motel na Candangolândia.
“Chegando lá, cada uma foi com o seu par. Eu fui com o Marco Aurélio e, durante o ato sexual aconteceu um crime gravíssimo, onde ele começou bater no meu rosto violentamente porque ele estava muito bêbado, não só ele, mas os outros”, diz a mulher.
A garota de programa registrou ocorrência de lesão corporal na 5ª Delegacia de Polícia, na Asa Norte, onde fez exame de corpo de delito.
“Foram constados, se eu não me engano, dez ou onze lesões corporais, não só no olho, mas no corpo todo”, conta a mulher.
As agressões
Boletim de ocorrência de mulher que denunciou ter sido agredida por assessor de deputado distrital do DF — Foto: Reprodução/TV Globo
No depoimento à Polícia Civil, a jovem disse que ficou com Marco Aurélio no mesmo quarto que o restante do grupo. Segundo ela, ninguém tentou parar as agressões.
“Eu pedindo para ele parar e ele não parava, ele começou a acertar o meu olho, a machucar o meu olho, ele não parava, e tirou a camisinha. Todos omitiram socorro, inclusive o Daniel Donizet”, diz a mulher.
Marco Aurélio é comissionado e trabalha no gabinete de Daniel Donizet. Segundo o Portal da Transparência da Câmara Legislativa do DF (CLDF), em abril deste ano ele recebeu um salário líquido de R$ 17,2 mil.
“Me senti coagida, né? Sabia que se tratavam de autoridades, até mesmo as meninas ficaram com medo de alguma reação. Então, eu não reagi, não chamei a polícia no momento”, conta a mulher.
Salário do assessor de deputado distrital do DF denunciado por agressão, de acordo com o Portal da Transparência — Foto: Reprodução/TV Globo
Ela afirmou ainda que o assessor a enforcou e a segurou com força, pelos braços, além de tentar ter relação sexual sem camisinha, contra a vontade dela.
O caso foi transferido para 11ª Delegacia de Polícia, no Núcleo Bandeirante. A reportagem pediu atualização da ocorrência à Polícia Civil por duas vezes, mas a polícia respondeu que não tem acesso a esses procedimentos e que não poderia passar as informações.
O que diz o deputado Daniel Donizet?
Em nota, o deputado Daniel Donizet disse que “se trata de uma denúncia infundada e comprovadamente falsa”. Segundo o parlamentar, o inquérito da polícia concluiu que não houve agressão por parte de Marco Aurelio, e que não houve participação do deputado Daniel Donizet no caso.
“Diante da comprovação de inocência, Marco Aurélio segue lotado no gabinete do deputado Daniel Donizet”, diz o parlamentar.
Questionada sobre o que seria a comprovação de inocência, a assessoria do deputado não respondeu. No fim da tarde, a equipe mandou uma nova nota afirmando que, na verdade, o inquérito está em segredo de justiça e, por isso, não pode passar mais informações.
Por Sofia Reis, TV Globo
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