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Setor Comercial Sul escancara problema de moradores em situação de rua

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A região central da capital é uma das muitas em Brasília que abriga dezenas de pessoas em situação de rua. O Correio ouviu alguns deles para saber como chegaram a essa condição e conversou com especialistas sobre soluções

Adoecimento mental e falta de oportunidades estão entre os motivos para que pessoas vivam nas ruas -  (crédito: Minervino Júnior/CB/D.A.Press)

Adoecimento mental e falta de oportunidades estão entre os motivos para que pessoas vivam nas ruas – (crédito: Minervino Júnior/CB/D.A.Press)

Dados divulgados recentemente pelo Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania revelam que o Distrito Federal é a unidade da federação com o maior percentual de pessoas em situação de rua do país. Não é difícil atestar a realidade que os números mostram. Quem frequenta o Setor Comercial Sul (SCS) pode ver facilmente várias barracas abrigando pessoas que não têm um lugar digno para morar.

Maria Baqui é fundadora e presidente da BSB Invisível, associação cujo trabalho é focado na população de rua do DF e é integrante do comitê de gestão participativa do Plano Diretor de Ordenamento Territorial (Pdot). Baqui diz que é possível perceber que, aos olhos de pessoas em situação de vulnerabilidade de outras regiões brasileiras, a capital parece ser um lugar de muitas oportunidades.

“Só que muitos não conseguem um emprego digno, não são amparados pelo Estado e acabam parando na rua. Os que são daqui esbarram na ausência de políticas públicas de assistência social e da garantia de direitos básicos como educação, moradia, alimentação e segurança”, observa Maria. Adoecimento mental, pobreza familiar e falta de oportunidades são alguns dos fatores elencados por ela que contribuem para o alto número de cidadãos sem moradia.

Como exemplo, Maria conta a história de um senhor de 73 anos em situação de rua: “Ele conseguiu uma vaga de emprego, mas quando o empregador viu o Centro Pop (unidade pública de assistência social para atendimento a pessoas em situação de rua), ele acabou perdendo a vaga. Você pode ser o melhor profissional na sua área, mas, se mora na rua, fica bem mais difícil conseguir uma oportunidade”, lamenta.

 Morador de rua no Setor Comercial Sul.
Morador de rua no Setor Comercial Sul.(foto: Minervino Júnior/CB/D.A.Press)

O Instituto No Setor tem o objetivo de promover mudanças sociais e culturais, incluindo pessoas em situação de rua. “Com ações como a gestão do banheiro comunitário, localizado no SCS, e as atividades coletivas, que acontecem em parceria com universidades, conseguimos, aos poucos, possibilitar ações de convivência, de geração de renda e de articulação com políticas públicas que promovem transformações individuais e que possibilitam a construção de novos projetos de vida. É importante lembrar que é uma população que passou por diversas violações ao longo da vida”, explica Theresa Raquel Miranda, secretária executiva do instituto.

Segundo dados levantados pelo instituto, o perfil dos moradores de rua do SCS é diverso e itinerante. “A maioria é de homens e de pessoas negras. Atualmente, por volta de 50 pessoas estão mais frequentemente no território, mas são pessoas que circulam em Brasília”, informa Theresa. Entre as soluções apontadas pelo instituto, estão as melhorias das políticas de saúde mental e de assistência social, da vinculação da defensoria com a população atendida e a implementação do programa Moradia Primeiro.

Situação de calçada

“É situação de calçada. Se fosse de rua, os carros passariam por cima”, diz Michel da Silva, 20. Ele nasceu em Igarassu (PE) e, desde 2016, tem enfrentado o desafio de não ter uma moradia por alguns períodos. O jovem relembra que já teve problema com vício em entorpecentes, mas o que o fez ir para a rua de vez foi a morte da mãe, em decorrência da covid-19, em 2020. “Estou com os documentos pendentes, é uma situação difícil. É uma complicação a mais, até pra achar um emprego”, relata o jovem, que também deseja um trabalho.

 Morador de rua no Setor Comercial Sul.
Morador de rua no Setor Comercial Sul.(foto: Minervino Júnior/CB/D.A.Press)

Guilherme Nascimento tem 30 anos, nasceu no Gama e está em situação de “calçada” desde 2019. “Nossa Constituição diz que devemos ser livres de preconceito, mas tem muita aporofobia (aversão a pessoas pobres), que não deixa a sociedade chegar perto do cidadão em vulnerabilidade”, analisa Guilherme, que tem capacitação em técnico eletricista e painel fotovoltaico.

A Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes-DF) foi questionada pelo Correio sobre quais ações existem para resolver o problema. Até a veiculação desta matéria, não houve resposta.

Com informações do Correio Braziliense

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Jornalista

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